Assalto e Intromissão

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Drama, Thriller 120 min 2006 M/12 18/01/2007 GB, EUA

Título Original

Breaking and Entering

Sinopse

Will (Jude Law) é sócio de um gabinete de arquitectura que dirige com o amigo Sandy (Martin Freeman). O escritório mudou-se recentemente para King´s Cross, o mais ambicioso e renovado centro urbano europeu. Profissionalmente, os ventos correm-lhe de feição, mas a sua vida pessoal está em crise, pois cada vez passa menos tempo com a bela e melancólica companheira, Liv (Robin Wright Penn), e a filha de 13 anos, Bea. Entretanto, o escritório de Will atrai a atenção de um gangue local. Um dia, farto de ser assaltado, Will acaba por perseguir um dos assaltantes. A perseguição leva-o a casa da mãe do ladrão, uma refugiada bósnia, Amira (Juliette Binoche). Will vai então embarcar numa aventura apaixonada e descobrir o lado mais selvagem de si próprio e da cidade em que vive.<p/>PUBLICO.PT

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O poder do perdão

Nazaré

A história podia ser mais ou menos linear: um esquema de fornecedores-assaltantes anda a atirar-se insistentemente ao património que vende a um atelier de arquitectura; os sócios do atelier tentam descobrir como é que andam a assaltá-los; depois de terem uma ponta da meada, mais à frente o peixe miúdo (só esse) é detido.<BR/><BR/>Mas a maneira como um desses sócios (Jude Law) trata do assunto é, no mínimo, original. Intromete-se na vida dum dos assaltantes. Amor com amor... é assim que a complexidade das relações entre as personagens aumenta drasticamente, em vários palcos de ilusionismo onde todos se enganam entre si. O realizador Anthony Minghella sublinha-o várias vezes através dos reflexos, em espelho ou nos vidros, dando ângulos que traem a mentira por detrás da máscara que se quer mostrar. Especialmente marcante é o diálogo marido-mulher, no quarto, ambos despindo-se das roupas mas indiferentes ao que vêem do outro, tão absorvidos que estão em passarem certa imagem de si mesmos. Provocador...<BR/><BR/>Uma menção especial sobre Juliette Binoche, excelente no papel duma refugiada bósnia, que não chega a perceber se de facto houve amor para além da intromissão (mútua) que teve com o arquitecto.<BR/><BR/>No fim, uma mentira bem pregada acaba por ser a linha torta com que acaba por escrever-se direito, mas no ar paira a dúvida sobre se alguma vez pode existir "apenas" amor entre as pessoas. Apesar de ser algo mal contada, a cena do perdão traz mais uma dimensão importante a esta fita. Perdão que, mesmo sendo verdadeiro não apaga os males da mentira, mas que é um sinal de humanidade que vence barreiras que se supõem intransponíveis.<BR/><BR/>Situado na linha doutras criações inglesas notáveis, como Eyes Wide Shut e Closer (onde também esteve Jude Law), diria que este filme até consegue superá-los um pouco, porque prefere a subtileza ao aparato (fora as espectaculares demonstrações de free running), e porque junta esse elemento tão radical, que é o perdão.
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Bonito

TeresaF

Um filme bonito, com actores bonitos, e um final muito bonito.
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É favor entrar

António Cunha

Assalto a corações mais incautos é a temática do novo filme de Anthony Minghella. E o título não poderia ter sido mais acertado.<BR/>Minghella realiza com a já habitual competência e através do enfoque/desfoque da câmara consegue envolver o espectador na teia de acontecimentos de uma forma bastante eficaz.<BR/>A excelente música está por conta de Gabriel Yared, habitual colaborador do realizador, com os… Underworld! Sim os mesmos que fizeram alguma da melhor música techno de sempre! Mas aqui serve como apontamento quase imperceptível para histórias simples. Histórias do dia-a-dia num dos mais temidos bairros londrinos, King’s Cross.<BR/>Os apreciadores de cinema têm muito com que se contentar – três portentosas actrizes em três magníficas interpretações: Robin Wright Penn (mulher de Sean), Juliette Binoche e Vera Farmiga. Serei eu o único a achar Vera Farmiga fonte inesgotável de boas referências? Nota: 3/5
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Segundas oportunidades

Rita (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Apesar dos avisos em contrário, Will Francis (Jude Law, "The Holiday"), juntamente com o seu sócio Sandy (Martin Freeman, "Love Actually"), estabelecem a sua empresa de arquitectura paisagística, a Green Effect, em plena King’s Cross, uma área conhecida pela sua elevada taxa de crimes e prostituição, mas que é também o foco do seu projecto arquitectónico, que visa um rejuvenescimento da área através do redireccionamento de um canal. No plano pessoal, Will atravessa uma crise, marcada por um gradual afastamento da sua companheira, Liv (Robin Wright Penn, "A Home at the End of the World"), uma beleza escandinava que desistiu da sua carreira profissional para tomar conta da sua filha Bea (Poppy Rogers), uma adolescente autista obcecada por ginástica. Pela quantidade de computadores e outro equipamento, o atelier de Will é a vítima perfeita para diversos assaltos. Primeiramente desconfia-se da equipa de limpeza do atelier, de origem africana, teoria que desagrada particularmente a Sandy, que se sente atraído por uma das empregadas. Numa noite de vigília, Will vê um adolescente, Miro (Rafi Gavron), a assaltar o atelier e segue-o até casa, onde ele vive com a mãe Amira (Juliette Binoche), uma costureira muçulmana de origem bósnia. No dia seguinte, na tentativa de obter informações sobre o adolescente, Will leva um casaco para Amira remendar. Entre os dois inicia-se uma relação marcada pelo engano.<BR/><BR/>"Breaking and Entering" poderia ser um filme sobre as relações inter-raciais, sobre o choque de classes, sobre a deslocalização, sobre o papel da arquitectura como reflexo do tecido social, sobre a fidelidade, sobre um sistema de justiça desigual, mas não chega a ser nada disso. É menos e, simultaneamente, é mais. "Breaking and Entering" é um filme sobre segundas oportunidades. A segunda oportunidade de um local, a segunda oportunidade de um país, a segunda oportunidade de um refugiado, a segunda oportunidade de o Ser Humano ser humano, a segunda oportunidade de um amor.<BR/><BR/>O argumento do próprio Minghella ("The English Patient" - 1996, "The Talented Mr. Ripley" - 1999, "Cold Mountain" - 2003) tenta gerir tudo isto, mas perde-se. Alguns detalhes que parecem de início ser importantes acabam por revelar-se irrelevantes, as personagens que prometem complexidade acabam por revelar-se consideravelmente unidimensionais. Evitando a dificuldade da temática inter-cultural, ou o drama social sobre um bairro em transição, Minghella opta por se centrar no drama moral de um casal à beira da ruptura.<BR/><BR/>Will dá-se conta do vazia que é a sua vida, e do círculo entre mãe e filha do qual ele se sente sempre excluído. Esse desencanto contrasta com as emoções que ele reaviva com Amira, mas também ela tem um círculo ao qual ele não pertence.<BR/><BR/>Juliette Binoche (que colaborou com Minghella em "The English Patient") empresta à sua personagem a necessária gravidade, mas Jude Law parece incapaz de nos fazer entender a frieza de Will. Nos secundários destacam-se Ray Winstone no papel de detective e Vera Farmiga como uma filosófica prostituta (ambos colegas em "The Departed"). Num registo que lembra Heath Ledger, está o estreante Ravi Gavron, que sugiro manter debaixo de olho.<BR/><BR/>A fotografia em castanhos de Benoît Delhomme ("The Proposition") embeleza demasiado um filme que se pedia mais arrojado. Mas Minghella parece optar pela simplificação. Ainda assim, no campo das relações, são levantadas questões relevantes acerca do compromisso e do empenho, da vontade e da capacidade de combater a erosão provocada pelo quotidiano. Em "Breaking and Entering" os enganos são, sobretudo, emocionais. E o maior engano parece ser o de procurar o amor nos lugares errados. Ou seja, fora de nós mesmos. Nota: 6/10.
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