As Vidas dos Outros

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Comédia Dramática 137 min 2006 M/12 08/02/2007 ALE

Título Original

Das Leben der Anderen

Sinopse

1984, Alemanha de Leste. Cinco antes antes da Glasnot e da queda do Muro, a população é mantida debaixo de controlo pela Stasi, polícia secreta alemã. A missão da Stasi é apenas uma: saber tudo sobre a vida de todas as pessoas, através de uma vasta cadeia de informadores/denunciadores. O filme acompanha a gradual desilusão do Capitão Gerd Wiesler, um oficial altamente credenciado da Stasi, cuja missão é espiar um famoso escritor, George Dreyman, e a sua esposa, a actriz Christa-Maria Sieland. Segundo o realizador, Florian Henckel von Donnersmarck, no filme "cada personagem coloca questões com as quais nos confrontamos todos os dias: como é que lidamos com o poder e com as ideologias? Seguimos os nossos princípios ou os nossos sentimentos? Mais do que qualquer outra coisa, é um drama sobre a capacidade dos seres humanos fazerem o que está certo, não interessa até onde foram no caminho errado". Nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, "As Vidas dos Outros", conquistou três Prémios do Cinema Europeu: Melhor Filme, Melhor Actor e Melhor Argumento e o Prémio do Público nos festivais de Locarno e Vancouver.<p> </p>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

As Vidas dos Outros

Laurinda Alves

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As Vidas dos Outros

Jorge Mourinha

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As Vidas dos Outros: Do outro lado da nostalgia

Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

AS VIDAS DOS OUTROS

FLOR

<BR/> PORQUE RAZAO NÃO VEM PAR O PORTO ????<BR/><BR/>
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O bem, a tirania e a mestria cinematográfica

José Ramos

Belissimo filme sobre a liberdade e a tirania, e sobre como temos todos em nós a luta do bem e do mal, e sobre como o bem pode vencer essa luta. Mesmo com custos elevados para os nossos interesses mais pragmáticos. De como uma alma boa, espartilhada num sistema que a faz má, pode dar a volta ao sistema quando se deixa tocar pela positividade do real. Um momento antológico de cinema é o da metáfora do duche. 5 estrelas.
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Das Leben der Anderen

António

Posso estar enganado, mas parece-me que o título original deste filme é "Das Leben der Anderen" e não "The life of others" como indica o Cinecartaz.<BR/>N.R.: Obrigada pela chamada de atenção - a correcção já foi efectuada.
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Os críticos do Público e o Cinema Europeu

J Vaz

O filme é excelente, com bons actores, melhor argumento e uma história consistente. Acima de tudo revela o doentio regime comunista da RDA.<BR/>É pena os críticos do Público terem sempre uma atitude negativa em relação aos filmes europeus, com notas medianas e comentários secos.<BR/><BR/>O título original não é "The Lives of Others ", como aparece na ficha. O filme é alemão!<BR/><BR/>N.R.: Obrigada pela correcção - a ficha já foi actualizada.
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Anjos Com Asas Sujas

Alberto Simoes

Pode o homem mudar ao longo da sua vida? A pergunta, colocada por uma das personagens mais sinistras do filme logo nos seus primeiros minutos, concretiza-se como dúvida primordial em “A Vida dos Outros”, longa-metragem alemã premiadíssima durante todo o ano de 2006 que acaba de receber o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.<BR/>O primeiro filme do realizador alemão Florian Henckel Von Donnersmarck situa-se no momento mais tenebroso da vida da República Democrática Alemã: estamos em Berlim-Este, em 1984, cidade na qual Gerd Wiesler (Ulrich Muhe) trabalha como Inspector da Stasi, a Polícia Política do regime de Hoenecker. Mais do que um solteirão, o Inspector Wiesler é um solitário: não tem família, nem amigos, nem vida privada. A sua profissão ocupa portanto a totalidade dos seus dias, fazendo dele um indivíduo cuja presença inspira um certo desconforto até mesmo aos seus colegas de profissão.<BR/>Convidado pelo Tenente Superior Grubitz (Ulrich Tukur) – sr. Toda-a-Gente cujo único mérito parece ser um sentido de oportunidade acima do comum – para assistir à estreia de uma peça de teatro escrita por Georg Dreymann (Sebastien Koch), o Inspector toma conhecimento da suspeita levantada pelo Ministro da Cultura (Thomas Thieme) sobre o escritor e decide tomar conta da investigação pessoalmente, dando início a uma série de escutas que irão modificar a sua a vida e, aparentemente, proporcionar-lhe uma oportunidade de redenção de contornos imprevisíveis… <BR/>O contacto com o mundo das artes – e em particular, com o dos afectos – parecem ser os “detonadores” do acordar de Wiesler que, infelizmente, carece de uma abordagem mais pungente por parte do realizador: a transformação do Inspector desprovido de sentimentos é-nos explicada com um plano apressado de leitura das primeiras linhas de um livro de Brecht em conjunto com a escuta de um abraço algo sentimentalão entre o escritor e a sua companheira, a actriz Christa Maria; é desta forma que o a princípio implacável e quase inumano Wiesler – que marca os alunos mais “impertinentes” das suas aulas com uma cruz e ameaça a vizinha do escritor, escondida atrás do óculo da porta, com a expulsão imediata do filho da universidade se ela lhe contar algo sobre as escutas que acabam de ser instaladas em sua casa – nos aparece inesperadamente a meio do filme como um inocente quase pré-adamita que desconhece por completo as vilezas cometidas pelos ministros de Hoenecker e pelo regime que tão ferreamente defendeu até então.<BR/>Num filme marcado por ascensões e quedas, Christa Maria parece estar em movimento contrário ao do Inspector – de resto, o sofrimento parecem estar já inscrito no seu nome. Caída dos céus desde o princípio da trama, a insegura companheira do escritor não consegue vencer o medo inspirado pelo regime e personificado pela figura pouco digna do Ministro da Cultura. A actriz acaba por ceder aos avanços pouco dignos do homem de Estado com o consentimento mais ou menos explícito do compreensivo e bonzinho até à inverosimilhança Dreymann, o escritor que caminha indeciso ao longo de toda a trama entre a submissão e a rebeldia e será salvo in extremis pelo seu anjo-da-guarda que nunca chegará a conhecer, mas ao qual não deixará de manifestar finalmente a sua gratidão.<BR/>Em suma, trata-se inegavelmente de uma boa estreia do realizador alemão, ainda que pontuada aqui e ali com irregularidades de argumento que retiram ao filme a possibilidade de permanecer na retina durante longo tempo; de qualquer das formas, a infinidade de prémios que foram atribuídos a “A Vida dos Outros” dá a Von Donnersmarck asas para voar… Mesmo com as asas sujas, há anjos à solta em Berlim.<BR/>
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Uma sonata para um homem bom

rtp | http://tretaseletras.blogspot.com/

Já há muito tempo que não via um filme que me agradasse tanto. Fora ao cinema a medo. O Óscar para melhor filme estrangeiro fazia-me temer o pior, depois de ter visto "The Departed" a arrebatar o prémio da Academia para melhor filme. Uma sms apologética do filme e um punhado de críticas abonatórias venceram os meus medos. E ainda bem que tal aconteceu. "Das Leben der Anderen" destila humanismo.<BR/>A história começa em 1984. O muro, ainda, divide as duas Alemanhas, abafando aqueles que vivem na sociedade orweliana da parte dita democrática. Uma rede de informações é tecida por muitos (tantos!) cidadãos pacatos (estranhamente "normais") que se dedicam, submissa e acomodadamente, a ver, ouvir, e relatar todos os passos de vizinhos e companheiros de trabalho. A ler a vida dos outros, à procura de passagens dissonantes com a narrativa que o regime silenciosamente impunha, num texto ditado e que todos deviam repetir.<BR/>O Capitão Gerd Wiesler (Ulrich Muhe) destaca-se da mancha anónima de informadores. Convicto elemento Stasi, cumpre escrupulosamente as suas funções. Fareja os recantos das vidas daqueles que lhe parecem suspeitos – e poucos são os que escapam ao olfacto apurado deste profissional treinado. Como académico reputado ensina os seus métodos de interrogatório aos novatos que vão sendo amestrados. Recebe, por isso, com agrado a incumbência de seguir a vida de um dramaturgo famoso, George Dreyman (Sebastian Koch) que vive em harmonia, pelo menos aparente, com o poder instituído. Não são intuitos interesseiros de progressão nos quadros do partido que o acicatam – como acontece com o oficial de alta patente Anton Grubitz (Ulrich Tukur), seu colega de escola - nem outros vis desejos mundanos – como os apetites carnais do Ministro da Cultura Bruno Hempf pela actriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck), companheira de Dreyman. Move-o, apenas, a superior missão de salvaguarda do regime que aprova.<BR/>Wiesler segue a vida de Dreyman. Assiste ao seu desenrolar, sentado a uma secretária com auscultadores atentos e écrans vigilantes. Perscruta-a até aos mais ínfimos pormenores. Vive-a, à míngua de uma que lhe pertença. A vida de Dreynman inunda a sua. Ocupa o vazio que o habita. É ela que lhe oferece as suas únicas emoções. Só tem a vida de Dreynmar e de Sieland. A vida dos outros. Agarra-se, então, a ela. Procura remendá-la. Para isso trai o regime, esconde-lhe informação. Deixa que Dreyman – sem que este suspeite da vigilância a que é sujeito e da conivência com que é brindado - publique um artigo altamente comprometedor no ocidental "Der Spiegel". Enquanto o texto é preparado em segredo na casa do escritor, Wiesler forja, para os relatos oficiais, uma "falsa" peça que o dramaturgo estaria a escrever para comemorar os 40 anos da RDA. Cria uma trama ficcional em que Dreyman desempenha um papel sem o saber. <BR/>O que o leva a manipular o curso de acontecimentos? Um coração que entretanto começara a bater? Um imperativo ético que, entretanto, o conquistara? A soberba interpretação de Ulrich Muhe, que poupa em artificios e exageros, deixa espaço para a suposição. A derrocada do pétreo e insensível stasi dá-se simbolicamente aquando da sua conversa com a criança no elevador. Aí transige com a sua férrea actividade persecutória. Nasce um novo Wiesler. No entanto, a pele permanece a mesma. Sentimo-lo, percebemo-lo, porque Ulrich Muhe no-lo dá a conhecer quase imperceptivelmente. Não precisa de palavras, esgares ou olhares mais impressivos. À transparência, lemos-lhe a alma renovada.<BR/>Com o incumprimento do dever que o vinculava face ao regime, liberta-se. Reganha a sua vida, recupera a sua humanidade. Conquista o seu direito à "Sonata para um homem bom".<BR/>E o filme podia ser só isto. Mas é muito mais. Deixa-nos muitos pontos para reflectir. Dele podemos tirar muitas lições para a sociedade controladora em que vivemos. Ensina-nos a estar de atalaia para novas formas de ditadura informacional que se vão instalando, a pouco e pouco.<BR/>O filme tem, também, o mérito de não cometer o pecado que podia ser capital - o encontro sentimentalão entre o Stasi arrependido e o vigiado agradecido. Salva-se in extremis. O relato da história passada, escrita pelo punho de Dreynman, em livro publicado já após a queda do Muro de Berlim, serve os intuitos apaziguadores. Basta-nos que, na última cena do filme, Wiesler - aquele que um dia fora o agente HGW XX/7 - com um leve sorriso no rosto, após comprar o livro, o reclame do vendedor despido de embrulhos supérfluos "por ser para ele" a sonata nele contida.
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As Vidas dos Outros

Teresa Andrade

Excelente! Um filme lindo, acerca do que realmente faz transformar as vidas das pessoas: os sentimentos e em especial o amor.<BR/>A não perder!
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As vidas dos outros

Patrícia Mingacho

...E se houvera um sistema em que o objectivo era a igualdade entre os homens, esse sistema venceu pela igualdade na brutalidade com que cada vida era usurpada, na banalidade com que, em prol de um sistema, se vigiava a privacidade da individualidade…e se este sistema fracassou foi também porque houve quem, confrontado de perto com essa esquizofrenia o combatesse da melhor forma, porque o tocava… E, mesmo do lado dos “maus”, há quem pense e por isso tente, de uma forma subtil, se libertar e libertar quem, porque só pode calar, vive com a esperança que um dia haverá quem os agrilhoes liberte…<BR/>E é por isso que filmes como estes nos enchem a alma, porque não nos confrontam apenas com o bem e o mal, como se essa dicotomia tão fácil de estabelecer fosse tão fácil de viver e não confundir… Este filme mostra-nos que, também do lado do paraíso perdido, há laivos de razão… Este filme mostra-nos que, por vezes, os melhores estão do lado errado e que, só a embriaguez na utopia dos homens, os fazem continuar a acreditar em sistemas tão fraudulentos, feitos de homens invejosos… E aquela sonata para um homem bom, tocada quando o engenheiro da alma já não podia calar tanta raiva, tanto descontentamento, faz-nos pensar quão forte é necessário ser para conseguir resistir… E aquelas imagens intensamente lascivas por trás daquelas folhas de papel, como metáfora para a vida que cada homem pode ter, quando não se resigna, mas ao memos tempo, o papel como espiação de quem, não tendo nada a temer, dorme em consciência, deixando alerta quem, pela perversidade de tudo querer, pela insanidade de tudo pensar controlar, se pudesse até a sua sombra aprisionaria… <BR/>Se há razões para descrenças em sistemas utópicos, criados por homens sem escrúpulos e feitos de perversidade, este filme é um bom exemplo mas, na frieza das imagens, vemos também que há quem um dia, quando confrontado de perto com o outro lado, sinta vontade de saltar o muro e o faz…<BR/>
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As vidas dos outros

Maria Rosário Reiche

Excelente, comovente! Imperdível mesmo para quem procura o cinema alternativo. <BR/>Seguramente um dos filmes da minha vida.
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Cinema é as vidas dos outros

Rita (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Berlim Oriental, 1984. O Capitão Gerd Wiesler (Ulrich Mühe) acredita profundamente no seu trabalho. Wiesler é perito em vigilância no Ministério para a Segurança do Estado (Ministerium für Staatsicherheit) ou Stasi, a sofisticada e minuciosa polícia secreta da República Democrática Alemã, que dispunha de cerca de 90.000 funcionários oficiais. Georg Dreyman (Sebastian Koch, “Zwartboek - Livro Negro”) é um encenador de teatro e um aparente defensor do sistema socialista, usando a sua idoneidade para defender amigos dissidentes como o seu amigo Paul Hauser (Hans-Uwe Bauer) e o encenador Jerska (Volkmar Kleinert), sujeitos a métodos que variam entre a colocação de escutas, o recrutamento de vizinhos, amigos ou familiares como informadores, muitas vezes coagidos através da chantagem, ou a proibição de exercer a sua arte. Por pressão de um membro do Comité Central, Dreyman torna-se suspeito e é colocado sob investigação. O processo fica a cargo de Wiesler, interessado sobretudo em estar mais próximo de Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck, “The Good Shepherd”), a namorada de Dreyman e uma famosa actriz. <BR/><BR/>“Das Leben der Anderen” é um filme extremamente inteligente onde são focados elementos tão diversos como a traição e a lealdade, o dilema entre os princípios morais e a sobrevivência, as consequências políticas da passividade e o comprometimento pela acção, e o romântico conceito da transformação pela arte. <BR/><BR/>“Das Leben der Anderen” é um filme longo mas o seu ritmo assemelha-se ao de um agressivo interrogatório, com a pressão num escalar progressivo, até ao desmoronar final. Maceradas em cinzento, estas personagens transformam-se em pequenos detalhes com subtileza e consistência. <BR/><BR/>A personagem de Ulrich Mühe, uma excepcional interpretação deste actor proveniente de Leste, é a força emocional deste filme. Ele é o voyeur, é ele que monitoriza a vida dos outros, que a controla, mas que também sente a tentação de intervir. Mas, em última instância, a vida que nós observamos é a sua. <BR/><BR/>Na sua estreia na realização, o alemão Florian Henckel von Donnersmarck produz um filme fascinante, poderoso, duro e comovente, onde as expectativas e as acções de uns moldam as vidas dos outros. <BR/><BR/>As vidas dos outros. Cinema é isso. Cinema é isto. <BR/><BR/><BR/>10/10
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