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Volveréis - Voltareis

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Drama 114 min 2024 M/12 13/02/2025 FRA, ESP

Título Original

Sinopse

Ale e Álex (Itsaso Arana e Vito Sanz) vivem em Madrid, são casados e, até há pouco tempo, eram felizes juntos. Mas agora, passados quinze anos de partilha, estão ambos certos de que se querem separar. De forma a tirar o habitual peso daquele momento das suas vidas, têm uma ideia que deixa todos perplexos: organizar uma festa para celebrar o divórcio. Mas nenhum familiar, amigo ou colega de trabalho se deixa convencer de que aquilo seja um ponto final.

Com assinatura do espanhol Jonás Trueba (Têm de Vir Vê-la), um filme que, como diz uma das personagens, “parece uma comédia, mas na realidade é um drama” sobre relações humanas e o fim do amor numa relação a dois.

PÚBLICO

Críticas dos leitores

Voltareis

Fernando Oliveira

Em “Têm que vir vê-la” (o filme anterior de Trueba), durante um passeio pelo campo a câmara recuava e mostrava-nos a equipa de filmagem do filme. “Voltareis” é apenas o segundo filme do realizador que conheço, e é notável como o realizador gosta de enlear nos seus filmes a ficção que nos quer contar e o sua maneira de fazer filmes.

Neste, os dois personagens principais são uma realizadora e o seu companheiro e actor no filme que está a realizar e é claro que Ale, a realizadora, e Jonás Trueba são “um e o outro”: novamente a câmara recua e aquilo que até aí julgávamos a história do filme passa a ser o filme que Ale está a finalizar.

Vida e Arte confundem-se no Cinema de Trueba, uma “confusão” fascinante, como se Ale realizasse um filme que nos contaria o mesmo que o filme de Trueba nos conta. Ale e Aléx vivem juntos há quinze anos, numa noite decidem que está na altura de se separarem, e resolvem fazer uma festa para comemorarem a separação.

Citam o pai de Ale que diz que na vida são as separações que se devem comemorar (outra “confusão” deliciosa: o pai de Ale é interpretado por Fernando Trueba, que é o pai de Jonás, e no genérico final escreve-se que o filme é baseado numa frase deste que é a que Ale e Aléx atribuem ao pai desta), e o resto do filme é só isso: a preparação da festa e a convidar os amigos e familiares, a causarem um enorme reboliço. Para o dia 22 de Setembro, no equinócio de Outono, um dia simbólico e sugestivo que pouco a pouco se vai transformando na razão.

O Cinema de Jonás Trueba pode lembrar muito o Cinema de Hong Sangsoo, mas o realizador perverte essa ideia com a memória das comédias românticas do classicismo americano, aquelas em que confusões várias, enganos e desenganos, separam um casal até ao reencontro feliz no final (“Voltareis”, o titulo, diz tudo), um Cinema que mistura assim a narrativa da leveza da vida de todos os dias, mas também as agruras, com uma imensa memória cinematográfica, um namoro que é deslumbrante.

As “atmosferas” minimalistas e o trabalho partilhado com os actores do Cinema do coreano, enleiam com a leveza alegre dessas comédias (“Com a verdade me enganas”, filme de 1937, realizado por Leo McCarey é uma referência citada no filme), num filme de uma extraordinária imaginação, com actores magníficos (Itsaso Arana e Vito Sanz que coescrevem o argumento com Trueba e que vêm do filme de 2022), um Cinema absolutamente inteligente (ver como aquilo que não é Cinema – as canções ou os livros – traz ao filme um onirismo feliz).

Vamos defini-lo assim: um filme feliz, muito feliz. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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