Vera Cruz

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Western 94 min 1954 M/12 02/05/2000 EUA

Título Original

Vera Cruz

Sinopse

Um western de choque para a época em que apareceu, com a sua carga de brutalidade e amoralismo. O encontro de dois gigantes, Gary Cooper e Burt Lancaster, o primeiro com o seu perfil de cowboy clássico e o segundo, numa das suas mais terríficas aparições, pujante de vida e violência, cínico e capaz de tudo para se apoderar do ouro do imperador Maximiliano do México, também desejado pelos juaristas. Um western perfeito e inovador, fotografado num dos primeiros processos rivais do Cinemascope: o Superscope. Texto: Cinemateca Portuguesa

Críticas dos leitores

Vera Cruz

Fernando Oliveira

“Vera Cruz” é um “western” contado no México durante a revolta dos Juaristas contra o imperador Maximiliano, e aonde aventureiros americanos, quase sempre homens com a vida destruída pela Guerra Civil, iam vender a sua habilidade com as armas a quem mais lhe pagasse. Ora Robert Aldrich, realizador desigual capaz do melhor e do pior, abala os códigos do género ao virar de pernas para o ar toda e qualquer possibilidade de maniqueísmo, e evitando qualquer juízo moral (Chabrol chamou-lhe uma “fantasia surrealista”). Esta perturbação diegética, esta impureza que define os personagens era, na década de cinquenta, bastante inovadora e será influência para o Cinema de Peckinpah ou Leone que anos mais tarde encheriam os seus filmes de violência extrema e sem regras (a não ser as coreográficas) e personagens “sujas” e “más”. Um grupo de mercenários americanos comandados por Joe Erin (Burt Lancaster) aos quais se juntou Benjamin Trane (Gary Cooper) é contratado pelo imperador Maximiliano para acompanhar uma caravana militar até Vera Cruz, aonde também segue a condessa Marie Duvarre. Debaixo do assento da carruagem da condessa estão escondidos três milhões de dólares que vão ser usados para pagar a soldados para o exército do imperador. Só que todos acabam por saber do dinheiro e todos o querem para eles. Aldrich conta estes movimentos narrativos, e as alterações nas intenções dos personagens (Joe e Marie querem ficar ricos, Trane quer recuperar a vida que tinha antes da guerra, há quem seja leal – mas Joe está fixado na beleza da condessa, e Trane nos encantos de Nina (Sarita Montiel), carteirista e juarista, que o faz desistir do dinheiro para os revolucionários; mas estes pequenos desvios para o “bem” são sempre encharcados por um sarcasmo bastante perverso) com uma perfeição espantosa: Truffaut na crítica que escreveu sobre o filme chamou-lhe “mecanismo de relojoaria”. É a soma desta minucia na forma como conta a história com a inteligência formal de Aldrich que faz de “Vera Cruz” um dos mais notáveis “westerns” dessa década que para o Cinema foi tão prodigiosa como impura na forma como começa a implodir os códigos, agarrando neles e dando-lhes um safanão. Essencial. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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