Duelo ao Pôr-do-Sol
Título Original
The Last Sunset
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas dos leitores
Duelo ao pôr do sol
Fernando Oliveira
Alguns dos arquétipos do western clássico: o homem solitário que aparece no horizonte árido, um fugitivo que foge do presente, o encontro com o passado; outro homem que o persegue à procura de justiça; uma mulher que adensa a disputa; a travessia, também simbólica, de uma manada; o ataque dos índios; o duelo final.
Tudo isto está em “Duelo ao pôr do Sol” filme de 1961 realizado por Robert Aldrich, o que o realizador lhe acrescenta é a angústia que vem da fatalidade, do deslizar imparável para a tragédia. Quando Bren, o assassino, chega àquele rancho e reencontra o seu amor do passado, quando o marido dela morre e ele alia-se a Dana, o seu perseguidor, para conduzir a gado até Texas, o seu destino está decidido.
Quando Belle “escolhe” Dana, e há um cheiro a incesto na relação de Bren com Missy, a filha de Belle, o duelo final deixa de ser um confronto definido pelo maniqueísmo e passa a ser um sacrifício. O argumento de Dalton Trumbo abre brechas profundas nas convenções do género, como em o “Rancho das paixões” de Lang ou em “Johnny Guitar” de Ray, alguns anos antes, o western tange aqui a tragédia grega. Aldrich começou com os melhores, foi assistente de Chaplin e Renoir, e sempre gostou de “torcer” aquilo que contou nos seus filmes. São filmes profundamente pessimistas sobre personagens obsessivas que sabem que a vida é tortuosa, e que “brinca” de forma cruel com eles. Vira de pernas para o ar aquilo que dela desejamos.
A belíssima fotografia de Ernest Lazlo torna ainda mais intenso este negrume, esta inquietação. Kirk Douglas, Rock Hudson, Dorothy Malone e Carol Linley interpretam Bren, Dana, Belle e Missy neste filme que perverte o western de forma perturbante. Um filme belo e triste. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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