Ora aí está uma novidade tal como se apregoava, um filme representando o confroto entre a eficácia da inteligência artificial e a alma da inteligência humana. Bom, talvez não seja novidade... Também não é novidade que este motor de inteligência artificial comece a sentir e muito menos que faça o papel de "Bom" na fase final do filme. Não é novidade que a maior potência tecnológica bélica fale americano. Também não é novidade que existindo um trio de elite num filme, um tem de ser negro e morrer, e o outro, uma mulher, sem esquecer que os três melhores pilotos do mundo são os mais jovens. O que é então novidade no filme? As modernas aeronaves supersónicas a velocidades estonteantes batem as acrobacias de "Top Gun"; contudo, a velocidade dos efeitos especiais que tornam as cenas de voo mais interessantes são o que tiram de cena o clima humano, a tensão e os sentimentos presentes nos pilotos.<BR/><BR/>No geral, mereçe crédito pelo esforço, as descolagens do porta-aviões estão apelativas, o exagero nos maravilhosos ecrãs e botões da sala de controlo do EDI, que segundo o filme apenas deveria monitorizar, estão acima do aceitável. Mas os jactos a voar causam o seu impacto. Existem cenas horríveis, como a visualização da aldeia atacada pela poeira, que de 3D nada tinha, mas no geral mereçe o espanto das audiências.<BR/><BR/>Cerne da história: trio da elie de pilotos jovens exibicionistas tem a concorrência de um "homem de lata", o seu superior. Obcecado com o projecto, precipita-se e inicia erros que levam ao descontrolo do seu esquadrão. O avião inteligente cumpre a sua função de aprender e posteriormente desobedecer a ordens, em prol do implantado nas suas memórias (e aqui pergunta-se, para quê o relâmpago?). O piloto humano exibe finalmente a sua superioridade, e o AI rende-se ao companheirismo com o seu colega piloto.<BR/><BR/>Até aqui, o filme estava a ser espectacular e intrigante e, apesar da previsibilidade dos acontecimentos-chave, foi agradável de se assistir. Depois o filme acaba. A rapariga ficou "presa" na Coreia do Norte e os dois pilotos aterram em segurança mínima no Alasca. <BR/><BR/>No último terço, começa uma nova versão do "Desaparecido em Combate" com Chuck Norris montado num avião inteligente após ter morto todos os que conspiraram maleficamente contra ele no Alasca. A rapariga safa-se heroicamente fugindo a algumas balas e dizimando a guarda fronteiriça com o seu arsenal bélico de bolso... (Nesta parte do filme, percebe-se que os guardas Norte-Coreanos são treinados para efectuar mortais para trás ao ouvirem tiros americanos). Acabam-se-lhe as balas, chega o salvador-voador que dizima todo o exército perseguidor com um míssil (carregado de 400 litros de gasolina)...<BR/><BR/>Ele salva-a, ela cora, eles correm e o avião inteligente colide inteligentemente com um helicóptero assassino pondo fim à sua curta existência, sem se ter esqueçido de dizer "Goodbye. Fim.<BR/><BR/>Duas horas de filme, que gostei de ver, mas se alguém queria um filme sério, este não o é de certeza. De humor, nada! Resta assim somente a acção, e os efeitos de F14 apetrechados com asas de joaninha. Felizmente, este filme só dará uso ao próprio título pela sua popularidade, pois facilmente "passará despercebido" camuflado na sua americanização.

Só por ter a banda sonora dos Incubus já é um grande filme...