É um filme simples, despretensioso e que pretende entreter e consegue. As cenas de acção são engraçadas com destaque para os diálogos do Murdock (o melhor do filme). Aconselho.

Excelente. Pelo Murdock vale a pena.

“Os Soldados da Fortuna” é a adaptação cinematográfica da famosa série de televisão dos anos 80 (criada por Frank Lupo e Stephen J. Cannell) e querendo dar a dimensão de “filme” à série não se tratou da melhor maneira o que fazia funcionar a série da TV. “Os Soldados da Fortuna” tem programa para cumprir. Primeiro tem de apresentar a série a novas gerações, tem de manter características reconhecíveis da fórmula original de forma a não decepcionar os fãs e tem de transformar uma série televisiva num filme; não é coisa pouca mas já foi efectuado com outras séries televisivas embora com resultados díspares. O realizador Joe Carnahan, o mesmo de "Narc" e "Smokin’Aces", que é também co-argumentista principal opta obviamente por nos mostrar a origem de “Os Soldados da Fortuna”. O filme inicia-se com o encontro de "Col. John 'Hannibal' Smith" (Liam Nielson) e "Lt. Templeton 'Faceman' Peck" (Bradley Cooper) com "Cpl. Bosco 'B.A.' Baracus" (Quinton 'Rampage' Jackson) e "Murdock" (Sharlto Copie) e segue mostrando a forma como a equipa “undercover” foi tornada proscrita. Carnahan opta por várias piscadelas de olho à série televisiva com a apresentação dos protagonistas colocando o nome da sua personagem ao lado das mesmas e algumas soluções de montagem parecem ter mais a ver com uma lógica de videoclip televisivo do que com um filme, o que nem sempre resulta. A escala é no entanto evidentemente maior: as sequências de acção são tornadas mais espectaculares com destruições de carrinhas, helicópteros, aviões e barco cargueiros impossíveis de concretizar numa série televisiva. Neste último ponto não haveria nada a apontar se se conseguisse manter aquilo que “Os Soldados da Fortuna” sempre tiveram de melhor – as suas personagens com os 4 protagonistas masculinos quase todos a roçarem a fronteira da loucura e um tendo-a já ultrapassado. Este grupo de mercenários improváveis que eram personagens televisivas funcionavam na televisão criando uma química (equipa) especial que embora esteja presente no filme foi descurada em relação a tudo o resto e o filme perde por isso – já não estamos em terreno televisivo e as personagens precisavam de ser um pouco mais trabalhadas. O argumento e realizador parecem também estar perdidos sobretudo a partir de meio do filme em relação a como adaptar a série aos anos 10 (2010-2019). É impossível não pensar na adaptação de Missão Impossível ao cinema enquanto vemos “Os Soldados da Fortuna”. Carnahan, assim como De Palma, rejeita qualquer tipo de sentimento de melancolia mas Carnahan não pode mudar a estrutura da equipa de “Os Soldados da Fortuna” (porque sabe que foi isso que tornou a série um sucesso); no entanto é evidente que a personagem que funciona melhor na actualidade e no contexto do filme a que se assiste (que pretende ser um “blockbuster”) é a de “Faceman”. Missão Impossível tornava Jim Phelps vilão por um motivo: o cinema iria reler Missão Impossível adaptando-o aos anos 90 de forma a pôr Cruise como protagonista permitindo um descolamento do seu formato televisivo (e foi indiscutivelmente a melhor opção). “Os Soldados da Fortuna” tem consciência disso e o filme até deixa “Faceman” ser “líder” delineando o plano final mas quando no fim tenta concluir que talvez seja melhor “Hannibal” assumir o controlo novamente fá-lo sem pungência ou ressonância com o que vimos no resto do filme. É que “Hannibal” não é particularmente trabalhado pelo argumento de forma a poder ser tornado no líder natural do grupo no século XXI e no cinema “blockbuster”; Liam Nielson faz o que pode mas é indiscutível que o actor/personagem do filme são Bradley Cooper/”Faceman”. A personagem de Murdock, grande responsável por momentos cómicos da série é também aqui mais “vulgar” e menos interessante. Adicionalmente a personagem de Jessica Biel é mal conseguida fazendo com que a química entre a sua personagem e a de Copper deixe a desejar. A provar o que se disse está a melhor cena do filme: os 4 protagonistas dentro de um tanque quase em queda livre a tentarem fazê-lo voar: testosterona, loucura e “cojones” quanto bastem – é o que fazia funcionar a série; pena é que por problemas de argumento mas não só o filme, nomeadamente no que respeita ao tratamento das personagens, fora das sequências de acção funcione menos bem. * (1,5/5)

Dos filmes que tenho visto ultimamente, este é claramente um dos melhores. Foram feitos alguns filmes a partir de séries dos anos 80 e alguns remakes de séries dessa altura, nenhum esteve tão à altura do desafio quanto este título. Tal como a série, tem imensas cenas de acção, e algo que me surpreendeu um pouco, muitas piadas pelo meio do filme. Ou seja, é um filme rápido, com muitas cenas de acção e sempre com uma boa disposição. Para as pessoas que conheciam a série e não só. É diversão garantida.

Aconselho vivamente este filme... É o máximo... Muito bom.