Simone Veil nasceu em Nice, a 13 de Julho de 1927, no seio de uma família burguesa de origem judia – o pai era um arquitecto premiado; a mãe foi forçada pelas regras da sociedade da época a abandonar os estudos para cuidar da família. Em 1940, após a invasão da França pela Alemanha, as suas vidas ficaram marcadas pela guerra e pela perseguição nazi. A família foi presa e deportada para campos de concentração em Março de 1944 e, à excepção de Simone e de Madeleine, sua irmã, ninguém sobreviveu. Após a libertação, já em 1945, a jovem ingressa na Faculdade de Direito, em Paris, onde conhece Antoine Veil, com quem veio a casar e a ter três filhos. Após algumas negociações, Antoine aceitou que ela fosse magistrada e sua ascensão foi imparável: em 1969, foi designada conselheira do então ministro da Justiça, no ano seguinte tornou-se a primeira mulher secretária-geral do Conselho Superior da Magistratura. Em 1974, foi nomeada ministra da Saúde do Governo liderado por Jacques Chirac (1932-2019). Nesse cargo, ficou conhecida por promover o acesso a métodos contraceptivos e por ter elaborado a lei de despenalização da interrupção voluntária da gravidez, que entraria em vigor em França em de Janeiro de 1975. Regressou ao Governo francês em 1993, mas seria no Conselho Constitucional, a mais alta instância judicial, que passaria a última década da sua vida activa. Ao longo do tempo, foi acumulando distinções: a Legião de Honra, a Academia Francesa ou a presidência da Fundação para a Memória da Shoah (termo hebraico padrão para o Holocausto). Nos últimos anos, a idade e a doença afastam-na da vida pública, acabando por morrer em Paris, no dia 30 de Junho de 2017, aos 89 anos.
Com realização e argumento de Olivier Dahan ("La Vie en Rose", "A Minha Canção de Amor", “Grace de Mónaco”), este filme segue o extraordinário percurso de Simone, desde a infância à velhice. Elsa Zylberstein, Rebecca Marder, Élodie Bouchez, Judith Chemla, Olivier Gourmet e Mathieu Spinosi assumem os papéis principais. PÚBLICO