Sempre que acharem que a vossa vida é funesta ou caso pensem em atirarem-se da ponte Vasco da Gama (evitar a 25 de Abril porque já está muito visto e causa muito transtorno no trânsito) veja este filme primeiro. De repente, a vida toma outro sentido, fica com outro cheiro. Excelente filme de actor. A actriz incorporou Piaf de forma magistral (qual Charlize a fazer de Monstro) mas...o enredo está um pouco confuso e desarticulado. De tal maneira que tive de ir à Wikipedia tentar perceber melhor o que se passou no filme (se calhar foi esse o objectivo do realizador, um filme interactivo). Tinha potencial para se tornar um filme fabuloso, assim ficou um bom filme com uma excelente actuação por parte da jovem talentosa (e mui guapa) Marion Cotillard. Aconselho vivamente mas apenas em dias em que a moral esteja em cima, pois correm o risco de saírem de lá muito plumbeos! Mzz

"La Vie en Rose" é um filme francês dos melhores que vi ultimamente. O argumento retrata a vida duma das grandes cantoras do século XX, com humanidade mas a frieza necessária para falar dum problema muito comum no meio artístico: a dependência de substâncias. A principal questão que o filme me levantou foi se Edith, sendo tão boa bêbada e drogada, não seria ainda melhor se estivesse sóbria e livre de substâncias durante os espectáculos que dava...<BR/><BR/>O grande final, "non, je ne regrette rien", foi emocionante, bem como toda a banda sonora do filme, muito à base das canções da própria Edith. Foi pena ter falhado, logo no início, a sincronização entre os lábios da actriz e o playback.<BR/><BR/>Para terminar, e porque a comparação é inevitável, o filme meteu no bolso Hollywood. Não compreendo a aversão que os portugueses revelam ao cinema europeu (e ao português, aí inserido). Deste lado do Atlântico fazem-se coisas tão boas ou melhores do que em terras do Tio Sam, mas que precisam do apoio dos Ministérios da Cultura para conseguirem chegar ao público. Porquê?

"La Vie en Rose" começa por ter um grave inconveniente - estar presente em poucos dos grandes cinemas em Lisboa. Deste modo, é provável que o espectador tenha de se dirigir a um cinema que pode não ser necessariamente o mais próximo da sua habitação. <BR/>A história está muito bem contada, ainda que recorrendo frequentemente a analepses, o que pode trazer desvantagens de interpretação a alguns dos espectadores. O guarda-roupa é rico, tal como a interpretação da actriz principal - algo completamente surreal, tal como a "verdadeira" Edith Piaf.<BR/>Aos que possam, recomendo o visionamento deste filme; caso contrário, a compra do DVD - quando for editado - será certamente obrigatória para quem quer saber mais acerca da difícil vida de Edith Piaf.

A vida de Edith é contada de forma hábil. <BR/>As mudanças de tempos em que a narrativa decorre estão bem conseguidas. <BR/>A interpretação é segura e a caracterização notável. <BR/>A estória de uma vida bem contada.