O Rei dos Reis
Título Original
Realizado por
Sinopse
Inglaterra, 1846. Charles Dickens (1812-1870), um jovem escritor e pai de família, sente dificuldades em conciliar a vida familiar com as exigências profissionais decorrentes do grande prestígio e fama que alcançou. Para cativar os filhos – em especial o irrequieto Walter, o benjamim da família –, escreve a sua versão da história de Jesus Cristo, considerado o Rei dos Reis. Nascido muitos séculos antes, Jesus era um homem gentil e compassivo, capaz de perdoar as falhas de todos os que, na sua imperfeição humana, cometiam erros. As crianças, pouco familiarizadas com a história de Cristo, ficam encantadas com a narrativa e aquela obra transforma-se num momento marcante na vida de cada um deles.
Com argumento e realização de Seong-ho Jang, este filme de animação inspira-se no livro infantil "A Vida do Nosso Senhor", escrito por Dickens para os seus próprios filhos enquanto trabalhava em "David Copperfield". Lida todos os anos como tradição natalícia da família Dickens, foi desejo do autor que só fosse divulgada após a morte de todos os descendentes. Acabou por ser publicada em 1934, 64 anos após a morte do autor.
A versão original conta com as vozes de Kenneth Branagh, Uma Thurman, Mark Hamill, Pierce Brosnan, Roman Griffin Davis, Forest Whitaker, Ben Kingsley e Oscar Isaac. Já a versão dobrada em português inclui Diogo Infante, Mimicat e Ricardo Pereira. PÚBLICO
Críticas dos leitores
O Jesus que amou até o fim
Thais G.
Há quem acuse Jesus de ser alguém mau, insensível ou até mesmo injusto. Mas essas visões distorcidas ignoram o que as Escrituras revelam com clareza: Jesus é a manifestação do amor, da justiça e da graça de Deus. Jesus não era mau — Ele é a própria expressão do amor de Deus.
Durante todo o seu ministério, Jesus curou os enfermos, alimentou os famintos, acolheu os marginalizados e perdoou os pecadores. Sua vida foi marcada pela compaixão (Mateus 9:36) e pela disposição de se entregar pelos outros — inclusive por aqueles que o rejeitariam. Amor genuíno não é ausência de correção, mas disposição de se sacrificar pelo bem do outro.
O evangelho não é julgamento, é redenção. Jesus mesmo disse: "Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo." (João 12:47). Ele não veio trazer condenação, mas oferecer uma ponte de reconciliação entre Deus e o ser humano. O evangelho é a boa notícia de que pecadores podem ser justificados, não por méritos, mas pela graça. Jesus não cometeu injustiças — Ele é o Justo que se entregou pelos injustos.
Acusá-lo de injustiça é esquecer que Ele foi condenado injustamente, suportou a cruz sem culpa alguma e, mesmo assim, intercedeu por seus algozes: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34). Isso não é maldade, é graça em sua forma mais pura. O verdadeiro evangelho é sobre transformação, não condenação.
Jesus não ignorava o pecado, mas também não destruía o pecador. Ele disse à mulher adúltera: "Vai e não peques mais." (João 8:11). O evangelho transforma corações, liberta do pecado e convida a uma nova vida. Portanto a meu ver, Jesus não é o vilão da história. Ele é o Deus que se fez homem para resgatar a humanidade caída. O evangelho da graça é a maior prova de que, mesmo quando o ser humano rejeita a Deus, Ele continua oferecendo perdão, amor e reconciliação. Jesus te ama! Foi por você ?
A reprodução constante da maior das mentiras
José Portugal
Mais uma obra cinematográfica que reproduz uma concepção totalmente errada de Jesus Cristo. Apresentado recorrentemente como a mais bondosa, pacífica e justa das pessoas, e num quadro de doutrinação constante das crianças (como aqui se observa, através da obra de Dickens), pouco ou nulo espaço há para o desenvolvimento de um pensamento analítico ou crítico sobre a dita cuja personagem histórica.
Vale a pena recordar que, ao contrário do que é exaustivamente propagandeado, Jesus defendeu a licitude do delito de pensamento, isto é, que as pessoas deviam ser julgadas e condenadas pelos seus pensamentos? Nos nossos dias, quantas pessoas estariam dispostas a defender um sistema de justiça que condenasse pessoas pelos seus pensamentos? Vale a pena recordar que Jesus fez a apologia descarada do genocídio (do dilúvio, por um lado, e de um genocídio final, por outro)?
Vale a pena recordar que essa bondosa, justa e pacífica pessoa jamais se lembrou de criticar o esclavagismo e nunca perdeu a cabeça num mercado de escravos, para depois perder a cabeça num mais que tradicional mercado de animais onde estes eram vendidos para serem sacrificados ao paizinho celeste? Vale a pena recordar que Jesus defendeu a aplicação de torturas sádicas infindáveis para a maior parte da humanidade?
Este filme pode ser uma excelente obra cinematográfica. Pode ser, também uma excelente adaptação de uma obra literária de valor. Mas, não deixa de ser mais um objecto, destinado à doutrinação de crianças, quando estas não estão capazes de contestar as "verdades" que lhes são metidas pelos olhos adentro. Haja a coragem de denunciar o lado negro de Jesus e de mostrar que, ao contrário do que diz a doutrina, Jesus não foi o supra-sumo das pessoas justas, pacíficas e bondosas.
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