Pirataria da melhor qualidade
Ricardo Pereira
Inspirado em uma atração do parque temático da Disney, "Piratas das Caraíbas" conta a história de Will Turner (Orlando Bloom), um jovem ferreiro que é apaixonado por Elizabeth (Keira Knightley), a filha do governador. Quando a garota é raptada pela tripulação do Pérola Negra, navio comandado pelo cruel Capitão Barbossa (Geoffrey Rush), Will decide resgatá-la e, para isso, solicita a ajuda de Sparrow (Johnny Depp), um pirata que encontra-se preso. O problema é que eles não sabem que o Pérola Negra está amaldiçoado e que, sob a luz do luar, Barbossa e seus tripulantes se transformam em fantasmas. Os efeitos visuais da produção, diga-se de passagem, são sensacionais: ao contrário da criatura de "A Múmia", para citar apenas um exemplo bastante conhecido, os esqueletos vistos em "Piratas das Caraíbas" se movem com uma incrível fluidez, não apresentando aquelas "tremidas" habituais vistas em personagens digitais. Além disso, as transformações acabam funcionando como recurso dramático para acentuar a ação, como na seqüência de duelo em que os piratas atravessam fachos de luar durante a briga, oscilando entre suas versões em carne-e-osso e aquela mais fantasmagórica. Da mesma forma, os demais elementos técnicos do filme (como já poderíamos esperar em uma superprodução) são impecáveis: as locações, obviamente aperfeiçoadas em computador, trazem gigantescos rochedos constantemente atingidos por ondas poderosas; e os designs dos navios e da cidade atacada pelos vilões são elegantes e grandiosos. O Pérola Negra, em particular, torna-se uma figura assustadora, já que o diretor de fotografia Dariusz Wolski utiliza sua experiência em projetos sombrios (como "Dark City" e "O Corvo") para conferir um ar ainda mais decadente ao navio – e percebam que tudo o que se encontra a bordo da embarcação assume um tom acinzentado, como se a própria Morte tomasse conta do ambiente. Para finalizar, a banda sonora composta por Klaus Badelt é empolgante e realça o clima de fantasia.
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