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Pecados Íntimos

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Crime, Drama 130 min 2006 M/16 01/02/2007 EUA

Título Original

Sinopse

Baseado num romance de Tom Perrota, "Pecados Íntimos" centra-se num conjunto de pessoas cujas vidas se cruzam em parques infantis, piscinas municipais e ruas de uma pequena comunidade, de forma surpreendente e potencialmente perigosa. O autor do romance trabalhou directamente com o realizador Todd Field ("In the Bedroom - Vidas Privadas"), percepcionando o filme como uma nova oportunidade de "re-imaginar a história e explorar novas potencialidades para as personagens". Nomeado em três categorias para os Óscares, o filme recolheu a unanimidade da crítica americana, que o considerou "soberbo" ("The New York Times"), "belo e provocador" ("Chicago Tribune") e "extraordinário" ("The New Yorker"). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Pecados Íntimos

Luís Miguel Oliveira

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Mário Jorge Torres

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Kate Winslet: A actriz sem medo

Jorge Mourinha

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Cuidado. Aqui há adultos

Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Subúrbios e preconceitos

Luis Esperança

Não será bem a nossa sociedade que aqui podemos rever, mas tem algo dela. O preconceito é sem dúvida aquilo que mais partilhamos. <BR/>Não sabemos bem o que se passa mas já temos ideias bem formadas sobre o nosso vizinho. Eles são muitas vezes a imagem dos nossos medos, a realidade que nem sequer nos interessa aprofundar, mas que com facilidade comentamos. <BR/>É também o entediamento da vida que não tem chama e que se perde para a rotina. O retorno aos nossos projectos da juventude, aquilo que queríamos ter sido ou queriamos ter vivido.<BR/>No fim, por vezes, voltamos à realidade...<BR/>Um bom filme para apreciar com atenção e disponibilidade para meditar aonde estamos nós lá...<BR/>4/5.
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2/5

Calvino

Achei as interpretações bestiais, mas o filme abominavelmente entediante. Mas não sou casado, nem moro num bairro tradicional americano, e talvez por isso o filme não me tenha sensibilizado como o fez àqueles que aqui o elogiaram.
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Íntimos

Teresa Fernandes

Denso, perverso, às vezes belo mas nem sempre perfeito.<BR/>No fim não sabia bem o que pensar, mas gostei.<BR/>Tenho que rever.
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Crianças Grandes

JPT

“Little Children” oferece muito mais do que a enésima encenação de um “affair” entre vizinhos. Atenta e sardónica reflexão acerca do que é ser adulto, é um filme como há muito não se via, não só pelo extraordinária habilidade de Todd Field para compor imagens e dirigir actores, já evidente no seu título de estreia “In the Bedroom” (que falhava por demasiado amor a Shakespeare) mas pelas extraordinárias personagens, coerentes mas nada convencionais, que apresenta. Encravadas no limbo entre o conformismo de classe-média e os sonhos da adolescência, reféns das suas obsessões, as “crianças grandes” do título original (e não do particularmente imbecil título português), sendo o espelho de tantos nós, são tudo menos clichés. É ao lograr manter esse fino equilíbrio entre a familiaridade e a imprevisibilidade – entre a telenovela de Hollywood e o freak-show Indy – que o filme ganha a aposta de pôr-nos a pensar na nossa relação com a vida, e que queremos fazer dela, e com a morte, que, como é estupendamente dito no filme, torna cada respiro um milagre irrepetível.
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Dilemas da carne

Carlos Natálio

“A fome por uma alternativa”- é assim que Sarah Pierce (Kate Winslet) vê a mentalidade de uma mulher que se recusa a aceitar uma vida de infelicidade. E quem é esta mulher? É a feminista Madame Bovary. Em que ocasião? Quando Sarah, jovem mãe e licenciada em literatura inglesa, discutem o famoso romance de Flaubert, na sua primeira reunião do “clube do livro” das donas de casa. E o que faz o já extenso cinema de Todd Field, (apesar desta ser a sua segunda longa, depois da obra prima que era indiscutivelmente “In The Bedroom”) senão oferecer precisamente essa “saciedade” para uma fome de alternativas no seio do cinema moderno? Uma alternativa pela via do drama adulto, em ferida aberta, pelo rigor de um olhar nocivo às convenções, mas sobretudo por um desconforto enraizado nos pormenores de um quotidiano, brutal e opressivo, na sua banalidade. Fome ainda a palavra certa para descrever estes pecados íntimos. Porque é neste ambiente de vizinhança de uma classe média urbana americana, como em “Safe” de Todd Haynes”, ou como em “American Beauty” de Sam Mendes, que se espartilham dilemas do corpo. Todos estes adultos têm de lutar contra a carne, amordaçar a pele nervosa que os impele: para uma pedofilia degenerante (o excepcional Jackie Earle Haley); para um adultério como bálsamo para a solidão (Kate Winslet e Patrick Wilson) ou para uma nova dependência sexual (Gregg Edelman). Isto sem esquecer uma documentarista sem atenção ao seu real (Jennifer Connolly).<BR/><BR/>Se a estratégia de entrelaçamento narrativo não surpreende (“Crash”, Syriana”, “Bobby”, “Short Cuts” só para referir alguns), espanta sim que a obra de Todd Haynes prescinda desse gancho melodramático, tão em queda, centrando-se antes na secura das decisões destes seres humanos, na crueza das interpretações ou no tom literário da voz off de Will Lyman, de uma serenidade falsamente apaziguadora. É tendo sempre o desastre iminente, em surdina (a importância dos comboios), quiçá porque paredes-meias com o postiço das relações sociais (a fidelidade, a falsa moral, a demencial perseguição do pecado), que Haynes consegue uma profundidade lenta, quase perversa na agonia de cada decisão. Neste mundo, a normalidade e a monstruosidade só à primeira vista se digladiam e as crianças são todos os que têm de agir. As de facto têm a vida facilitada porque alguém lhes põe cobro aos seus impulsos. Como na cena em que os pais na piscina não permitem que os filhos comam mais doces. Ao invés, as crianças, as de corpo adulto, têm de refrear impulsos, numa luta só, contra o pomposo sistema das relações humanas.<BR/><BR/>Socialmente desperto, o argumento de Tom Perrota (a autor do romance no qual se baseia) e de Haynes está na corrida para melhor guião adaptado. Kate Winslet, esposa e mãe desajeitada, está também nomeada para melhor actriz, assim como Jackie Haley no escalão secundário. Mesmo a possibilidade de vencer todas as três categorias, o que é duvidoso, deixa uma certa sensação de constrangimento pelo facto dos óscares, todos os anos passarem, sistematicamente ao lado dos melhores. Ainda para mais tratando-se de um objecto tão da “casa”.<BR/><BR/>Por fim, uma palavra para como a proximidade quase canónica, por estas alturas, da obra de Haynes a “Desperate Housewives” representa também o lado mais certinho de uma “neurose mainstream”. Por aqui passam, muito mais claramente os dilemas lacrimosos de Douglas Sirk, mas naquilo que Fassbinder destorceu (ou será naquilo que assentou raízes?). Seja como for, com óscares a mais ou a menos, o drama de Haynes, surge aqui claramente como um dos fortes candidatos a filme do ano. Absoluta obra-prima, a não perder. E para que se dissipem dúvidas, na mente dos mais cépticos, Haynes já é há muito um autor. 10/10
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(IN) TOLERÂNCIA E EXPECTATIVAS

RITA (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

"Little Children" faz uma análise microscópica do que é estar preso num casamento insatisfatório, numa maternidade/paternidade que parece querer excluir todas as outras facetas, da angústia de se sentir despersonalizado, da culpa que é exigir mais, do que é julgar os outros e do que é ser julgado por eles, e por nós próprios. <BR/><BR/>Sarah Pierce (Kate Winslet) vive nos subúrbios com o marido Richard (Gregg Edelman). Sarah decidiu deixar de trabalhar desde que a filha nasceu, mas passados 3 anos ela ainda não se sente igual às restantes mães do bairro, que como ela, gerem o seu dia em função dos filhos. Quando Sarah conhece Brad (Patrick Wilson), também ele um pai dedicado quase inteiramente ao seu filho, Sarah redescobre-se para além da palavra “mãe”. Brad, que estuda para o exame da Ordem de Advogados, que já chumbou 2 vezes, é sustentado pela sua sexy e dominadora mulher, Kathy (Jennifer Connelly). A relação entre ambos, como símbolo da luta contra as normas sociais, não será isenta de consequências. <BR/><BR/>Paralelamente, Ronald James McGovery (Jackie Earl Haley), um pedófilo recentemente saído em liberdade condicional, regressa ao seu bairro e tenta reintegrar-se numa sociedade aterrorizada e julgadora. As duas narrativas interligam-se com suavidade através de Larry (Noah Emmerich), um polícia reformado amigo de Brad, que está decidido a erradicar Ronnie do bairro através de acções persecutórias. <BR/><BR/>O filme de Todd Field (“In The Bedroom”), baseado no livro de Tom Perrotta, faz pensar em “Happiness” de Todd Solondz, pela forma imparcial com que lida com as suas personagens, todas elas ocupando as matizes indistintas entre o certo e o errado, todas elas com falhas, todas elas humanas. A opção por uma narração participativa não dilui em nada a intensidade da acção filmada, antes pelo contrário, através desta voz omnipresente, a compaixão e o humor são permitidos surgir nos momentos mais imprevistos. <BR/><BR/>As interpretações são todas elas poderosas e sem overacting, desde a natural Kate Winslet a um sólido Patrick Wilson (“Hard Candy”), e passando pela extraordinária prestação de Jackie Earle Haley, simultaneamente terrível e frágil. <BR/><BR/>“Little Children” é um filme intenso, que mostra os pais como seres emocionais, com sonhos e aspirações, que, quando castrados como pessoas, podem dirigir involuntariamente o seu ressentimento contra os seus próprios filhos. Todd Field manuseia com sabedoria e humanismo todas as armas que nos trazem este conto sobre a intolerância e sobre as expectativas que nós criamos acerca do que deverá ser a felicidade ― raramente pensando naquilo que ela já é. <BR/><BR/>8/10
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Sem pecado

António Cunha

Todd Field, o realizador, filma com mestria, honestidade e sem espírito crítico este ‘Little Children – Pecados Íntimos’. Ou seja, deixa que o espectador faça o seu juízo de valores. Assim é com a história sobre a relação adúltera, assim é com a comunidade em confronto com um pedófilo no bairro residencial. Field entrelaça as histórias à sombra de tragédia, que se adivinha.<BR/>Dá sempre prazer assistir a filmes protagonizados pela magnífica actriz Kate Winslet (esquecer definitivamente ‘The Holiday – O amor não tira férias’) e esta sua interpretação é digna de registo. Os actores Jennifer Connelly, Jackie Haley e Patrick Wilson (‘Hard Candy’) igualmente soberbos nos seus papéis. Seguramente um dos filmes do ano. A ver urgentemente (é pena que esteja em pouquíssimas salas). Nota: 4/5
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Imperdível

VG

Tal como o "New Yorker", também acho o filme extraordinário e um dos melhores do cinema americano dos últimos anos e que poderia ser assinado por qualquer dos grandes nomes. Realização muito cuidada, a tirar partido do guião e favorecido pelo facto do autor do texto estar ligado à produção. Actores muito verosímeis.
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