Os Amigos de Dean

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Comédia Dramática 108 min 2006 M/12 08/06/2006 ALE, EUA

Título Original

The Chumscrubber

Sinopse

Num bairro aparentemente idílico de classe média, Dean encontra o melhor amigo, Troy, enforcado em casa. Os dois amigos tinham um negócio de venda de anfetaminas e, depois da morte de Troy, Dean começa a ser pressionado por um bando rival. Esse bando chega mesmo a raptar um rapaz, pensando que é irmão de Dean e que assim vão conseguir as anfetaminas deixadas por Troy. Mas ao fim de três dias, ainda ninguém deu pela falta do rapaz. <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Luís Miguel Oliveira

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Mário Jorge Torres

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Suburbanos desesperados

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Obrigatório ver!

Emerson Barbosa

Um filme alucinante com personagens (quase todas elas) alucinadas. Trata-se de um filme onde são abordados de uma forma fria e real muitos dos problemas das sociedades de hoje em dia, onde as relações, ou a falta destas entre as pessoas (familiares, vizinhos, colegas, etc) são evidentes e levam à tão real solidão dos nossos dias. A futilidade, a aparência do (falso) bem-estar, está bem retratada pelas personagens, mas acima de tudo destaco a forma como tudo foi abordado. Os dramas do dia-a-dia com muito humor, que nos faz sair do filme com um largo sorriso no rosto. A não perder!
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América de plástico

Pepe

A principal virtude de "Os Amigos de Dean" é a capacidade de orquestrar um vasto e respeitável elenco como um meio e não como um fim. Glenn Close é a mãe suburbana em desagregação, Carrie-Anne Moss a balzaquiana da porta ao lado, Ralph Fiennes, debatendo-se com o sotaque de origem, um político de pacotilha renascido para um "new-age" de pechisbeque e Rita Wilson a histriónica e egoísta aspirante a primeira dama. Estas e outras personagens enriquecem uma paisagem que, de outra forma, não teria cor nem picardia, lançando esta história, tão amarga quanto descomprometida, num abismo niilista que não serviria tão bem essa imagem de uma América de plástico, mesquinha e tonta, da qual é preciso rir antes de se levar a sério. Dean (um contido Jamie Bell) transporta o "pathos" e a sabedoria e, perante o absurdo que se amontoa à sua volta, acaba por ser o móbil da (breve) responsabilização da comunidade de adultos perante os seus póprios actos e os dos jovens que pretendem moldar à sua medida.<br/><br/>Estão longe daqui a revolta e a corrosão de "Beleza Americana", mas o desempenho dos actores e a vaga tristeza que percorre o argumento fazem de "Os Amigos de Dean" um bom antídoto para o enjoo dos "blockbusters" de Verão.
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O subúrbio é um lugar estranho

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Se o cinema independente norte-americano tem oferecido algumas das mais criativas obras da sétima arte dos últimos anos, por outro lado também tem proporcionado títulos que pouco mais fazem do que compilar, de forma algo impessoal, uma série de códigos e traços identitários que se foram gerando dentro desses domínios. “Os Amigos de Dean” ("The Chumscrubber"), primeira longa-metragem de Arie Posin, está algures entre esses dois extremos, uma vez que apesar de sequências inventivas e várias boas ideias acaba por não acrescentar muito a quem já tenha visto películas como “Donnie Darko”, de Richard Kelly, ou “Beleza Americana”, de Sam Mendes, duas referências próximas. Tal já ocorria com o também recente “Chupa no Dedo”, de Mike Mills, que raramente era capaz de afirmar um espaço próprio, e cujo título original, “Thumbsucker”, é facilmente associável ao do d’“Os Amigos de Dean”.<BR/><BR/>Mais uma perspectiva sobre os subúrbios e o carácter falacioso das aparências dos seus habitantes, o filme tem como mote o suicídio de um adolescente, Troy, e as ramificações que esta morte tem entre os colegas, familiares e vizinhos deste. Dean é o primeiro a ter conhecimento do trágico destino do amigo, mas mal consegue lidar com os seus sentimentos quando os pais são incapazes de fazer mais do que recomendar-lhe medicamentos contra a depressão e as reacções dos seus colegas à notícia variam entre a indiferença e o escárnio.<BR/><BR/>Três destes fazem chantagem com o protagonista de forma a recuperar doses consideráveis de drogas que Troy tinha escondidas e que só Dean sabe onde se encontram, mas aquilo que começa como uma aparente brincadeira acaba por adoptar contornos mais sérios e preocupantes (aproximando-se de “Uma Pequena Vingança”, de Jacob Aaron Estes, ou “Bully – Amizades Perigosas”, de Larry Clark).<BR/><BR/>Ao longo deste jogo de equívocos e pressões, Arie Posin oferece um olhar sobre as relações familiares, as normas sociais, a solidão e o crescimento, tendo como palco um subúrbio aparentemente normal mas que se revela um tenso micro-universo. A espaços intrigante, noutros momentos inconsequente, “Os Amigos de Dean” sofre da sua frágil combinação de drama realista com comédia de costumes hiperbólica. Se há por aqui algumas personagens complexas, outras não vão além da caricatura e destinam-se apenas a ser alvo de sátira ao consumismo, narcisismo ou alienação.<BR/><BR/>Actores como Ralph Fiennes, Rita Wilson e Carrie-Anne Moss mereciam papéis mais trabalhados, mas em contrapartida os jovens Jamie Bell (seis anos depois de “Billy Elliot”) e Camilla Belle (a filha de Daniel Day-Lewis em “A Balada de Jack e Rose”) confirmam o seu talento interpretativo com personagens mais desenvolvidas e entusiasmantes. O desempenho de Jamie Bell é provavelmente o melhor do filme, sendo capaz de tornar o protagonista na personagem mais sensível e afastando-se dos tiques de jovem introspectivo e marginal que poderiam debilitá-la. Glenn Close, entre os nomes veteranos, merece igualmente destaque, tornando-se comovente ao encarnar uma mãe que a perda do filho a lançou num (ou evidenciou o seu) limbo existencial.<BR/><BR/>Para além do elenco, “Os Amigos de Dean” tem na banda sonora outro dos seus atractivos, tanto pelas canções de bandas como os Snow Patrol, The Like e Placebo (“A fiend in need is a friend indeed/ A friend with weed is better”, versos da canção “Pure Morning”, não poderiam ser mais apropriados), como pela expressiva partitura instrumental de James Horner, que acompanha alguns dos picos dramáticos da acção, como o sublime segmento que segue a solidão de várias personagens e que culmina na cena em que Jamie Bell observa Glenn Close no jardim.<BR/><BR/>Com um argumento menos indeciso quanto ao tom a adoptar e algumas personagens melhor delineadas, “Os Amigos de Dean” poderia ser uma soberba estreia por parte de Arie Posin e um candidato a clássico indie. Assim, fica-se por uma muito interessante primeira obra, mas também frustrante por não consumar o brilhantismo que se manifesta pontualmente. Um bom começo e um título estimável, de qualquer forma. Nota: 3,5/5 - Bom.
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