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O Primeiro Dia do Resto da Tua Vida
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
O primeiro dia do resto da vida de alguém. O dia que marcou de tal modo a existência de uma pessoa que se transforma num marco. Ou num recomeço. Neste caso particular trata-se do dia mais marcante da vida de cada um dos membros da família Duval. E assim, pegando nestes cinco dias tão importantes, o realizador Rémi Bezançon apresenta-nos cada uma das cinco personagens: a mãe Marie-Jeanne (Zabou Breitman), o pai Robert (Jacques Gamblin) e também Albert (Pio Marmaï), Raphaël (Marc-André Grondin) e Fleur (Déborah François), os três filhos adolescentes.
<p/>PÚBLICO
Críticas dos leitores
A família em versão easy listening francesa
Fernando Costa
"O Primeiro Dia do resto da Tua Vida” é um filme sobre a família que joga no terreno da comédia e pisca o olho ao drama. É um filme falhado pela falta de profundidade do guião, mas principalmente por culpa da realização. Nos últimos tempos têm estreado uma série de filmes que olham para a unidade e para o funcionamento familiar. Isto é, pensamos nós, sintomático, especialmente levando em consideração o comentário de Tim Burton na cerimónia de encerramento do festival de Cannes, dizendo que muito do cinema de autor mostrado olhava para a família, prevendo-se portanto uma nova vaga de filmes sobre o tema. É que a família está na moda, mas está na moda porque está a desaparecer enquanto unidade estrutural como existia umas décadas atrás. E o cinema está atento…“O Primeiro Dia do Resto da Tua Vida” (oPDdRdTV) é o olhar de Rémy Bezançon para uma família de classe média(?) francesa ao longo de um período de mais de uma décadas, seguindo os momentos felizes e infelizes dos membros da família. Convém dizer que oPDdRdTV é a segunda longa-metragem de Rémy Bezançon, sendo o próprio responsável pelo argumento. oPDdRdTV tenta fazer uma aproximação ao tema com ligeireza, com humor, que é algo por vezes mesmo banal. Sobretudo o inicio do filme é definitivamente easy-listening e parece postal ilustrado. Aliás é na globalidade esse o maior problema do filme. O argumento para além das situações de conflito e dos clichés familiares habituais até tem algumas ideias interessantes mas que não são aprofundadas o suficiente. O filme está dividido em capítulos, a que corresponde dias marcantes na vida desta família ao longo dos anos mas em vez de tudo se conjugar e formar no final um conjunto esta estrutura fragmenta a narrativa e prejudica o filme. O projecto era esse, nós sabemos, mas não funciona tal como está e Bezaçon centrasse preferencialmente numa personagem em cada segmento, deixando por vezes personagens (como a do pai e da mãe) nitidamente a marinar durante 2/3 do filme. Algumas "fases" de determinada personagens pode dizer-se que também não são para ser levadas a sério. Se o argumento não era genial, a realização é-o muito menos sendo completamente superficial. Joga-se mais no ritmo do que na captura de algo interessante na câmara, como por exemplo os sentimentos das personagens e noutra vezes arriscam-se situações inverosímeis. Só quando o filme já vai muito adiantado Bezançon pára para olhar seriamente para as personagens (falo do episódio entre Robert Duval e Marie-Jeanne Duval (pai e mãe da família) e do que está acontecer a sua relação). Mesmo aqui Bezançon detêm-se pouco tempo dispersando-se a sua atenção para gags escusados. Os planos são superficiais, e na maioria das vezes, sobretudo no inicio do filme, Bezançon filma os seus actores quase como se de modelos se tratassem numa qualquer campanha publicitária. O filme salva-se da “bola preta” pelo trecho final, com um não desinteressante encontro entre o pai e os seus dois filhos do sexo masculino, pela última refeição final da família e pelo, aqui sim, interessante plano final. Só que já vai tarde, realizador e filme perderam-se desde o inicio na eventual ideia de tornar o filme mais apelativo ao público mais jovem ou pura e simplesmente por ser desta maneira que Bezaçon queria tratar o tema – é infinitamente pouco. Bezaçon precisa de amadurecer...Relativamente aos actores e porque dependem da realização não há nenhuma interpretação especialmente interessante para ser digna de nota; chamando-se a atenção apenas para o actor que interpreta o avô da família e para Pio Marmaï, no papel do filho mais novo do casal. Em resumo oPDdRdTV é um olhar desinteressante sobre uma família de classe média francesa. *(1/5).
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