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O Paraíso, Provavelmente
Título Original
It Must Be Heaven
Realizado por
Elenco
Sinopse
<div>Dia 26 de Janeiro, às 22h, no <a href="https://www.tvcine.pt/prog/grelha" target="_blank">TVCine Edition</a><br /><br />Elia Suleiman, realizador e protagonista desta história, deixa a Palestina e aventura-se pelo mundo, certo da necessidade de uma mudança na sua vida. Contudo, por mais distante que esteja da sua terra natal, a verdade é que parece que tudo faz questão de lhe lembrar de onde vem: a polícia, os agentes de controlo de fronteiras, as várias manifestações de racismo ou os olhares de estranheza que desperta nos outros. Apesar dos constantes esforços em deixar para trás o passado e iniciar uma nova vida, nada parece resultar, uma vez que tudo o remete para as suas origens.</div> <div>Uma comédia que reflecte sobre o peso da identidade e nacionalidade. PÚBLICO</div>
Críticas dos leitores
4 estrelas
José Miguel Costa
O filme "O Paraíso, Provavelmente" (dirigido, escrito e protagonizado pelo palestiniano Elia Suleiman) é uma comédia política metafórica, (quase) em modo roadtrip, constituida por uma série ininterrupta de gags (aparentemente sem grande fio condutor) trespassados por uma sátira nonsense e burlesca. O seu fino humor resulta sobretudo do rigor geométrico dos planos (todos as posições e movimentos dos personagens - algo "robotizados" - parecem ser integrados a régua e esquadro nas diversas cenas) e da repetição em loop de determinados comportamentos "absurdos". O protagonista surge invarialmente como elemento central, no papel de passivo observador não participante, sem manifestar qualquer posição de indole verbal ( aliás, ao longo do tempo limita-se verbalizar duas palavras, "Nazaré e Palestina"). A acção decorre entre a Palestina, Paris e Nova Iorque, locais que o cineasta percorre em busca de financiamento para o seu novo projecto (que, numa espécie de meta-cinema, é precisamente o filme em apreço), sendo que apenas percepcionamos tal objectivo lá para o meio da narrativa (que nas entrelinhas nos coloca perante o paradigma da "palestinização" do mundo ocidental, cada vez mais controlado/"higienizado" ao nivel dos seus direitos e liberdades individuais).
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