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O Outro Lado da Esperança

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Comédia Dramática 100 min 2017 M/12 26/10/2017 FIN

Título Original

Toivon Tuolla Puolen

Sinopse

<p>O finlandês Aki Kaurismäki regressa ao seu estilo cómico seco para lidar com a crise dos refugiados, sem qualquer pudor em mostrar o racismo e a violência a que migrantes podem estar sujeitos. <br /><br />O filme centra-se em Khaled (Sherwan Haji), um mecânico sírio que acaba em Helsínquia, e na sua interacção com um vendedor de camisas (Sakari Kuosmanen) que anda de cidade em cidade. Este ganha uma quantia assinalável a jogar póquer e compra um restaurante, onde acaba por empregar Khaled. PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

Tempos modernos

Luís Miguel Oliveira

O desencanto com os “tempos modernos”: o retronos filmes de Kaurismaki não é uma questão de decoração mas antes a expressão de uma “filosofia”.

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Críticas dos leitores

Manipulação

Rodrigo

O filme manipula a questão. Torna os finlandeses uns tipos agressores e os refugiados apenas vítimas. Sabe-se muito bem que não é assim. A crise dos refugiados é na verdade uma crise dos migrantes económicos. Nenhuma cultura subsiste fazendo-se substituir por outras. O problema tem de ser resolvido na origem e deste modo permitirem aos povos viverem em paz, com as suas diferenças naturais, que só enriquecem o mundo, ao invés de um mundo miscigenado e por isso mais pobre. No caso português, expulsamos portugueses e damos lugar a migrantes de vários sítios. Sinceramente, já pouca gente acredita nesta ideologia, que nos pôs a todos muito piores do que antes. É hora de repensarmos numa Europa da Nações, na qual se respeite as diferentes identidades, sem a querer manipular ou destruir.
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Bom mas...

António Carvalho

A nova realidade com que os refugiados confrontaram a Europa é um tema de inquestionável interesse que merece bem a atenção do cinema. Este filme trata-o de forma séria procurando conferir-lhe a devida importância e dimensão. As dificuldades sentidas por aqueles que chegam e os efeitos provocados pela sua presença naqueles que os acolhem, são retratados com humanidade embora uma humanidade fria ou não se passasse na Finlândia. Excelente fotografia e bom desempenho de representação. Pena é que nalguns registos em que procura o humor, o filme se desiquilibre e perca alguma identidade. Ainda assim merece uma visão atenta sobre dramas pessoais tão próximos dos nossos olhos e ainda assim tão desvalorizados, entretidos que estamos nas nossas vidinhas.
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Fraternidade

Pedro Brás Marques

O mais conhecido dos realizadores finlandeses está de regresso com este “O Outro lado da Esperança”, onde insiste na temática dos refugiados, cinco anos após o interessante “O Porto/Le Havre”. <br />Um jovem sírio consegue chegar ao porto de Helsínquia, onde pede asilo político. Tem de percorrer um pequeno calvário burocrático, depois da longa e atribulada viagem desde a Turquia. Em paralelo, um homem já de idade avançada, resolve mudar tudo na sua vida: abandona a mulher, liquida a sua empresa de vendas de roupa, aposta tudo no jogo e, com o dinheiro obtido disto tudo, compra um restaurante - onde se irá cruzar com o refugiado sírio. <br />Ari Kaurismaki é conhecido pela “secura” dos seus filmes: diálogos apenas os estritamente necessários, os cenários são básicos, por vezes toscos até, dignos duma peça de teatro e as personagens parecem saídas duma máquina do tempo. Tudo se passa na actualidade duma Finlândia que parou algures entre os anos 60 e 70 do século passado: personagens com roupas completamente ultrapassadas no corte e nos padrões, automóveis antigos, lojas de roupa desactualizadas, cafés com cadeiras gastas e toalhas puídas, decoração indescritivelmente kitsch… Para compensar esta intencional penúria, temos o virtuosismo de Kaurismaki, com planos pensados ao pormenor, onde as personagens parecem condicionadas na sua liberdade de movimentos, sob pena de estragarem a estética da composição. E depois há o humor, onde o “nonsense” impera, em claro contraponto com o dramatismo dos refugiados que lutam por um emprego ou anseiam pela chegada da família. Além desta “estética retro”, Kaurismaki insiste numa banda sonora onde os intérpretes são todos septuagenários, executando temas de country e blues cantados em finlandês, numa referência evidente a que a miscigenação cultural começou muito antes da pessoal. <br />“O Outro lado da esperança” aparece-nos, portanto, como um objecto estranho, dessincronizado no tempo, mas sublinhando algo de intemporal: a fraternidade nas relações humanas.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

"O Outro Lado da Esperança" inicia-se com duas histórias distintas que a partir de determinado momento irão cruzar-se (e entrelaçar-se de um modo delicioso): a de um austero vendedor ambulante de camisas que, de uma assentada só, decide sair de casa (naquela que, porventura, será a mais hilariante cena de "final de casamento" da sétima arte) e vender toda a sua mercadoria ao desbarato, comprando, em substituição, um restaurante (assim de rompante e sem que possua a mínima experiência na área); e a de um refugiado sírio, recém-chegado a Helsínquia, que foge do centro de acolhimento onde havia sido colocado pelas autoridades, após lhe ser recusado asilo político. <br /> <br />Aki Kaurismaki "brinca", por vezes até de forma "politicamente incorrecta", com os estereótipos inerentes à xenofobia e islamofobia (bem como se ri do "Sistema" e do Estado social) através desta minimalista e humanista comédia dramática (irónica e algo non sense), filmada (em película de 35 mm) no estilo "retro" que lhe é peculiar (particularidade essa que leva alguns a designá-lo de Wes Anderson finlandês), utilizando os seus actores de sempre e, claro, recorrendo aos célebres "separadores musicais" kitsch (aliás, tudo ali transpira a kitsch). <br />Deste modo, e dado que não encontro melhores palavras para descrever este filme do que aquelas que utilizei aquando do seu anterior "Le Havre" (2011), cito-me: " é puro surrealismo kaurasmakiano (com o tradicional gosto pelo absurdo, mas ao mesmo tempo, poético, romântico e "fantástico-realista"), com uma realização do gênero vintage, utilizando a sua típica luz difusa e artificial (pintado um produto sombrio, desesperançoso e melancólico), e actores "inexpressivos" (que de tão "feios/rudes" nos parecem poéticos e sensuais) quase tão inanimados (e ao mesmo tempo cheios de "interior") quanto os objectos que o realizador recorrentemente filma em grandes planos". E assim se constitui como uma fábula (caótica) dos tempos modernos.
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Do outro lado da esperança

Ana Maria Morais

Filme que retarta a questão cental e actual da e na europa: a crise dos refugiados. Visão criativa para um problema actual. História de dor mas também de esperança e de tratamento humano. O regresso de Aki Kaurismäki é fabuloso!
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