O Monge e a Espingarda
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Em 2006, Jigme Singye Wangchuck, rei do Butão desde 1972, abdicou do trono em favor do seu filho, de modo a avançar com uma modernização e uma democratização do país, benéfica para a Felicidade Interna Bruta. Para que tudo corresse como o esperado, foi anunciada a chegada de uma comissão eleitoral para ensinar a população a usar o seu direito de voto.
Em Ura, uma pequena aldeia na montanha, um lama instrui Tashi, um jovem monge, a adquirir armas de fogo, para uma cerimónia que pretende realizar durante a noite de lua cheia. Paralelamente a isso, Ron Coleman, um coleccionador de armas norte-americano, chega ao país em busca de uma arma antiga. Por coincidência, essa arma acaba nas mãos do monge.
Com assinatura de Pawo Choyning Dorji (que se estreou com “Um Iaque na Sala de Aula”, nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional), um filme sobre tradição e a necessidade de mudança. O elenco inclui Tandin Wangchuk como Tashi, Deki Lhamo como Tshomo, e Harry Einhorn como Ron Coleman. PÚBLICO
Críticas dos leitores
O monge é a espingarda
Graciosa Lebre
Um filme lindo, de grande simplicidade que nos ajuda a refletir sobre o desapego
Duas estrelas
José Miguel Costa
Em 2022 o inesperado aconteceu em Hollywood: uma obra proveniente do Butão foi escolhida para competir pelo Óscar de Melhor Filme Internacional (o simpático e exótico "Um Iaque na Sala de Aula", do realizador Pawo Choyning Dorji).
Tal feito granjeou-lhe visibilidade suficiente para que a sua segunda longa-metragem ("O Monge e a Espingarda") tivesse direito a honras de distribuição comercial no mercado internacional (incluindo o português). No entanto, o factor surpresa inicial esvaiu-se, tanto mais que o realizador limitou-se a replicar a anterior da fórmula de sucesso (o confronto entre a tradição e a necessidade de progresso no seio de uma naive pequena comunidade rural ancestral que ainda vive em comunhão com a natureza idílica). É uma humanista comédia política satírica, sobre o processo de implementação da democracia no Butão, que se revela demasiado simplista/light (e até algo inconsequente, dado que, em determinados momentos, quase advoga que a liberdade de escolher um governo é uma modernice desnecessária porque o povo sente-se feliz e confortável com o regime vigente).
A acção decorre no ano de 2006, data em que o rei decidiu abdicar do trono e permitir que o povo escolhesse livremente, através do voto universal, os seus futuros decisores políticos (o problema é que nem sequer sabiam como colocar a cruzinha nos boletins). Em simultâneo, abriu o seu território ao mundo ao permitir o acesso à TV e internet. Decorrente destes factos, o líder espiritual da aldeia (que vive em reclusão) solicitou a um dos seus monges que procurasse na comunidade quem lhe cedesse duas espingardas até à próxima lua cheia (estaria a pensar iniciar uma rebelião?!), tarefa inglória se considerarmos estar perante um dos países mais pacíficos do mundo (e esse objectivo ainda poderia tornar-se mais difícil de alcançar por culpa de um americano, de "mãos largas", que também andava no terreno a tentar comprar espingardas de colecção).
Como se faz uma democracia
Francisco Gonçalves
Filme surpreendente que associa em doses equilibradas a reflexão, a ironia e a sensibilidade. O que fica não é apenas o retrato, de tons caricaturais, do nascimento de una democracia e da invasão da modernidade num espaço de paraíso que parece flutuar à margem do tempo. Uma muito grata surpresa.
O monge a espingarda
Maria Trindade Marques
Que bom e belo filme! Uma história singular e muito bem contada sobre o país mais singular de que já ouvi falar: o Butão.
O Monge e a espingarda
Helena Costa
Tanto lixo que tenho ultimamente visto. Este filme destaca-se pela sua singeleza, pela beleza dos relacionamentos. Tudo é agradável e ameno. A reflectir...
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