Uma excelente direcção e adaptação de Fany A. Uma linguagem cinematográfica muito próxima do teatro, este filme aborda Estaline como se o espectador estivesse no interior do seu cérebro, a leitura é a de uma extrema e obsessiva paranóia que ensombra o ditador esta linguagem inteligente sem que Gerard - Estaline - se perca não é um filme sobre Estaline é um verdadeiro exercício de estilo que não colhe nas novas gerações. Não estão preparados nem fazem o mínimo esforço para perceberem o que se está passar a desconstrução vista do avesso. Quem foi Estaline ? Como pensava Estaline, com um simples estalar de dedos tudo se virava do avesso para logo de seguida voltar a ser o antes de... E assim sucessivamente a óbvia desorganização da violência de um homem doente... desajustado, inconstante, perigoso, inteligente e desumano. Depardieu não está neste filme para ser o Estaline nem precisava de usar o característico bigode e a "farda" do ditador, basta a presença e o excelente argumento. Às vezes acontecem preciosidades que se fazem em Portugal passando todavia pelos intervalos da chuva dos média e dos portugueses. Como diria Agustina Bessa Luís "O povo português é muito estranho". "O divã de Estaline" é um excelente filme como poderia ser uma excelente peça de teatro. Actores principais e secundários dentro dos tempos cinematográficos. Parabéns Paulo pela produção.

Depardieu não fez sequer um esforço para encarnar a autoridade e o carisma de Estaline. O filme resulta totalmente inverosímil e sem objetivo palpável, perdido algures no mausoléu do Hotel Palace e nas matas do Buçaco.

“O Divã de Estaline”, a nova obra de Fanny Ardant, é uma surrealista fábula politica, algo poética e non sense, sobre Estaline (protagonizado por Gerard Depardieu) e os seus tiques de ditador totalitarista que a todos aterroriza, inclusive, aqueles que alegadamente lhe são próximos (nomeadamente, a sua amante de há 30 anos), tal é a arbitrariedade e barbaridade do seu comportamento. <br /> A acção desta coprodução franco-portuguesa (quase integralmente filmada no Hotel do Bussaco) decorre, na década de 50 do século XX, num palácio de campo (no qual Estaline se encontra para repousar durante uns dias), e gira em torno de um alegado triângulo (pseudo) amoroso, que inclui o próprio, a amante (com a qual “brinca” aos psicanalistas) e um jovem artista que aí se encontra para discutir o projecto de um monumento de homenagem ao ditador russo.