O Caso Farewell

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Thriller 113 min 2009 M/12 05/08/2010 FRA

Título Original

L'Affaire Farewell

Sinopse

A acção decorre nos anos 80, durante a Guerra Fria, período de disputas de poder de influência política, económica e ideológica entre os EUA e a União Soviética. Sergei Grigoryev (Emir Kusturica), coronel da KGB, decide derrubar o sistema em que já não acredita. Para isso, contacta Pierre Froment (Guillaume Canet), um jovem engenheiro francês, passando-lhe informações confidenciais de grande interesse para os serviços secretos de Paris. O Presidente francês François Mitterrand (Philippe Magnan) é notificado e decide informar o seu homólogo norte-americano, Ronald Reagan (Fred Ward), sobre a existência de uma rede infiltrada, com objectivos de espionagem científica, militar e industrial. Os dois chefes de Estado resolvem unir forças e perceber o alcance do problema, e Froment, que até aqui era apenas um homem comum, é envolvido numa trama internacional para a qual não estava preparado. <br/> Um drama político, realizado por Christian Carion, sobre um dos mais importantes processos de espionagem e contra-espionagem do século XX.<p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

O Caso Farewell

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Um filme coerente e completo

A Borges

Um filme que se vê do princípio ao fim com prazer e com interesse.
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Uma excursão pela URSS de Brejnev

Nazaré

Para além do interessante facto histórico (onde o oficial russo representado por Kusturica teria sido Vladimir Vetrov) e da excelente dramatização, é a direcção de actores, e o trabalho dos actores, o que mais impressiona. É um gosto ver esta fita.
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Espionagem Intimista

Fernando Costa

Christian Carion (o realizador do filme) já tinha conseguido atenção antes de “O Caso Farewell” com as suas duas longas-metragens anteriores "Une hirondelle a fait le printemps" (de 2001 vencedor do melhor filme estrangeiro nos Guild Art House da Alemanhã entre outros prémios) e “Joyeux Noël” (de 2005 nomeado para o Óscar, BAFTA e Globos de Ouro de Melhor Filme de Língua Estrangeiro, bem como para melhor filme nos Césars). “O Caso Farewell” é baseado no livro de Serguei Kostine “Bonjour Farewell” (adaptado para o cinema pelo próprio realizador em co-autoria com Eric Raynaud). Christian Carion volta ao tempo da guerra fria (os primeiros planos são de uma vegetação congelada numa paisagem gélida) para nos contar a história de dois homens “simples” (um deles numa posição chave na cadeia de poder soviético) que vão ser responsáveis por mudar a União Soviética e o mundo. Estamos ao nível da mais alta espionagem mas longe de personagens ou de filmes como os de Bond. Pierre Froment (Guillaume Canet) é um engenheiro francês a trabalhar em Moscovo que está no lugar certo e tem as características certas (pela sua folha branca no KGB e por nunca se ter envolvido anteriormente em esquemas de espionagem) para ajudar Sergei Gregoriev (Emir Kusturica), um alto oficial Soviético, a fornecer ao ocidente informações sobre o sistema de espionagem soviético que vão ser responsáveis por promover uma revolução dentro da União Soviética iniciando a ideia da Perestroika e em última análise mudando o mundo. O filme de Carion segue os dois personagens desde o encontro inicial até ao seu destino final e Carion consegue um filme de espionagem intimista – as acções destes dois homens vão ter consequências gigantescas mas olha-se mais os homens, a coragem dos seus actos e as consequências pessoais e familiares arriscadas que a espionagem em si. A realização é cuidadíssima, segura e sem “show-off” manipulando quase irrepreensivelmente todos os planos e elementos do filme. O sonho de mudança é a luz projectada no tecto da casa de Gregoriev mostrando episódios familiares felizes em Paris e a vontade de abertura está em pano de fundo no consumo e apreciação da cultura estrangeira (desde dos “Queen” até à poesia francesa, à fantástica música francesa passando pelo “Walkman” ou no simples prazer do “champagne” francês). Não é possível escrever sobre “O Caso Farewell” sem explicitamente referir os seus dois actores principais Canet e Kusturica, ambos com interpretações competentíssimas – são eles os responsáveis por tornar Forment e Gregoriev homens e não só espiões; fazem-no irrepreensivelmente e são deliciosos os encontros e conversas entre os dois ao longo do filme (existe “química”). Estas características são acentuadas na forma como se mostram ambos no seio das suas famílias. Uma menção também para a digna interpretação de Aleksey Gorbunov no papel do filho de Gregoriev. Onde o filme é menos conseguido (embora talvez com o objectivo enfatizar a humanidade, honradez e coragem dos homens “pequenos” em relação à mais “fácil” vida dos todo-poderosos na guerra fria) é no retrato dos chefes de estado sempre a roçar a caricatura ou a superficialidade (principalmente Regan e Gorbachev); nada que estrague em demasia no entanto…Vale mesmo a pena ir ao cinema ver “O Caso Farewell”. **** (3,75/5)
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