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Italiano para Principiantes

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Drama, Comédia 118 min 2002 M/12 02/08/2002 DIN

Título Original

Sinopse

Um curso de italiano vai funcionar para seis personagens frágeis e solitárias como uma espécie de catalisador que as conduzirá ao encontro do amor, vivido à típica maneira italiana.<br/> Andreas, um jovem padre viúvo, chega aos subúrbios de Copenhaga para substituir o pároco local. Jørgen Mortensen é um recepcionista de hotel com problemas amorosos, que não tem relações sexuais com uma mulher há quatro anos.<br/> Olympia é uma rapariga charmosa, apesar de muito desajeitada, que trabalha numa pastelaria e sofre de diversas perturbações psicológicas devido à violência verbal do pai.<br/> Olympia apaixona-se por Andreas e pouco depois a sua vida é afectada por um outro acontecimento surpreendente. É que, no funeral da mãe, a rapariga descobre que é irmã de Karen, uma cabeleireira que se apaixonou por Finn, um adepto da "Juventus", com uma história de tentativas goradas de corte de cabelo.<br/> Finn é empregado de mesa mas, quando é despedido, torna-se professor num curso de italiano. Giulia, uma italiana com uma grande fé na Virgem Maria, é colega de Finn no restaurante e tem uma paixoneta por Jørgen Mortensen.<br/> "Italiano para Principiantes" é o primeiro filme realizado por uma mulher segundo as regras do Dogma 95. O Dogma 95 é um manifesto criado em Copenhaga no Outono de 1995 por um conjunto de realizadores, entre os quais Lars von Trier e Thomas Vinterberg, com o objectivo de contrariar "certas tendências do cinema actual", posicionando-se como uma "operação de salvamento" de um cinema que consideram morto. Scherfig submeteu-se às regras do Voto de Castidade, que defendem um cinema sem adereços ou cenários, som directo nas filmagens, câmara à mão, sem iluminação especial e sem filtros nem efeitos. <p/>PUBLICO.PT

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Críticas dos leitores

Dogma para Principiantes

Ricardo Pereira

Para os povos nórdicos, a Itália sempre foi vista como uma espécie de reserva de afectividade, calor humano e espontaneidade. Essa ideia é retomada em "Italiano para Principiantes", da dinamarquesa Lone Scherfig. Num vilarejo tedioso no interior da Dinamarca, acompanhamos os pequenos dramas e comédias de um punhado de personagens: Andreas, o novo pastor da paróquia local; Karen, a cabeleireira; Olympia, a empregada da confeitaria; Jorgen, o recepcionista do hotel; Halvfinn, o empregado da lanchonete e ex-jogador de futebol; e, por fim, a cozinheira italiana Giulia. Cada um desses personagens tem uma fraqueza e, em decorrência, uma insegurança. Jorgen acredita ter ficado impotente por causa de um acidente; Andreas não sabe muito bem como orientar seu rebanho espiritual; Olympia não consegue dar dois passos sem tropeçar em alguma coisa. Além disso – ou por causa disso – são todos solitários e um tanto infelizes. À excepção de Giulia, todos já passaram dos trinta anos e sentem que a vida, de algum modo, está sendo desperdiçada. Até que, por obra e graça das aulas de italiano oferecidas pelo conselho comunitário local, começam a encontrar-se uns aos outros e a si próprios. Tudo passa a se encaixar. Casais se formam, duas das mulheres descobrem que são irmãs, outra ganha uma herança, todos vão passear em Veneza. Como num conto de fadas, o que era cinza se enche de luz e calor, e a plateia sai do cinema mais leve. Nada de inquietação, de arestas, de pontos sem nó. Poderia muito bem ser um filme hollywoodiano, do tipo "Playing by Heart", em que personagens simpáticos sofrem e se desencontram por um par de horas até encontrar um final feliz, representado invariavelmente pelo casamento e pelo dinheiro. A diferença é que, antes de se iniciar essa historinha edificante, vemos na tela um diploma certificando que a fita a seguir faz parte do Dogma 95, aquele movimento que começou com obras radicais e inquietantes como "Idioterne" e "Festen". Mas o que restou do Dogma em "Italiano para Principiantes"? A câmara tremida, alguns enquadramentos desleixados, a modéstia cenográfica, uma montagem um tanto áspera. E é só. Se os primeiros filmes do movimento se desvestiam do aparato anestesiante do cinema hollywoodiano para revelar de modo cru o mal-estar da civilização contemporânea, o agridoce dramazinho de Lone Scherfig caminha no sentido contrário. Para quem espera um pouco mais de uma cinematografia que já produziu Carl Dreyer e Lars von Trier, o filme de Lone Scherfig é apenas a prova de que o Dogma 95 virou um rótulo vazio e sem sentido.
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