Os Indesejáveis
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Ver sessõesHaby toma conhecimento de uma alteração no plano de urbanização do bairro social onde cresceu, que prevê a demolição do seu prédio, que é também o lar de centenas de famílias desfavorecidas. Com a ajuda de algumas pessoas próximas, Haby decide enfrentar o poder de Pierre Forges, o presidente da Câmara, que está disposto a prejudicar os mais pobres para benefício de algumas pessoas importantes.
Um drama social sobre comunidade, resistência e a luta contra a gentrificação, realizado e escrito por Ladj Ly – também responsável por Os Miseráveis que, em 2019, arrecadou o César de melhor filme, o Prémio do Júri em Cannes e teve uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional. O elenco inclui Anta Diaw, Alexis Manenti, Aristote Luyindula e Steve Tientcheu. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Os Indesejáveis: os bairros “sociais” de Paris como labirinto sem saída
Uma crónica da violência (simbólica e efectiva) rumo a uma explosão final que é, em toda a sua frieza, a marca do desespero.
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Cinema City Alvalade, Lisboa
17h20
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17h20
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Críticas dos leitores
4 estrelas
José Miguel Costa
Em 2019, o realizador Ladj Ly arrasou com a sua primeira longa-metragem, "Os Miseráveis" (inclusive, à data, equiparei-o ao mítico "La Haine"), um thriller social algo documental que colocou a nu, de modo frenético, as privações e violência(s) que "infectam" as comunidades multiétnicas pobres dos marginalizados/degradados bairros sociais dos subúrbios parisienses.
Ei-lo de volta aos grandes ecrãs com "Os Indesejáveis", reiterando energicamente a fórmula da denúncia social no contexto dos territórios urbanos guetizados (já há quem o apelide de "Spike Lee francês"), desta feita para "bater forte e feio" nas corruptas políticas de especulação imobiliária, e inerente processo de gentrificação, que estão a estender os seus tentáculos para lá centros das cidades e a agudizar a precária sobrevivência económica das estigmatizadas populações residentes nestas (outrora) zonas sem valor comercial.
Comprova-se, deste modo, que há poucos que possuam a sagacidade de Ladj Ly para extrair, através da câmara, a tensão visceral e omnipresente, resultante da confluência de múltiplos factores (olimpicamente ignorados, ou até "atiçados", pelos burocratas decisores políticos), prestes a explodir com estrondo à mínima faísca.
O filme retrata o confronto entre dois novatos da política local, o autoritário presidente de câmara de direita de uma cidade suburbana gaulesa (empossado sem ida às urnas, após a morte súbita do seu antecessor), envolvido em negociatas com grandes económicos, e uma jovem activista revoltada com a violenta expropriação, em curso (e sem participação/auscultação dos lesados), de um prédio de grandes dimensões, que irá deixar sem tecto os proprietários de dezenas de habitações (carenciadas famílias racializadas), dado que as indemnizações propostas pelo município, como compensação, são incompreensivelmente irrisórias.
Portanto, qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência...
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