"Hard Candy": 4* <br /> <br />"Hard Candy" tem uma história bastante boa e um argumento muitíssimo bem escrito, portanto recomendo que vejam este filme algo perturbador. <br />

<p>Filipe Teixeira tem toda razão. "Hard candy" é cinema de arte, minimalista. Uma tremenda interpretação de Ellen Page. Um aterrador libelo contra a pedofilia. Hayley Stark não é uma vilã, é um anjo da vingança, e talvez seja mesmo um anjo, de tal maneira permanece o mistério em torno de sua real identidade e de como ela sabia de tudo.<br />Uma pessoa normal não terá pena de um pedófilo estuprador e assassino, que ainda tem a cara de pau de dizer, sobre a garota desaparecida, "Eu não a matei, só assisti, quem matou foi o outro". A resposta de Hayley é surpreendente: "Engraçado, ele disse que foi você" (ela já tinha cuidado do outro...)<br />Muitas cenas antológicas, como a longa sequência da castração e as horas em que o fotógrafo abusador se livra das cordas e tenta matar a menina e ela o enfrenta.<br />Um filme para assistir muitas vezes.</p>

Depois de "Do Geese See God?" chegou as salas de cinema mais uma fantástica realização de David Slade. Um "thriller" emocionante que nos faz perder o fôlego à medida que o plano punitivo da jovem Hayley se desenrola. Jeff (fotógrafo que conhece Hayley pela Internet) não contava com a terrível tortura psicológica a que vai ser submetido e que levará a consequências trágicas. "Hard Candy", que não é um filme propriamente comercial, com certeza que deixará o espectador a pensar quem será o mau da fita, numa situação que na vida real não deixaria dúvidas. De referir também a interpretação electrizante de Ellen Page, quanto a mim das melhores do ano cinematográfico.

É um filme que não é para toda a gente! Pode tornar-se cansativo para alguns, mas é interessante ver a forma como uma rapariga de 14 anos consegue aquilo que quer através de um jogo emocional fantástico! É obvio que quem gosta de filmes mais activos não vai achar piada a este filme. É um filme que requer atenção, paciência e que se puxe pela cabeça!

O filme é algo secante, aborrecido e super-parado. Tenham consciência de que vão apanhar mesmo uma grande seca!

Deixemo-nos de pseudointelectualismos e comentemos realmente este filme. Simplesmente brilhante. Depois de 103 minutos de puros minimalismos, chegamos a um final intenso e mais do que perfeito, ao terminar com o "Elephant Woman" dos Redhead Blonde. Com uma banda sonora supreendentemente composta apenas por duas músicas, somos levados a um mundo em que a ausência de elementos complexos deixa-nos absorver claramente todas as emoções que o filme nos quer transmitir. Tal como o chocolate que persiste na boca de Hayley numa das cenas iniciais do filme, o prazer deste filme concentra-se nas emoções e na maneira como nos manipulam os sentidos de uma maneira simplesmente soberba.

Este filme de David Slade é tremendo. Apesar de quase toda a "acção" (se é que se pode chamar assim) decorrer no interior da casa-estúdio de Jeff, o pormenor brilhante do filme está na antítese entre a insinuação e o vigor da chantagem psicológica protagonizada por Haley. Creio ainda que o filme tem uma mensagem moral importante, no entanto acaba por assumir um carácter vingativo. Enfim, vi, gostei e recomendo.

Considerei este filme moralista, reaccionário e populista. Contundo, a imagem e a música são bons.

Para quem tem curiosidade em ver o filme mas está na dúvida se o deve fazer, aconselho o filme. Apesar de não ser um filme comercial, é um bom filme, sendo que a maior parte da acção se desenrola com apenas os dois personagens principais do filme. Um filme que retrata um pouco o que se passa na realidade. Ao contrário do que o "trailer" possa tentar transmitir, o filme não é de terror nem de acção.

“Hard Candy” situa-se, a meu ver, entre o “Saló” de Pasolini e a obra de Hitchcock. Hayley, uma suave e inteligente adolescente, conhece Jeff, um simpático e bem sucedido fotógrafo, num chat de Internet. Encontram-se num snack-bar e, sem perder mais tempo, Hayley convida-se a visitar a casa de Jeff. A região de Santa Bárbara, na Califórnia, é o local. Uma casa de linhas contemporâneas é a “caixa-forte”, onde tudo se passa. Pouco tempo depois, Jeff vê-se amarrado a uma cadeira e o jogo da adolescente é posto em prática. Hayley quer que Jeff revele o que faz com as suas modelos. O “paciente”, tal como o espectador, não está preparado para as “brincadeiras”. Não sei se é um "thriller", nem tão pouco sei se será um drama. Sei é que se trata de um filme rodado na ponta da navalha, literalmente. A tensão e o "suspense" são enormes – do princípio ao fim.<BR/><BR/>Que dizer do trabalho de realização? Muito bom – o realizador, David Slade, consegue fazer movimentar a câmara ao sabor do prazer de Hayley surpreender Jeff e, com ele, o espectador. Dos actores poderá dizer-se o mesmo. Aliás, a força e a tensão geradas pela história arcam totalmente em cima de duas interpretações excepcionais de Patrick Wilson e Ellen Page. De notar também a originalidade da história. A ver! Nota: 3,5/5.