Filme com um ritmo e atmosfera interessante. Magnifica escolha das personagens secundárias, cujos rostos e traços fisionómicos quase dão uma sensação de distopia ao próprio filme. Boa ligação entre a fotografia, ritmo da acção e banda sonora. <br />No entanto, considerando a bitóla do Vasco Câmara, definitivamente "overrated".

<p>YES, OS IRMÃOS SAFDIE (a nova coqueluche do cinema indie novaiorquino) ESTÃO DE VOLTA! E com "Good Time" (um triller de suspense, filmado quase em tempo real numa Nova York povoada por "falhados") agarram-nos sobretudo pelas suas soberbas cenas de abertura e desfecho (de provocar literalmente "pele de galinha" de tão intensas que se revelam a nível psicológico). Todavia, o mérito da obra vai na íntegra para a performance transcendente de Robert Pattinson (que encarna um marginal psicopata que, após um assalto mal-sucedido que levou à detenção do seu irmão mais novo - deficiente mental -, tenta, de forma delirante, retirá-lo da prisão). <br /> <br />É uma obra que aposta sobretudo na vertente sensorial ("cheia de nervo"/adrenalina) e na estética (algo minimalista), fazendo-se valer para o efeito de imagens sujas e cruas tingidas a neon, filmadas (em formato 35 mm) com recurso a câmaras de mão que perseguem de modo frenético os seus intervenientes (infringindo-nos uma ansiedade e claustrofobia gradativas - reforçadas pelos constantes planos fechados das caras, bem como pela pulsante e "enervante" banda sonora). </p><p>Ao nível do desenvolvimento narrativo é que "a coisa não corre de feição". De facto, seria expectável um argumento mais realista (há por ali muitas reviravoltas resolvidas "mesmo à filme", que só engolimos por simpatia), embora nos USA a realidade, não poucas vezes, supere a ficção (e, quiçá, não era isso que os manos nos queriam transmitir?), como vão demonstrando através da inserção na película de excertos de programas de TV sobre "crimes ao vivo".</p>

Filme poderoso, drama pesado, que demonstra mais do que o género drama habitualmente oferece. Destaque para a interpretação do protagonista, Pattinson, trabalho consistente. Libertação da imagem de galã romântico, está irreconhecível. Fabuloso!

A transformação de Robert Pattinson. A sua excelente interpretação apaga todas as referências à saga "The Twilight". A continuar assim, terá um futuro promissor! Excelente!