Primeira longa-metragem de Carlos Diegues (que tinha 24 anos na altura), GANGA ZUMBA foi um título fundamental do Cinema Novo Brasileiro, e uma manifestação do interesse desta geração de cineastas pela interrogação da complexidade das origens do Brasil moderno. GANGA ZUMBA baseia-se na vida da figura epónima, líder do mais célebre quilombo das últimas décadas do século XVIII (no Brasil colonial, os quilombos eram comunidades autónomas formadas por escravos fugidos da sua condição), foco de resistência não apenas à escravatura mas a toda a estrutura colonial do território brasileiro. Rodado em paisagens naturais, GANGA ZUMBA tem também um elemento de recolha etnográfica, sobretudo através da presença dos rituais, da dança e da música (entre os atores, conta-se a presença do célebre músico Cartola). Primeira apresentação na Cinemateca. Texto: Cinemateca