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Feliz Como Lázaro

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Drama 125 min 2018 M/12 11/10/2018 FRA, SUI, ITA, ALE

Título Original

Lazzaro Felice

Sinopse

Lazzaro é um jovem simples, trabalhador e sempre pronto a sacrificar-se pelos outros. A sua brandura faz dele uma presa fácil de todos os que, de uma forma ou outra, desejam aproveitar-se da sua inocência – seja Tancredi, um jovem nobre de intenções duvidosas, ou a terrível Marquesa Alfonsina de Luna, proprietária das terras onde ele vive com a família e que mantém os seus trabalhadores presos a rituais antigos, de forma a isolá-los do progresso. Quando Tancredi convence Lázaro a ajudá-lo fingir o seu próprio rapto, ele não imagina o quanto isso vai alterar a sua forma de vida.
 
Em competição pela Palma de Ouro na edição de 2018 do Festival de Cinema de Cannes – onde recebeu o Prémio de Melhor Argumento “ex-aequo” com o filme “Três Faces”, de Jafar Panahi –, um drama com assinatura de Alice Rohrwacher (a celebrada realizadora de “O País das Maravilhas” - grande Prémio do júri em Cannes). Adriano Tardiolo, Agnese Graziani, Luca Chikovani e a própria realizadora, misturados com actores não-profissionais, dão vida às personagens. PÚBLICO
 

Críticas dos leitores

Prodogioso Lázaro

José Cruz de Magalhães

Envolvente, magnífica e pungente fábula contemporânea. Absolutamente imperdível
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5 estrelas

José Miguel Costa

Alice Rohrwacher, após conquistar o coração dos cinéfilos graças ao filme “O País das Maravilhas” (2014), retorna aos grandes ecrãs (sem desapontar – bem pelo contrário) com “Feliz Como Lázaro”. Um cativante drama, em formato de fábula de (des)encantar, cuja narrativa não-linear oscila entre um realismo (muito) cru e constantes transfigurações fantasiosas deliciosamente líricas e impregnadas de um irónico humor surrealista (numa espécie de realismo mágico que apela alegoricamente à história bíblica da ressurreição de Lázaro para criticar, de modo metafórico, uma Itália decadente ad eternum povoada por “feios, porcos e maus”). <br /> <br />É uma obra que se “cola” aos mestres italianos do passado (notando-se inúmeras referências aos universos cinematográficos de Pasolini e Ettore Scola) para demonstrar a desesperança num país falido (com o povo que jamais consegue ultrapassar a sua condição de “escravo” – o tempo passa, todavia, apenas muda a natureza dos “senhores” que os desmandam). Esta sua “mensagem” é reforçada pela filmagem em pelicula 16 mm, que empresta à pelicula um tom sépia granulado que evoca melancolia e nostalgia. <br /> <br />Refira-se que a “bondade” dos italianos (uma aparente utopia na qual a realizadora parece não acreditar) é divinamente personificada pelo enigmático jovem não-actor Adriano Tardiolo (o inocente “tolo de serviço” do qual todos abusam sem quaisquer queixumes por parte do mesmo), que “enche o ecrã” (quase até “transbordar”) de um humanismo que capaz de “amaciar” o espectador mais cínico.
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