A Quimera
Título Original
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Sinopse
Ambientada em Riparbella, na zona rural da Toscana (Itália), durante a década de 1980, a história gira em torno de Arthur (Josh O’Connor), um arqueólogo inglês que se deixou envolver num esquema de pilhagem de túmulos etruscos. Enquanto os seus cúmplices anseiam por luxo e riqueza, ele tem apenas um objectivo: regressar para os braços de Beniamina, a mulher que nunca deixou de amar.
Em competição na 76.ª edição do Festival de Cinema de Cannes, onde recebeu o Prémio AFCAE, uma comédia realizada pela italiana Alice Rohrwacher – também autora de O País das Maravilhas, Grande Prémio do Júri em Cannes, e de Feliz como Lázaro –, que escreve o argumento em parceria com Carmela Covino e Marco Pettenello.
Com O’Connor no papel principal, A Quimera conta ainda com a participação de Carol Duarte, Vincenzo Nemolato, Lou Roy Lecollinet, Gian Piero Capretto, Ramona Fiorini, Luca Gargiullo, Giuliano Mantovani, Melchiorre Pala, Yile Vianello, Carlo Tarmati, Alba Rohrwacher e Isabella Rossellini. PÚBLICO
Críticas dos leitores
De fugir...
Rui Afonso
Filme indicado para quem gostou de "Feios, Porcos e Maus", para os restantes é de fugir.
4 estrelas
José Miguel Costa
"Feliz Como Lázaro" (galardoado com o Prémio de Melhor Argumento no Festival de Cannes, em 2018), da realizadora italiana Alice Rohrwacher, é um dos meus filmes de eleição dos últimos anos.
Deste modo, foi com natural entusiasmo que, esta semana, acompanhei a estreia em sala da sua nova obra, "A Quimera". Trata-se de uma espécie de metafórica e bucólica fábula de (des)encantar existencialista que retrata a Itália da actualidade (onde já nada é "sagrado", nem sequer o seu passado histórico-cultural), através de um inteligente, e simultaneamente lírico, entrelaçamento entre as dimensões trágica e cómica; real e imaginário (numa amálgama de passado presente e futuro); naturalismo e realismo mágico.
A sua narrativa não linear (cuja história se vai montando, tal puzzle, em sucessivas camadas), filmada em 16 mm e 35 mm, é ambientada numa decadente zona rural da Toscânia, durante a década de 1980, e centra-se em Arthur (Josh O'Connor), protegido de uma excêntrica idosa aristocrata falida (Isabella Rosselini), mãe da sua amada musa inspiradora (desaparecida em circunstâncias não especificadas).
Ele é um melancólico e enigmático arqueólogo inglês (quase anti-herói romântico), que vive em condições ultra-precárias (por opção própria?), e subsiste do seu dom algo sobrenatural para encontrar sepulturas antigas com tesouros arqueológicos no seu interior, cujo conteúdo é, posteriormente, surripiado, por um boémio bando semi-organizado de assaltantes (com o qual mantém uma relação de natureza ambígua), para venda a receptadores estrangeiros do mercado negro.
A obra acaba, no entanto, por possuir falhas ao nível da "definição" dos seus (apelativos) personagens. Nada sabemos sobre "eles e as suas circunstâncias", que nos permita entender com maior eficiência as suas condutas comportamentais. E essas múltiplas interrogações acabam, de certo modo, por impedir um fluir mais coerente da(s) história(s).
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