As Ervas Secas
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Sinopse
Ver sessõesO turco Nuri Bilge Ceylan volta a filmar a Anatólia para contar a história de um professor há anos desterrado numa aldeia remota da região, que sonha voltar a Istambul, onde viveu durante alguns anos. Nas férias de Inverno, ele e o colega de casa são acusados de conduta imprópria por duas alunas e isso virará a sua vida do avesso.
Co-escrito pelo realizador, a sua esposa Ebru Ceylan e Akın Aksu, este filme com Deniz Celiloğlu teve estreia na edição de 2023 do Festival de Cannes, onde foi um dos 19 filmes em competição. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
As Ervas Secas: segredos, mentiras e muita neve
Óptimo filme, e também um zénite, por certo, do cinema de Nuri Bilge Ceylan.
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Críticas dos leitores
Belíssimo e profundo!
Nuno Alves
Um realizador que retrata como ninguém a vida e alma humanas. Além de um retrato sociológico da Turquia rural e profunda, um espetáculo visual e artístico único.
Um dos grandes filmes de 2023!
As Ervas Secas
Carlos Alberto
Muito mal filmado em sessão horrível e sons demasiado altos. Não recomendo!!
4 estrelas
José Miguel Costa
O turco Nurim Bilge Ceylan, conceituado representante do slow cinema europeu, retornou aos grandes ecrãs, em 2023, para deslumbrar-nos (visualmente) com "As Ervas Secas", obra escolhida para representar o seu país na próxima edição dos Óscares.
De facto, a primorosa direcção de fotografia preenche-nos a retina com imagens que alternam entre uma esmagadora paisagem pincelada por diferentes tonalidades de branco e a negritude (quase claustrofóbica) de espaços interiores exíguos.
Como é seu apanágio, recorre a longos planos fixos (com poucos cortes), enquadrados por forma a que toda a atenção seja direcionada para a "Palavra" dos personagens (bem como para sorver os seus Silêncios, carregados de significados). E esta é "declamada" (tal o lirismo, e humanismo, com que são afloradas diversas temáticas de índole politica, social, existencialista ou simples não-acontecimentos quotdiano - por ex., o tédio e a letargia) através da típica cadência narrativa desapressada (ao longo de 197 minutos).
Num registo de fábula moral (destituída de juízos de valor) sobre as assimetrias (e as relações desequilibradas de poder) que prevalecem entre os diferentes géneros e classes sociais na sociedade patriarcal conservadora, o realizador embrenha-nos no interior rural da Anatólia para seguir o percurso de um desenquadrado jovem professor citadino.
Amargurado anti-herói, ambíguo, egocêntrico e desapegado, que não vê a hora de abandonar o humilde território para o qual foi desterrado pelo Ministério da Educação (e que do topo da sua soberba intelectual percepciona como retrógrado e desprovido de civilidade). Todavia, a poucos meses de concretizar o sonho de ser transferido para Istambul depara-se com a queixa de assédio por parte de duas alunas e, simultaneamente, com a degradação da dinâmica relacional do seu colega de casa.
Irão estes constrangimentos provocar mossa ao individualista personagem, ou o Sistema, que alegadamente abomina, protegê-lo-á?
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