Donnie Darko: A Versão do Realizador

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Thriller, Ficção Científica, Drama 133 min 2001 M/12 30/06/2005 EUA

Título Original

Donnie Darko: The Director's Cut

Sinopse

"Donnie Darko", de Richard Kelly, estreou e tornou-se de imediato um filme de culto, elogiado pela crítica e pelo público. Este "director''s cut" vem mostrar mais 20 minutos de cenas inéditas, efeitos especiais melhorados e novas músicas. Será Donnie Darko um adolescente normal? Tem apenas 16 anos e uma imaginação sem limites, mas será que atravessou a fronteira que separa a normalidade da loucura? No final dos anos 80, Donnie vive tranquilamente com os pais e as irmãs num bairro de classe média numa cidade norte-americana. Uma noite, Donnie sobrevive quase por milagre a um acidente estranho quando, depois de um desastre aéreo, um motor de avião aterra (literalmente) no seu quarto. A sua sorte foi que não estava na cama. Mas, a partir daí, Donnie começa a ter visões, que incluem um coelho gigante que só ele consegue ver e que lhe conta horrores do mundo.<p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

Donnie Darko: Director's Cut

Mário Jorge Torres

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Director's Cut

Vasco Câmara

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director"s cut continua incompreensível

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Um murro cá dentro

Bruno Espadana

Fui ver o "Donnie Darko - Director's Cut" esta noite. Quando o filme estreou na sua versão original, lembro-me de ter tido curiosidade em vê-lo - muita gente falava bem do filme -, mas os resumos que lia pareciam-me bastante bizarros. Um filme sobre um rapaz com visões de um coelho gigante que lhe fala do fim do mundo? Cheguei a pensar que seria uma espécie de comédia bastante distorcida e não estava nada à espera do tipo de filme que "Donnie Darko" é. Quando finalmente o vi lembro-me de chegar ao fim do filme e ter a sensação de que tinha acabado de me acontecer qualquer coisa estranha e que não seria fácil perceber bem o quê.<BR/><BR/>O filme era estranho e nada imediato - aliás, no outro dia de manhã ainda tinha o filme todo às voltas na cabeça. Entretanto revi o filme, pesquisei sobre ele e fui construindo as minhas opiniões. E cada vez que o vejo não consigo deixar de gostar dele e de sentir novamente um murro cá dentro. Este filme é fabuloso. A história é imaginativa e construída de tal forma que nunca se sabe muito bem o que esperar: "Donnie Darko" tanto é um filme de adolescentes inadaptados, como uma comédia negra sobre a América puritana, como um filme de ficção científica, como uma viagem por uma mente esquizofrénica... A interpretação depende sempre de quem está a ver o filme, embora o realizador e argumentista Richard Kelly tenha deixado uma série de pistas para tentar orientar (que muitas vezes confundem mais do que orientam) o espectador.<BR/><BR/>Passado este tempo, e com o inesperado sucesso que o filme atingiu, Kelly conseguiu arranjar meios para voltar atrás e completar tudo o que se tinha visto forçado a deixar para trás por questões de tempo e orçamento - e assim surge este "Donnie Darko - Director's Cut", com mais 20 minutos de cenas e melhorias de imagem e som (que não são muito visíveis no Quarteto, aparentemente a única sala na qual esta versão estreou por cá: o som da sala foi dos piores que já vi, o filme parecia estar a ser projectado dentro de uma lata de atum).<BR/><BR/>No geral, as novas cenas que Kelly introduz têm um duplo efeito: por um lado, dão muito mais detalhes sobre os aspectos "técnicos" das viagens no tempo que estão subjacentes ao filme, introduzindo os conteúdos do livro "The Philosophy Of Time Travel" e assim dando mais pistas que podem ajudar a compreender o que se está a passar. O efeito perverso é que assim a interpretação do filme fica muito mais orientada por aquilo que estamos a ver, e "Donnie Darko" deixa de repente de poder ser um delírio esquizofrénico para se parecer decididamente com um filme de ficção científico-religiosa. E isso acaba por roubar parte da magia que a versão original tem, precisamente por ser tão aberta que exige muito mais de quem a vê.<BR/><BR/>Apesar deste ponto negativo, gostei de ter ido ver. Foi pelo menos a oportunidade de ver o filme em ecrã gigante (só o tinha visto em DVD), ainda que em condições de projecção muito sofríveis. E lá está, voltei a sair com aquela tal sensação de murro no estômago.
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Um filme complexo

Pedro Ramos

E se, no momento de morrermos, nos fossem dadas algumas horas extras para morrermos bem, para salvarmos a nossa vida, para lhe conferir finalmente um sentido? Para vivermos, afinal, uma grande paixão, para sararmos a nossa esquizofrenia, como este Donnie Darko? Mas se, pelo contrário, as horas suplementares fossem mais do mesmo, o aprofundar dessa esquizofrenia, a prática de um homicídio, por forma a que fosse melhor ter morrido logo, sem prorrogação da vida? Este é um filme complexo, que exige um acentuado esforço de interpretação, com resultados, porventura, parcos. É, também, mais um retrato, desta vez não estereotipado, da burguesia norte-americana, em que há lugar, até - imagine-se! - para o amor. É um filme bastante interessante, que vale a pena conferir. Três estrelas.
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Chegada da puberdade a Donald

António Ricardo

Sem nenhuma dúvida "Donnie Darko" é um filme que se encarrega de nos transportar para o maravilhoso do misterioso. Mas terá sido uma estreia positiva de Richard Kelly? A primeira impressão que me assolou foi a de se tratar de um filme de série B já que tanto no campo da realização como na musicalidade invadia-nos uma extrema experimentalidade que, diga-se de passagem, pecava pela pouca originalidade e pelos variadíssimos clichés vistos em qualquer "teen movie" americano. O "casting" a cargo de Joseph Middleton e Michelle Morris Gertz revela-se falhado em momentos decisivos em torno da carga psicológica exigida aos actores.<BR/><Br/>Jake Gillenhall (Donnie Darko) não consegue simplesmente agir como um adolescente "normal", mesmo tendo em consideração todos os seus problemas de natureza psicológica. O surrealismo das personagens (principalmente o grupo etário mais jovem) é uma constante em todo o filme que só o diminui. Tenho a certeza que nenhum grupo estudantil se comporta da maneira como é caracterizado, nem mesmo nos USA em 1988. Um (dos muitos) exemplo é o "bad boy" da mesma turma que Donnie onde mais tarde assalta (porque estúpida razão?) a casa de Roberta Sparrow. É de uma caracterização anormal, irreal e fora de contexto. A somar a este surgem os próprios pais de Donnie (Mary McDonnell e Holmes Osborne) que só demonstram uma séria preocupação pelo filho aquando da sua morte e não quando apresenta perturbações mentais e sinais de agressividade.<BR/><Br/>Destaca-se, e pela mediania, a irmã mais velha de Donnie, Drew Barrymore (Ms. Pomeroy), excepto aquele "fuck" incompreensível, e Patrick Swayze (Jim Cunningham), mostrando-se este último decadente em termos de carreira, longe das luzes da ribalta e de grandes "papéis". Contudo isto não faz com que o filme seja mau, mas sim, que o piore. Fora isso existe durante a película uma explanação de um argumento ambíguo e interessante. É o próprio Richard Kelly quem o escreve baseando-se, talvez, em anteriores argumentos inseridos nesta temática do enigmático. Um dos quais "Frailty", de Bill Paxton, em que Adam Meiks se assemelha a Donnie Darko como papel preponderante de salvador e justiceiro da Humanidade, no qual estes "viam" mais do que todos os outros.<BR/><Br/>"Frank" (O amigo imaginário de Donald, vestido de coelho) e "Deus" são os mentores de Donnie e Adam, respectivamente, e encarregam-lhes missões com o objectivo de futura redenção para com os próprios e com os outros. Pré-destinado, herói ou simplesmente um jovem psicologicamente afectado, depois de Frank lhe ter salvo e comunicado quantos dias faltavam para o fim do mundo a sua vida sofre um revés do qual não nega. Aparição em aparição, Donnie consome actos que mais tarde terão o seu valor justo muito próprio.<BR/><Br/>Mas centrando-me, agora, no aspecto positivo do filme que passa pela narrativa complexa e, aparentemente, pouco lógica dos acontecimentos (principalmente os finais) que remete para o espectador (e muito) a capacidade de imaginação e inteligência afim de justificar tão ficcionário mundo que Donnie Darko nos presenteia. A nossa mente contradiz-se com inúmeras questões: será Jack tão-somente uma personagem imaginária apenas vista por Donald? Qual a ordem cronológica dos acontecimentos, visto Jack ter o olho desfeito antes de Donnie ter disparado sobre este ao pé da casa de Roberta? Será real o tempo em que decorre praticamente toda a história depois de Donnie, supostamente, ter sido salvo duma turbina dum avião caído do céu?<BR/><Br/>Se essa turbina percorreu um espaço inter-espacial ao longo do tempo, recuando vários dias, como matou Donnie, mais tarde, se este não efectuou o mesmo percurso que o aparelho? Terão os actos de Donnie sido nobres que tenham valido a pena, após um adiamento da sua morte? Terá sido um mundo melhor depois disso? Será que num momento de indecisão poderemos voltar atrás? Teremos o destino traçado? Ou estará este nas nossas mãos? "Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje", será essa uma das ideias-chave do filme que julgo eu, de modo algum poder ser comparável aos de David Lynch.<BR/><Br/>Esse sim, um génio insubordinado já que nos deleita com clareza de planos e fluidez de texto ao mesmo tempo uma história que nos "troca as voltas" e nos deixa os neurónios à beira do curto-circuito. Richard Kelly começou ambicioso em termos de argumento, já que este género cinematográfico do mistério tem que ser tratado com bastante precisão, pois neste caso os pormenores ganham extrema importância.
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De volta

João Tomé - www.magaCINE.blogspot.com

Uma viagem de auto-descoberta, de expansão da mente, de exploração do futuro e de revolta para com uma sociedade demasiado "direita", convencional e monótona. Bendita a hora em que o realizador Richard Kelly se decidiu a fazer este filme que, apesar de ter tido muitas dificuldades para ser distribuído, é uma experiência tão alucinogénica quanto intensa e interessante. Sabe bem ir ao cinema ver filmes que, por diversos motivos, não só cativam como nos dão pedaços de comédia familiar, problemas mentais e bocados que mais parecem de viagens no tempo.
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