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Corpo e Alma

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Drama 116 min 2017 M/16 21/12/2017 HUN

Título Original

Teströl és lélekröl

Sinopse

<div>Mária e Endre (Alexandra Borbély e Géza Morcsányi, respectivamente) trabalham num matadouro em Budapeste, Hungria. Ele é director financeiro; ela é inspectora de qualidade. São ambos pessoas tímidas e reservadas. Todas as noites eles têm o mesmo sonho: são um casal de veados apaixonado que se encontra numa floresta coberta de neve. Ao descobrir que partilham a mesma fantasia, ficam perturbados mas tentam descobrir o motivo. É então que, pouco a pouco, Mária e Endre se dispõem a encontrar um no outro o amor que partilham no sonho. Contudo, na vida real tudo lhes parece mais complicado…</div> <div>Uma história de amor escrita e realizada por Ildikó Enyedi (“Vakond”, “O Meu Século XX”) que recebeu o Urso de Ouro e o prémio FIPRESCI na edição de 2017 do Festival de Cinema de Berlim. PÚBLICO</div> <div> </div>

Críticas Ípsilon

Debaixo da pele

Jorge Mourinha

Tão frustrante como fascinante, o regresso da húngara Ildikó Enyedi depois de 18 anos sem filmar é elíptico, abstracto, cerebral, intrigante.

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Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Corpo e Alma", da húngara Ildikó Enyedi, é a mais insólita e bela/delicada história de amor a ser projectada nos ecrãs de cinema nos últimos anos. Com laivos de realismo mágico e "lirismo humanista", apesar de possuir cenas verdadeiramente cruas e (literalmente) viscerais (delicadeza e brutalidade andam sempre de mãos dadas), debruça-se sobre a solidão e a inabilidade nas relações sociais (consequência de desajustes emocionais) dos dois protagonistas que vivem o seu monótono dia a dia no lugar menos romântico do mundo (um matadouro de animais). Será neste ambiente onírico e pouco convencional que irá florescer (num "ritmo sem pressas", mais interessado em explorar a poesia dos pequenos gestos e olhares, através de excelentes planos de pormenor captados por uma câmara fixa) a exótica relação entre dois solitários anti-sociais. Um introspectivo homem de meia-idade (paralisado de um dos braços) que vive numa espécie de reclusão auto-imposta (por um qualquer motivo que não nos será desvendando) e uma bela e ultra-metódica/rígida rapariga que denota ser detentora de sindrome de asperger (incapaz de interagir com os pares e de sentir emoção). O mais peculiar do "romance" é que este pouco tem de "fisicalidade", até porque, apesar de partilharem o mesmo espaço, a interacção entre ambos encontra-se reduzida ao mínimo (graças aos seus handicaps psicológicos que boicotam constantemente os seus "quereres" mais básicos), relacionando-se quase exclusivamente por intermédio dos sonhos comuns que partilham todas as noites (e nos quais surgem "transvestidos" de veados que vagueiam livremente por florestas pintadas de branco pelo inverno). Portanto, uma autêntica fábula dos tempos modernos. Realce-se, para além da originalidade da (simples) narrativa, a sumptuosidade da "melancólica fotografia" e a delicadeza da banda sonora. E claro... a performance magistral de Alexandra Borbélv, eleita por este papel como a melhor actriz europeia de 2017 nos Prémios do Cinema Europa.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

"Corpo e Alma", da húngara Ildikó Enyedi, é a mais insólita e bela/delicada história de amor a ser projectada nos ecrãs de cinema nos últimos anos. <br />Com laivos de realismo mágico e lirismo, apesar de possuir cenas verdadeiramente cruas e (literalmente) viscerais (delicadeza e brutalidade andam sempre a de mãos dadas), debruça-se sobre a solidão e a inabilidade nas relações sociais (consequência de desajustes emocionais) dos dois protagonistas que vivem o seu monótono dia a dia no lugar menos romântico do mundo (um matadouro de animais). Será neste ambiente onírico e pouco convencional que irá florescer (num "ritmo sem pressas", mais interessado em explorar a poesia dos pequenos gestos e olhares, através de excelentes planos de pormenor captados por uma câmara fixa) a exótica relação entre dois solitários anti-sociais. Um introspectivo homem de meia-idade (paralisado de um dos braços) que vive numa espécie de reclusão auto-imposta (por um qualquer motivo que não nos será desvendando) e uma bela e ultra-metódica/rígida rapariga que denota ser detentora de sindrome de asperger (incapaz de interagir com os pares e de sentir emoção). <br />O mais peculiar do "romance" é que este pouco tem de "fisicalidade", até porque, apesar de partilharem o mesmo espaço, a interacção entre ambos encontra-se reduzida ao mínimo (graças aos seus handicaps psicológicos que boicotam constantemente os seus "quereres" mais básicos), relacionando-se quase exclusivamente por intermédio dos sonhos comuns que partilham todas as noites (e nos quais surgem "transvestidos" de veados que vagueiam livremente por florestas pintadas de branco pelo inverno). Portanto, uma autêntica fábula dos tempos modernos. <br /> <br />Realce-se, para além da originalidade da (simples) narrativa, a sumptuosidade da "melancólica fotografia" e a delicadeza da banda sonora. E claro ... a performance magistral de Alexandra Borbélv, eleita por este papel como a melhor actriz europeia de 2017 nos Prémios do Cinema Europa.
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