Excelente elenco, fotografia fabulosa, argumento muito interessante e desfecho com volte face. A ver!

"Conclave", do realizador alemão Edward Berger (que em 2023 ganhou o Óscar de melhor filme internacional graças a "Nada de Novo na Frente"), é um austero e meticuloso thriller político (ou não fosse a igreja católica uma organização eminentemente política), com doses q.b. de suspense e tensão, sobre a guerra silenciosa pelo poder no coração do Vaticano, entre os elementos de topo da sua hierarquia (cardeais), aquando do ultra-secreto encontro ritualizado de eleição de um novo Papa (efectuado, exclusivamente entre pares, à porta fechada e em isolamento total do mundo exterior).

Esta obra disseca a estrutura e os mecanismos de funcionamento da poderosa (e riquíssima) instituição religiosa secular, colocando-nos perante os elaborados/cínicos jogos poliíticos (repletos de intrigas, parcerias negociadas, renuncias, segredos e comportamentos "pouco católicos") levados a cabo pelas várias facções ideológicas em confronto (conservadores versus "liberais"). Deste modo, em "Conclave", após o anúncio da morte do Papa, seguimos os passos de 121 cardeais, provenientes dos mais diversos cantos do planeta, reunidos com o objectivo de escolher entre si o Sucessor (através de consecutivos sufrágios até existir uma maioria de dois terços e o consequente "fumo branco"), sob a tutela do respeitado, e alegadamente imparcial, cardeal Lawrence (um brilhante Ralph Fiennes que, certamente, estará na próxima luta hollywoodesca pela conquista da estatueta dourada na categoria de melhor actor).

Fui ver o filme porque achei o argumento potencialmente interessante e porque gosto de ver actuar Ralph Fiennes. Gostei do filme, é um filme que se vê bem, tem uma boa realização que prende os espectador do princípio ao fim do filme e tem uma boa actuação de Ralph Fiennes. Estamos perante um bom filme. Numa escala de 0 a 20 valores, dou 16 valores a este filme.

Os últimos 40 minutos do filme são uma mistura de Morris West e Agatha Christie, e vem a dar num produto estapafúrdio! Mas é bem feito, tem muitos sentimentos excelentes ao correr da pena... e também não acho nada que Ralph Fiennes tenha uma interpretação por aí além. Também o papel que lhe cabe não é especialmente exigente, ele está sempre com um ar grave, com um aspecto cardinalício!