Babylon
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
O inferno segundo São Damião
Sejam bem vindos à comédia humana da Hollywood à beira do som, num épico com tanto de demencial como de arrebatador, de excessivo como de certeiro. Mais seventies era impossível.
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Babylon
Fernando Oliveira
Primeiro “Babylon” é escatológico e ficamos de pé atrás. Mas depois a câmara entra frenética naquela festa, ao ritmo vertiginoso de uma banda jazz, dançando com os corpos que se contorcem numa orgia excessiva e grotesca, um burlesco enérgico mas estilhaçado, um movimento narrativo demencial. Na festa são-nos apresentados os três personagens principais: Manny Torres, um faz-tudo que por causa do seu desenrascanço consegue chegar ao lugar de executivo de um Estúdio; Nellie LaRoy, uma penetra que entra na festa com a ajuda de Manny, e que por um acaso se torna naquilo que sonhava, uma estrela de cinema; e Jack Conrad, um galã e um actor com enorme êxito que colecciona esposas. São os anos 20, a indústria dos filmes é de um amadorismo ridículo, mas que já desperta paixões avassaladoras. E o som está ali à porta. Se Chazelle cita sem vergonha “Singin` in the rain”, foge do romantismo e da leveza deste filme de Donen e Kelly e faz-nos mergulhar numa insana descida ao Inferno, quando os três personagens “lá em cima” são puxados para ele, tanto porque a chegada do som vai “destruir” muita gente, mas também porque a “moral e os bons costumes” começaram a impor as suas regras. As qualidades exigidas passaram a ser outras, a liberdade passou a ser controlada. Nellie e Jack tornaram-se indesejáveis, Manny porque ama Nellie cai com eles. Chazelle mostra-nos o espectáculo dos horrores que tangem o “sonho de Hollywwod”. Mas fá-lo, olhando para os personagens, para a história de Hollywood, como um cinéfilo apaixonado pelo Cinema dessa época, há nesse olhar uma suave ternura que acompanha Jack, Nellie e Manny até ao fim. Dá-lhes uma comovente dignidade naquele inferno com todos os círculos, vales, fossos e esferas; a violência que consome aquelas personagens é-nos dolorosa. Sentimos uma perda. O que me deixa espantado é como foi possível realizar um filme assim, neste tempo em que quase ninguém aceita ser chocado ou perturbado, um filme absolutamente excessivo de várias maneiras; um filme que sonha com a liberdade sem constrangimentos, a daquela época, mas também em diálogo com as liberdades narrativas do Cinema americano dos anos setenta. Um filme apaixonado pela imensidão do Cinema, como naquela conversa sublime em que Elinor St. John, uma colonista de mexericos, explica a Jack a sorte que tem de ao mesmo tempo que foi “abandonado” pelo público, ter a sua imagem fixada para sempre em filmes; com interpretações magnificas de Margot Robie, Brad Pitt, Diego Calva ou Jean Smart; a música é contagiante; a fotografia é bela e a montagem deixa-se enlear na loucura encenada no filme. Uma prodigiosa loucura. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
3 estrelas
José Miguel Costa
Bastou verificar que o filme "Babylon" é dirigido pela mesma alma do inenarrável "La La Land" (Damien Chazelle) para exclui-lo no imediato da minha lista de futuros visionamentos. Todavia, tanto se tem falado antagonicamente sobre o dito cujo que acabei por aceder a vê-lo, com a (pré-definida) convicção absoluta de que a minha opinião iria ser demolidora. Eis que tenho de dar a mão à palmatória. Não desgostei desta mescla de comédia (algo brejeira, é certo!) com drama, que nos transporta até à Hollywood dos loucos anos 20 (em processo de mutação devido à transição do cinema mudo para o sonoro) onde todas as excentricidades (vulgo depravações) e ambições desmedidas (tão depressa alguém poderia ascender ao topo como logo a seguir estar no "chão", e vice-versa) não tinham quaisquer limites. Esta minha apreciação não tem em consideração a qualidade da delirante narrativa (com um humor simplório manifestamente exagerado e repetitivo/esticado até à exaustão - tanto mais que o filme tem a duração de 189 minutos), mas sim a arrebatadora epopeia de ostentação visual (uma verdadeira explosão de cores quentes, ritmo frenético/caótico e de deslumbrantes planos-sequência) E, óbvio, as magnificas interpretações de Margot Robbie, Brad Pitt e Diego Calva.
Because it's bigger than you!
Cc
O que choca na realidade, arrebata na ficção! Romance, acção, humor negro... Uma viagem extravagante pelo espaço, pelo tempo, pelo imaginário de quem conseguir simplesmente usar os sentidos... Uma mensagem fantástica que vai além de nós... " We have to redefine the form, map those dreams and print them into history. Look up and say: Eureka! I am not alone!"
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