Compreende-se o fascínio do papel de advogado do diabo; ir contra a maré é bastante mais audaciosamente apelativo, pode alegar-se que é isso a genialidade, ver o que a maior parte não vê, mas infelizmente na maior parte dos casos esse curso não passa de um logro.<BR/>Entendo assim a missão da maior parte dos críticos que procuram atirar desesperadas mechas de luz a uma escuridão que não existe, mas que é do seu interesse promover.<BR/> Mas, à parte de considerações técnicas frívolas que não procuro rebater, e até as considero por demais irrelevantes, achei a realização plena e muito capaz, na medida em que as emoções que a tela veicula são constantes e indeléveis, consolidados pelo reconhecimento da autenticidade da força do espírito humano e da mitologia, insondáveis no espaço-tempo da humanidade, em que as particularidades dos contextos civilizacionais são indiferentes.<BR/>Considero a banda sonora, apesar de crua, ajustada, e muito bom elemento potenciador de atenção.<BR/>As interpretações, fabulosas. Não é preciso texto quando os rostos falam assim. <BR/>Não concebo melhor. Com mais diálogos e explicações vulgarizava-se esta fábula, fissurava-se a magia.<BR/>É bom ser-se leigo e permitirmo-nos levar e arrebatar.

Acho que mais do que todas as baboseiras ditas por alguém que claramente não gosta do realizador, fica acima de tudo um excelente retrato de uma cultura que cada vez mais se descobre ter tido muito de violenta. Excelentes guerreiros, ritualistas, adoradores de deuses e das estrelas, os maias são uma civilização fascinante, porém não angelical. Se a dose de perseguição é claramente exagerada o resto porém penso estar tudo no sítio, paisagens, batalhas, personalidades etc. E por sangue nos filmes se este existiu na realidade nunca pode ser uma crítica negativa a um filme, penso que o "Paixão de Cristo" peca por exagero, porém este penso que retrata fielmente o que se pensa acontecia.

Acho o filme muito bom. Vale a pena comprar o bilhete só para ver os cenários. Apesar de ter algumas cenas com sangue, não o acho muito violento.<BR/>Parabéns, é um dos meus filmes preferidos.

Muito mau. Só não saí antes do filme terminar pois queria ver onde toda aquela macacada ia dar...<BR/>Violência gratuita e sem fundamento e um argumento péssimo, deixam tudo a desejar para este filme de Mel Gibson. <BR/>O final do filme, então, nem merece comentarios. É caso para dizer, ver para crer...<BR/>

...o facto de a civilização maia, tão bem retratada, se ter extinguido cerca de 500 anos antes da chegada dos espanhóis. De facto, todo o filme seria louvável pelo rigor histórico até à ultima cena, em que os ibéricos navegantes chegam à costa americana, no século XVI, para encontrar os fugitivos de uma cidade deserta desde o século X... Tudo o resto já foi dito: épico, histórico, sangrento, heróico, paternalista... gibsoniano, em resumo.<BR/>

Ao ler as críticas ao filme do Gibson interrogo-me se sou a única pessoa que não o vê como "um filme sobre os Maias". Claro que os Maias são mais mediáticos (até porque, dentro do desconhecimento que o mundo moderno tem deles, são dos "índios" mais conhecidos - ou melhor, que mais curiosidade têm suscitado ao homem ocidental) que os "índios" da floresta. Mas a história é, quanto a mim, mais um retrato desses povos da floresta do que da civilização Maia. Claro que vivendo na floresta e não deixando construções megalómanas passaram muito mais despercebidos. E essa é uma das ironias da história humana. Enquanto que as construções da civilização Maia sobreviveram ao tempo, deixando o homem branco assombrado - de tal forma que a sua existência é conhecida de qualquer mortal - os povos da floresta continuam a habitar várias zonas remotas, sobrevivendo à chegada do homem branco e aos Maias.

Eu achei este filme fantástico... digam o que disserem, adorei.

O filme está muito bem conseguido. combina acção com drama e toques de romance. Um filme muito bom onde os intervenientes tiveram um trabalho excepcional.

Mais uma vez Mel Gibson consegue criar aquele ambiente psicológico na mente do espectador. É um excelente filme e para mim está dentro do BEST OF MEL!!!<BR/>Só tenho uma nota a referir: trata-se da civilizacão Asteca e não Maia!!!<BR/>Os Maias já tinham desaparecido muito antes da chegada dos espanhóis!!!

Gostava de conhecer a opinião de alguns críticos em relação ao "Saló" do Pasolini. Gostaria de saber se a violência usada para tal nojenta metáfora não é gratuita. Não penso que a violência em "Apocalypto" seja gratuita. É essencial ao contexto do filme. E o filme é de facto bom. O que também não é incompatível com o facto de que "O Novo Mundo" de Mallick também é muito bom. Na minha opinião, melhor.