Alpha
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Década de 1980. Alpha tem 13 anos e vive com a mãe, que é médica. Quando regressa da escola com a letra “A” tatuada no braço, esse gesto aparentemente banal transforma por completo as suas vidas. A partir daí, Alpha começa a ser olhada com desconfiança pelos colegas, devido a rumores sobre uma nova doença que ninguém compreende inteiramente.
Em competição no Festival de Cinema de Cannes, este drama de terror foi escrito e realizado por Julia Ducournau, também responsável por "Titane", vencedor da Palma de Ouro nesse mesmo festival em 2021. Podendo, tal como a obra anterior de Ducournau, inserir-se na tradição do "body horror", conta com interpretações de Mélissa Boros, Golshifteh Farahani, Tahar Rahim e Emma Mackey. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
O sangue em Alpha, de Julia Ducournau
Depois da Palma de Ouro de Titane, a francesa Julia Ducournau propõe uma obra mais madura, mais ambiciosa — mais humana e até, a espaços, mais tocante. Alpha é, literalmente, um filme à flor da pele.
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3 estrelas
José Miguel Costa
Em 2021 a realizadora francesa Julia Ducournau causou estupefacção (e até alguma indignação) no universo cinéfilo ao arrebanhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes com o bizarro "Titane". Eis que aquela que, por certo, terá pretensões de ser a versão feminina gaulesa do Cronenberg, está de volta aos grandes ecrãs com "Alpha", mantendo a sua visceral "impressão digital".
Um metafórico drama de terror (do subgénero "body horror"), num ambiente de realismo mágico, que aflora as temáticas do amor fraternal incondicional, (des)vinculação e luto. Apesar da força motriz da obra continuar a advir do vistoso (e até algo lírico) aparato técnico, ao contrário da antecessora, não se resume exclusivamente a um mero exercício estilístico, tendo tentado, igualmente, privilegiar uma narrativa (escrita pela própria) com "pés e (sem grande) cabeça.
A história, contada sob o ponto de vista da protagonista (Alpha, uma adolescente), constitui-se como uma alegoria à França de 1980-1990, a braços com o eclodir da epidemia de sida nos grandes subúrbios pobres habitados por população oriunda das ex-colónias (só que neste caso o estranho vírus, que se transmite por via sanguínea, transforma gradualmente as pessoas em estátuas de pedra).
A acção inicia-se com Alpha, em estado de quase coma alcoólico, numa festa a fazer uma tatuagem rudimentar, sem o seu consentimento, com uma agulha não esterilizada. Tal acto desencadeará um conjunto de consequências no seio familiar (constituído exclusivamente pela sua mãe, uma médica obsessiva) e escola, em virtude do receio desta ter contraído o vírus (para "ajudar à festa", o tio materno - toxicodependente e infectado com a maleita - vem, inesperadamente, coabitar consigo).
No entanto, este enredo, com vários subtemas superficialmente explorados, revela-se confuso, uma vez que é exposto através de três dimensões paralelas (passado, presente e, amiúde, momentos oníricos) que vão alternando entre si de modo desorganizado e sem grande conexão.
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