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Titane

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Drama, Ficção Científica, Thriller 108 min 2021 M/16 07/10/2021 FRA, BEL

Título Original

Titane

Sinopse

<div>Combinando terror e “body horror”, um filme que a realizadora Julia Ducournau descreve deste modo: "para dar a ‘Titane’ a sua forma definitiva, concentrei-me na ideia de que através de uma mentira, podes dar vida ao amor e à humanidade. Quis fazer um filme que, pela sua violência, pudesse parecer ‘desagradável’ a princípio, mas que depois nos levasse a apegar-nos às personagens e, em última análise, a receber o filme como uma história de amor. Ou melhor, uma história sobre o nascimento do amor”.</div><div>Com “Titane”, Julia Ducournau recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes – a segunda vez, na história do festival, que o palmarés vai para uma realizadora, depois de Jane Campion com “O Piano” (1993), em “ex-aequo” com Adeus, “Minha Concubina”, de Chen Kaige. PÚBLICO</div>

Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

"Titane", o filme da francesa Julia Ducournau que ganhou o Festival de Cannes, é um ovni cinematográfico , condenado a ser amado (por nichos de público especificos) ou odiado, poucos (entre os quais me incluo) se ficarão pelo "nim". <br />Esta espécie de primo (em segundo grau) do "Crash" do mestre David Cronenberg, com ambiência pseudo Lynchiana e uns resquicios de ginga Tarantiniana, não me eriçou os pelos dos braços, nem se me entranhou por todos os poros (apesar de possuir alguns ingredientes para o efeito), por não ter conseguido "casar" de modo coerente (e sem soar demasiado bizarro, ou até patético) os vários registos cinéfilos que tentou abraçar (drama psicológico, terror body horror e fábula distópica - que, por certo, teria um intuito, não alcançado, de cariz metafórico, nomeadamente no que concerne à temática da identidade de género). <br /> <br />A história tem por base a solitária Alexia, uma andrógena dançarina erótica com placa de titanio na cabeça (decorrente de um acidente automobilístico na infância), que nas horas livres se entretem a assassinar pessoas e a praticar sexo com carros (ficando grávida de um deles - too much para um filme com pretensões de "ser levado a sério"). A partir de determinado momento, por forma a fugir à perseguição policial, faz-se passar pelo filho desaparecido de um velho comandante de uma corporação de bombeiros (que se recusa a envelhecer), daí resultando uma dinâmica relacional altamente disfuncional. <br />O que me incomoda neste guião cru e não convencional (que possui a virtude de ser completamente imprevisível) não é o seu carácter provocador ou as situações grotescas e de violência extrema que o mesmo contém (características que, por norma, até me excitam, se devidamente integradas), mas sim a sua inconsistência e a contínua sensação de que a "bota não bate com a perdigota". <br />Apesar disso, não consigo renegá-lo, devido à vertente sensorial (já que é visualmente deslumbrante - as suas imagens estilizadas de rudeza inquietante são um regalo para a nossa iris - e possui uma banda sonora épica), bem como pela monstruosa performance dos dois protagonistas (Vincent London e a desconhecida Agathe Rousselle).
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