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A Viagem de Morvern Callar
Título Original
Morvern Callar
Realizado por
Sinopse
Morvern tem vinte e poucos anos e trabalha num supermercado numa pequena cidade da costa escocesa. Um dia chega a casa e encontra o namorado morto no chão da cozinha. Suicidou-se... Deixou um livro terminado, que pede a Morvern para ela enviar para várias editoras, dinheiro para o funeral e uma cassete para ela, uma banda sonora... Depois de um funeral pouco ortodoxo, Morvern apropria-se do romance do namorado e pega na melhor amiga para rumar até Sul de Espanha. É uma viagem de crescimento e de auto-descoberta.<p/>PUBLICO.PT
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
O Calvário de Morvern Callar
M.C.
Talvez uma das maiores desilusões dos últimos tempos, quer pela fraca prestação da promissora Samantha Morton, quer pela fraquíssima e fragmentária realização. Um filme que se apoia em breves e escassos momentos de inspiração não é digno desse nome. Em suma, Morvern Callar é um claro exemplo de como se pode deitar fora uma óptima ideia.
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Uma Experiência Deliciosamente Invulgar
Luís Mendonça
Tudo começa num ambiente algo sinistro: Morvern Callar (Samantha Morton) encontra-se deitada no chão ao pé de um corpo manchado de sangue. Na altura, não sabemos de quem se trata, mas o ambiente é insuportável - há uma luz intermitente, de um vermelho agressivo, vinda de uma árvore de natal decrépita e uma cozinha pintada com o vermelho do sangue. Mais tarde, apercebemo-nos que se trata do namorado de Callar e que este cometeu o suicídio. Começa aqui a incrível viagem de Morvern Callar, uma mulher algo distante, incompleta de afectos - Acaba por ser, uma viagem de auto-descoberta ou, pelo menos, de distanciamento de uma realidade imunda. Fica a impressão de que esta nunca chegou a aceitar a morte do namorado. A rejeição dessa realidade é tal que Callar continua a fazer a sua vida de rotina, mesmo com o cadáver, num estado avançado de petrificação, em sua casa. No entanto, o filme não é tão linear nesse aspecto: a mente de Callar manifesta-se perturbada ao longo de toda a obra, devido à imprevisibilidade das suas acções- A forma desleal como se aproveitou do que não era seu ao apoderar-se da obra final do namorado ou a frieza como cortou o namorado aos pedaços e o escondeu na mata. Callar acaba por fugir da Escócia , através do dinheiro que herdou do namorado, com uma colega sua de trabalho – o «ganha pão» era um modesto oficio num supermercado - em direcção ao nada. Talvez, numa tentativa de esquecer os seus próprios arrependimentos e desgostos, refugia-se na noite ao som de uma cassete de música, a prenda última do seu ex - uma belíssima banda sonora que acaba com o final do filme - e tenta abstrair-se da realidade. A vida de Callar transforma-se numa alucinada fuga ao real - um angustiante ciclo vicioso. O inicio do filme é, de facto, impressionante. No entanto, todo o clima de tensão começa-se a evaporar a cerca do meio da fita - Não perde o seu fascínio, mas desaparece todo o seu aspecto invulgar. Contudo, estamos a falar de um filme muito interessante de uma realizadora pouco conhecida e com uma actriz a precisar de maior destaque- Samantha Morton é a grande matéria-prima deste estimulante “Morvern Callar”, um filme a não perder.
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