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A Condessa Russa
Título Original
The White Countess
Realizado por
Elenco
Sinopse
Shanghai, 1936. Intriga política, refugiados em fuga do tumulto, forças militares, negócios internacionais e a cultura do submundo. Duas pessoas apanhadas no turbilhão, na sombra da invasão japonesa, criam uma ligação: Sofia, uma bela condessa russa (Natasha Richardson), forçada pelas circunstâncias a sustentar a família trabalhando num bar e como dançarina; e Jackson (Ralph Fiennes), um antigo diplomata devastado pela perda da sua família devido à violência política e desiludido pela incapacidade do mundo em alcançar a paz. A história decorre no elegante clube nocturno The White Countess, criado pelo diplomata como escudo face ao caos e à tragédia que os cercam. Um filme realizado e produzido pela famosa dupla Merchant-Ivory ("Quarto com Vista Sobre a Cidade", "Regresso a Howards End ", "Os Despojos do Dia").<p/>PUBLICO.PT
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Sensibilidade zero
António Cunha
Um academismo atroz perpassa as duas angustiantes horas do pior filme do ano! Não existe empatia nenhuma com as personagens. James Ivory no seu – muito – pior. Erro de “casting” – salvando-se apenas Vanessa Redgrave –, fotografia horrível, zero de invenção e extremamente chato (no mínimo!). A banda sonora não tem brilho nenhum e rouba descaradamente Yo–Yo Ma, Tan Dun e John Williams. Ralph Fiennes deveria ser mais selectivo, sobretudo depois do seu excelente desempenho em “O Fiel Jardineiro”. Telefilme absolutamente a esquecer. Veja-se “Orgulho e Preconceito” do jovem realizador Joe Wright, e comprove–se a diferença. Para nem sequer mencionar outros filmes e outros realizadores mais conhecidos. Arrisco-me a dizer que quem goste de um filme como este não saiba – decididamente – o que é sétima arte...
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Não me chame condessa
José Martins
Tinha tudo para ser um grande filme clássico. Tinha tudo, mas o resultado é nada. Um banalíssimo filme com um elenco desajustado, imagens inacreditáveis e um espalhanço ao comprido de Kazuo Ishiguro, que assina um argumento com frases inenarráveis e ao nível da pior telenovela. O elenco é no geral desastroso. Natasha Richardson, uma condessa completamente "branca", sem alma nem carisma. Ralph Fiennes está (muito) baixo de forma e à deriva, sem nunca conseguir agarrar a personagem. Salva-se Vanessa Redgrave, que apaga tudo à volta quando aparece, mesmo que não diga uma palavra, mas sabemos que são assim as grandes actrizes.<BR/><BR/>"A Condessa Russa" é um enorme pastelão cinematográfico que nem não tem salvação possível e inclui uma das piores cenas do ano (e não só): no barco, alguém toca trompete enquanto se ouve a melosa banda sonora; como se não bastasse, a criança do filme aproxima-se e ouve enlevada o som, tudo isto num plano da mais perfeita indigência. De fugir!
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Sensibilidade e bom senso
Raul de Almeida
James Ivory, na sua derradeira parceria com Ismail Merchant, assina uma belíssima obra de despedida. Um filme que faz justiça a uma das mais felizes associações do cinema. Uma delicadíssima sensibilidade percorre todo o filme, na intensidade da contenção, na percepção aguda do sentimento, na inteligencia do enquadramento. A história está na sinopse, não vale a pena repeti-la, é apaixonante. Ralph Fiennes eleva ainda mais a parada depois do excelente registo em "O Fiel Jardineiro"; sem dúvida, este é o papel da sua vida, profundo, absoluto, nem um bocadinho a mais, nem um bocadinho a menos. O clã Redgrave a cair que nem uma luva na história, no "act", no nosso arrebatamento. A fotografia sublime, intensa na medida da marca e não do excesso.<BR/>A banda sonóra atira-nos para a Fnac mais próxima com vivos protestos ante a sua falta. Urgente!<BR/><BR/>Que mais dizer? Sim, fiquei arrebatado. Depois dos baldes de água fria de "Syriana", "Good Night, and Good Luck" e das ovelhinhas da Sierra Maricon, finalmente um grande filme. "So far", do melhor deste ano, onde só "Match Point" nos tinha aquecido a alma.
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