O Meu Bolo Favorito
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Ver sessõesDesde a morte do marido e da partida da filha para o estrangeiro que Mahin (Lili Farhadpour), de 70 anos, leva uma vida solitária em Teerão (Irão). Cansada de não ter um parceiro com quem dividir os seus dias, decide abrir o seu coração à mudança. É assim que, não exactamente por acaso, conhece Faramarz (Esmaeel Mehrabi), um taxista introvertido e tão solitário como ela, que a vai fazer sentir-se viva novamente.
Co-produção entre o Irão, França, Suécia e Alemanha, uma história terna que teve a sua estreia em Berlim e é assinada pelos iranianos Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, o casal responsável pelo comovente O Perdão (2022). PÚBLICO
Críticas Ípsilon
O Meu Bolo Favorito: o Irão, antes da revolução
Como filmar a intimidade e o quotidiano quando a normalidade é ilegal? Considerações a propósito do filme de Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha, neste momento impedidos de sair do Irão.
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UCI Cinemas - El Corte Inglés, Lisboa
13h35, 18h50 -
Cinema City Alvalade, Lisboa
19h50 -
Cinema Ideal, Lisboa
13h10
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UCI Cinemas - El Corte Inglés, Lisboa
13h35 -
Cinema Ideal, Lisboa
17h10
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Críticas dos leitores
3 estrelas
José Miguel Costa
O filme "O Meu Bolo Favorito" é um drama romântico trágico-cómico made in Irão, que explora as temáticas da solidão na terceira idade e da repressão exercida pelo intolerante regime fundamentalista islâmico sobre as mulheres (como se a sua liberdade afectiva atentasse contra o Estado ultra-conservador), que valeu ao casal de realizadores Maryam Moghaddam & Behtash Sanaeeha a proibição de sair do país (com confisco dos respectivos passaportes). Uma sensivel e intimista história de "amor" à primeira vista, que apenas sobreviverá algumas horas, entre dois solitários corações septuagenários.
Ela, uma enfermeira reformada de classe média e viúva (desde há trinta anos), cuja única filha reside no estrangeiro; ele, um divorciado, sem qualquer rede familiar, que, apesar da idade avançada, ainda se vê obrigado a conduzir um táxi como forma de subsistência.
Ambos encontram-se, por mero acaso, num restaurante e ela decide, sem qualquer pudor (e à revelia do seu modus operandis), convidá-lo para jantar na sua casa. Ao arrepeio da generalidade da crítica especializada, e não desvalorizando as infames penalizações infligidas à dupla de realizadores, ouso cometer a blasfémia de assumir que esta obra não me encheu as medidas de sobremaneira (quiçá, decorrente da expectativa gerada pelo sururu mediático em seu torno, bem como pelo termo comparativo com o seu trabalho precedente - "O Perdão ").
De facto, se excluirmos a ternura contagiante exalada pelos protagonistas (Lili Farhadpour e Esmaeel Mehrabi), resta uma narrativa algo simplista e subdesenvolvida (e até aborrecida, em determinados momentos).
Imoralidades e um comprimido azul
J.F. Vieira Pinto
Convém ao espectador situar-se na sociedade teocrata iraniana para se compreender melhor este filme com um final nada espectável; o que o torna num “tesourinho” absolutamente indispensável ou seja: obrigatório a sua visualização.
Após 45 anos da queda do anterior regime do xá Reza Pahlevi, o “novo” começa a dar sinais de absoluto desgaste - que o digam as mulheres e raparigas fartas de normas misóginas, que de sagrado nada têm. Contudo “modernidades” como ler ementas com os “qr’s code” ou mesmo chamar um táxi (?!) por uma app…Acaba aqui a ocidentalização tecnológica que para os reformados de nada serve.
Faramarz - o táxista de 70 anos, que, para conseguir alguns “cobres” extras, ainda trabalha, “conhece” Mahin a viúva solitária que vê nele uma companhia. Faramarz - o solitário que não quer morrer só, há 30 anos que não dorme com uma mulher - assunto absurdo na visão de Mahin: afinal de contas os homens têm direito a tudo…
“My Favorite Cake” situa-nos num Irão filmado sob uma visão “ocidental libertária “onde (ainda) vamos tendo (quase) toda a liberdade para nos expressar. Resultado: proibido no Irão; passaportes confiscados aos cineastas. Nada que já não soubéssemos tendo em conta nomes como Jafar Panahi ou Abbas Kiarostami, cineastas de um cinema realista e incómodo!
A noite de amor dos septuagenários, com algum álcool e um comprimido azul, nunca poderia acontecer em Teerão, especialmente com aquele final trágico. Um filme a ver sem desculpas ou…remorsos. (****)
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