O Perdão
Título Original
Ghasideyeh gave sefid
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
O Perdão
Manuela Ramalho
Muito já terá sido dito e escrito sobre este filme. Mas creio que o mais relevante e o que mais impressiona é a dor que fica, derivada da incapacidade de desfazer o mal que foi feito, corrigir o erro cometido. Muitas questões se podem levantar. Fica também a ironia do destino. E a moral da história: há erros irreparáveis e que se pagam com a própria vida. Não há perdão possível. Esteticamente o filme é perfeito, sóbrio, contido, de uma grande beleza. Lindíssima a cena final ao som de Schubert.
4 estrelas
José Miguel Costa
"O Perdão", produção franco-iraniana dirigida por Behtash Sanaeeha e Maryam Moqadam (também protagonista do filme) é, como quase todas as obras provenientes deste canto do globo, um drama intenso (mas sereno e impregnado de simbolismos, pois há que passar pelo "lápis azul") com múltiplas mensagens politicas criticas (subliminares) ao regime politico-religioso que sufoca os cidadãos do país (nomeadamente, as mulheres).
Um filme corajoso que nos confronta com as questões da pena de morte, da ausência de direitos das mulheres (especialmente, quando estas não gozam da "proteção" de um homem da família) e da liberdade de expressão guilhotinada pelo Sistema.Tendo por base a via sacra de Mina (com uma menor surda a cargo), disposta a remexer mundos e fundos (dentro das suas limitações de género e parca condição financeira), para obter um pedido de desculpa do Estado, pela execução do seu marido por um crime do qual se veio a provar ser inocente. Vale-lhe (aparentemente) a ajuda de um homem desconhecido que (alegadamente) "caiu do céu aos trambolhões".
Destaque para a subtileza das performances da protagonista e do seu "amigo", que carregam nos respectivos rostos os vincos de um sofrimento resignado.
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