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Rapariga Com Brinco de Pérola

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Drama 95 min 2003 M/12 12/02/2004 LUX, GB

Título Original

Sinopse

Holanda, 1665. Depois do pai ficar cego na sequência de uma explosão, Griet, uma jovem de 17 anos, é obrigada a trabalhar para ajudar a família. Torna-se então criada na casa do pintor Johannes Vermeer. Vermeer é um perfeccionista, que demora meses a terminar os seus quadros. Gradualmente, Griet torna-se a sua musa. Essa inspiração dará origem a um dos mais belos quadros do grande mestre holandês, a "Rapariga com brinco de pérola", mas também a inúmeras perturbações familiares (Vermeer era casado) e pessoais.
 
Scarlett Johansson e Colin Firth dão corpo aos protagonistas do filme - adaptado do "best-seller" da norte-americana Tracy Chevalier "Girl with a Pearl Earring" - com que o português Eduardo Serra foi nomeado para o Óscar de melhor cinematografia. PÚBLICO

 

Críticas Ípsilon

Naturalmente, ilumina-se

Kathleen Gomes

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Rapariga Com Brinco de Pérola

Mário Jorge Torres

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"Making Of" de uma pintura

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

A luz e a côr

F.J. Forte

Eis um filme que estéticamente é de uma inegável beleza. A história romanceada da criação de um quadro, uma relação de amor com o objecto pintado, que é ela mesma fundamento da criação amorosa de um quadro que se quer criado porque amado e amado porque criado, partindo-se, desde logo, de uma temática tão agradável e paradoxalmente suave e profunda. Quanto ao filme propriamente dito, relevante é de facto a belíssima fotografia de Eduardo Serra, que conseguiu criar a luz e a côr dos ambientes de uma nebulosa e belíssima cidade holandesa do século XVII. É essa côr e luz que, aliás, perpassa todo o filme e lhe dá uma tonalidade própria, fazendo-nos simultaneamente compreender e viver o processo criador do artista: este reflexo aqui, aquele ali, um tom diferente acolá, um pormenor, depois outro, e a beleza de um rosto com brinco de pérola na orelha. Pena é que a todo este quadro cinematográfico a realização propriamente dita pouco ou nada tenha trazido de relevante e que os actores pareçam algo desconstruidos ou, no caso de Colin Firth, sonolentos ou aborrecidos, em contraste com a força criadora do pintor. Scarlett Johansson está bela, e talvez não fosse de pedir mais perante tão bela consequência.
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Belo de olhar

J.P. Tomás

Há um problema com a beleza (Vermeer já tinha de o suportar): a nem todos ela basta. Não basta a luz que chove duma janela; o canal que dança na copa das árvores; a perfeição de uns lábios, de um arranjo de legumes, de mãos que geram cores. Mas é o amor a essa beleza o motor do grande pintor: um quadro de cada vez; um instante desse amor de cada vez, gravado em tela e trocado pela vida real. Esta é a história de um amor absoluto que se consome numa gota de sangue e numa reprodução remunerada. E é a reprodução que fica: o assassino é a testemunha. Este é, ao menos, um filme belo de olhar, que dá para pensar nestas coisas. Ou, está claro, para não pensar em nada disto.
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Cinema como veículo de cultura

Paula Oliveira

Cheguei há pouco de uma capital europeia. Decepcionada, pois aquilo de que fui à procura, aquilo que a distinguiria de qualquer outra grande cidade da nossa civilização ocidental, já não encontro. O urbanismo, os monumentos, as estátuas, tudo o que foi História, perde-se por entre as lojas, as montras, o caos, igual nessa cidade como em todas as outras. Perdeu-se a identidade. Paris, Londres, Roma, Lisboa... são Pizza Hut, MacDonald's, Benetton, Zara, Gucci e por aí fora. Enquanto via "Rapariga com Brinco de Pérola" dei por mim a pensar que estava a conhecer uma cidade, um pedaço de História e - questão que nunca se me tinha levantado - ocorreu-me que o cinema talvez seja, hoje, a única forma de contactarmos, conhecermos, as cidades e a sua História. Cinema como veículo de cultura que, viajando, parece já não podermos palpar. O trabalho de Eduardo Serra é uma obra-prima. Não é na pintura dos quadros que encontramos Vermeer mas nesse excelente trabalho. Um convívio familiar na sala, uns ladrilhos do pavimento, Griet em cada gesto... e o quadro de Vermeer que guardámos na memória é reencontrado. Pictoricamente belíssimo, mas não posso menosprezar o trabalho dos actores. A obra de Vermeer, se é a luz, é também o mistério que paira, uma ruptura na história da pintura, uma modernidade de nos mostrar os interiores familiares mas também um erotismo subtil. Particularmente neste quadro, o erotismo insinua-se dentro de nós sem fazer ruído. Também no filme, Firth e Johansson, sem nada explicitarem, tudo dizem. Não sei se é um grande filme. Classifico-o enquanto cinema como forma de expressão cultural. Talvez o destino da preservação da História esteja reservado ao cinema.
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Longe de merecer só uma estrela

Duarte

Sem ser um filme muito bom, merece bem mais do que uma estrelinha - para já a actriz principal, Scarlett Johansson, é excelente. Aliás, o filme recebeu críticas muito positivas do "Guardian", do "Observer", da BBC, do "Los Angeles Weekly", do "Village Voice", do "New York Daily News", etc. Mais uma vez, os críticos do PÚBLICO vivem num mundo fechado, completamente alheio ao resto do planeta, com gostos que nada têm a ver nem com a imprensa do resto do mundo nem com os próprios leitores do PÚBLICO.
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