Hannibal Rising
Martim d'Araújo Jorge
Em ‘O Silêncio dos Inocentes’ surge aquele que é ainda hoje, um dos maiores vilões do grande ecrã: Hannibal Lecter. Anthony Hopkins dá vida, provavelmente ao papel que lhe deu maior relevo na carreira, e que inclusivamente lhe valeu um Óscar. Lecter, é um Psicopata poderoso, misterioso e muito negro. Em ‘O Silêncio dos Inocentes’, Lecter é um elemento criador de constantes calafrios, e uma (senão a maior) razão pela qual o espectador fica agarrado à cadeira.<BR/><BR/>Sinceramente, não me parece que muita gente tenha pensado qual a razão que teria levado Lecter a ser assim como ele era. Não era essa uma questão patente no filme, nem sequer nas entrelinhas. Confesso que quando um filme é tão bom quanto foi ‘O Silêncio dos Inocentes’, a história deve parar por aí, e deve ficar na mente dos espectadores, a descoberta/construção de uma possível história ‘para trás’: neste caso, julgo que essa é uma das razões pelas quais Hannibal é um personagem tão ‘mítico’.<BR/><BR/>No entanto, o autor do livro que serviu de argumento ao filme, decidiu escrever uma “nova” etapa na vida do personagem. “Nova” entre aspas, porque este novo filme, é precisamente sobre Hannibal em novo… ou seja, para trás no tempo. Em ‘Hannibal Rising’, Thomas Harris, (autor do livro) dá-nos a conhecer as razões da revolta interior que levaram Lecter a ser o que é. Esta terceira parte (na verdade a primeira) da vida de Hannibal começa na época conturbada da II Guerra Mundial em que o jovem (lituano) se vê envolvido no terror da guerra e nas atrocidades que nessa altura se passaram. Daí até, ele se tornar num psicopata vai um ‘quase nada’. A revolta que se apodera de Hannibal, é de tal forma que ele vai até onde for preciso, fazendo tudo o que for necessário para se vingar do que lhe fizeram. <BR/><BR/>A história de vingança em si não é nova e já foi retractada noutros filmes. Logicamente, que estando ligada ao personagem em questão, fez-me olhar para este filme (Vi na ante-estreia a 13/02/2007) de forma diferente. Se visse ‘Hannibal Rising’ por si só e de forma isolada, diria que estava perante um excelente filme: duro, e por vezes até violento, e que pode por vezes impressionar os espectadores mais susceptíveis. Apesar de tudo, aconselho esta película, porque tem muita qualidade: apenas digo que se o personagem em questão fosse um qualquer novo, que não o ‘repescado’ Lecter, provavelmente lhe daria outro valor.<BR/><BR/>Destaco logicamente, a performance de Gaspard Ulliel que é deveras impressionante e nalguns momentos doentia (marcante até pela ‘loucura’ que ele emprega ao papel) e de Gong Li (Lady Musaraki) com quem contracena.<BR/><BR/>Estreia 5ª Feira: 15/02/2007<BR/>Nota: 7,5/10<BR/><BR/>(Critica Também consultável em http://absolutmartunis.blogspot.com)<BR/>
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