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A Viagem de Chihiro

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Drama, Animação 125 min 2001 M/6 28/02/2003 EUA, JAP

Sinopse

Do mago da animação Hayao Miyazaki ("A Princesa Mononoke", "O Meu Vizinho Totoro", "O Castelo Andante" ou "Ponyo à Beira-Mar”) este filme é direccionado a todas as idades e conta a história de Chihiro, uma menina de dez anos que descobre um mundo secreto. Quando os pais sofrem uma estranha transformação, Chihiro vê-se a entrar num lugar repleto de monstros e seres lendários, onde é obrigada a trabalhar para Yubaba, uma terrível bruxa com uma enorme cabeça e um corpo pequenino. Para salvar a família, Chihiro vive as mais fantásticas aventuras.
Óscar de melhor filme de animação, o filme venceu, em ex-aequo com Domingo Sangrento de Paul Greengrass, o Urso de Ouro na edição de 2002 do Festival de Cinema de Berlim. ​PÚBLICO
 

Críticas Ípsilon

É para angustiar

Vasco Câmara

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O caldeirão de Hayao Miyazaki

Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

O País das Maravilhas

Luís Mendonça

Um filme que nos enche a alma: uma viagem espiritual guiada por uma menina encantadora (Chihiro) que, atraiçoada pelo destino, é empurrada para um mundo novo. Um mundo de figuras lendárias, de antigos mitos e que respira tradição e natureza. É isso que Miyazaki consegue tão bem fazer: diluir os protagonistas no meio ambiente e agigantar o colectivo da imagem. Pomposo, mas muito bonito, profundamente belo: a moral é simples e humanamente enriquecedora ("Alice no País das Maravilhas"/"Feiticeiro de Oz" numa versão oriental). Comovente.
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Uma Obra de Arte

Ricardo Pereira

Quando a luz se apagar, esqueça da Disney e seus ratinhos saltitantes, cachorros patetas e papagaios dançarinos. Quem vai assistir a um longa-metragem de animação do realizador japonês Hayao Miyazaki deve se preparar para ver uma história cheia de questões morais e personagens bem mais complexos do que aqueles que povoam os parques da Flórida. Mas fique tranquilo: é diversão inteligente garantida para todas as idades. Miyazaki leva o espectador a uma verdadeira viagem com cenas cheias de belezas singulares, como a fuga de Chihiro pelo campo de flores e sua viagem de trem por um caminho inundado pelo mar. “A Viagem de Chihiro”, novo trabalho do Studio Ghibli, custou 19 milhões de dólares, cerca de um quinto de uma produção da Disney, e se transformou no primeiro longa não-americano da história a facturar 200 milhões de dólares, antes de ter sido lançado nos Estados Unidos e na Europa. Escrito pelo próprio Miyazaki, “A Viagem de Chihiro” gira em torno de uma garotinha (sim, a Chihiro do título) cujos pais decidem mudar de cidade. Durante a viagem em direcção ao seu novo lar, no entanto, a família da menina se perde e acaba encontrando um túnel no meio da floresta. Curiosos, os pais da menina resolvem descobrir o que há do outro lado, para desespero de sua filha, que pressente algo de errado no ar. Convencidos de que acharam as ruínas (bem conservadas) de um parque temático desactivado, os pais de Chihiro se surpreendem quando avistam uma mesa repleta de guloseimas – e decidem experimentar a comida. Recusando-se a participar da refeição, a pequena Chihiro se afasta dali e encontra um misterioso garoto, Haku, que a alerta sobre o perigo de permanecer naquele local depois do pôr-do-sol. Infelizmente, o aviso chega tarde demais, e a garota se apavora ao descobrir que seus pais se transformaram em porcos e que o tal “parque temático” é, na realidade, uma casa de banhos frequentada por deuses. Agora, ela precisará se adaptar àquele mundo assustador enquanto tenta encontrar, com a ajuda de Haku, uma forma de salvar seus pais. O realizador, Hayao Miyazaki, afirma definitivamente seu nome na Sétima Arte com essa Obra. Suas produções são conhecidas, principalmente pela narrativa não-ordenada, e por seu trabalho artesanal, já que o filme é todo desenhado à mão antes de ser computadorizado. Miyazaki não se preocupa em fazer personagens bonitinhos e carismáticos, pelo contrário, vemos um mundo povoado com seres bizarros e estranhos. Além disso, não temos uma batalha onde se define o bem e o mal (tão comum em enredos infantis), e muito menos a história é centrada na derrota ou heroísmo de algum personagem. O que há é um complexo caminho, por onde Chihiro deve passar, conhecendo um mundo diferente do seu, superando dificuldades para "se encontrar" novamente. E isso tudo, sem precisar apelar para a violência ou o humor exacerbado, como vem acontecendo com os últimos desenhos japoneses. Em matéria de qualidade e acabamento estético, “A Viagem de Chihiro” se encontra a alguns quilómetros de distância da bobagem Pokémon, e até mesmo do interessante “Akira” (cultuado longa futurista de Katsuhiro Otomo, de 1987); Miyakazi construiu uma carreira respeitável com filmes que apontam novos caminhos para um nicho firmado em ícones da cultura tradicional japonesa. A trajectória do cineasta tem mais de trinta anos, mas ganhou projecção surpreendente a partir da criação do estúdio Ghibli, em 1985. Não tardou para que os ocidentais espiassem a pequena revolução de Miyazaki. O idílico “Meu vizinho Totoro” (1988) fez fãs como o cineasta John Lesseter, da Pixar — ele confessa que Ghibli foi uma inspiração quando da abertura do estúdio de “Monsters Inc.” e “Searching Nemo”. Produções posteriores, como “O serviço de entrega de Kiki” (1989), ganharam distribuição garantida na Europa e nos Estados Unidos. O clima de unanimidade, porém, chegaria apenas em 1997, com “A princesa Mononoke”, fita sombria e pessimista, que rendeu a Miyazaki um colapso nervoso e o anúncio de que estaria para se aposentar em breve. Em “A Viagem de Chihiro”, o realizador deixa de lado o tom pesado e injecta leveza a uma aventura semelhante. A beleza das imagens e a sensibilidade de Hayao Miyazaki fazem de “A Viagem de Chihiro” um filme rico, múltiplo e imperdível.
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Um filme maravilhoso

Pedro Carvalho

Tenho que partilhar com o mundo um filme maravilhoso que vi esta semana: “A Viagem de Chihiro”. Fiquei de tal forma motivado e deslumbrado que tenho tentado passar palavra ao maior número de pessoas possível. Mais do que um filme, uma autêntica obra-prima a todos os níveis. Dos filmes estreados em 2003, garanto-lhes que é de longe o melhor e mais completo (atenção que já vi todos os que estão nomeados para o Óscar de melhor filme — o único que se safa é o “As Duas Torres”; os outros foram desilusão atrás de desilusão —, mas “A Viagem de Chihiro” também está nomeado para o melhor filme de animação). É um crime se for ignorado pelo público do mundo inteiro. Até a minha namorada que não gosta de desenhos animados ficou encantada. :)
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Transportar um urso não é facil...

Ihroku sakaru

Estreou em Portugal hoje, um ano depois de ter ganho um Urso de Ouro em Berlim. Poderia ficar aqui toda a tarde a escrever sobre este filme e a sua beleza, mas parece-me que a frase inicial já diz bastante.
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Que desactualizados

Hiro Kumata

Um filme que tem mais de um ano, que já ganhou prémios e só agora é que se interessam com ele. Que vergonha...
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