Douglas Sirk ("Sublime Expiação", "O Que o Céu Permite") realiza uma crítica à sociedade americana servindo-se da oposição entre os pares Rock Hudson/Lauren Bacall (exemplos de altruísmo e honestidade, os bonzinhos) e Robert Stack/Dorothy Malone (dois irmãos milionários que representam a frivolidade e a ausência de valores morais - ou seja, os maus da fita). O argumento, baseado num romance de Robert Wilder, poderia muito bem servir de base a um episódio da famosa série televisiva Dallas: o filho "playboy" de um barão texano do petróleo (Robert Stack) rouba a amada do seu melhor amigo, interpretada por Bacall; simultaneamente, a irmã de Stack (Dorothy Malone, Óscar de melhor actriz secundária) usa todos os seus "dotes" para apanhar na sua teia o ingénuo Hudson. Mas "Escrito no Vento" é muito mais do que isso, sendo considerado um dos filmes que melhor representa o género melodramático do cinema americano dos anos 50 e no qual a ironia de Sirk se manifesta na sua forma mais corrosiva.

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