Verão

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Biografia 126 min 2018 M/12 30/05/2019 RUS, FRA

Título Original

Leto

Sinopse

No princípio da década de 1980, a cultura "underground" chegava à Rússia Soviética. Sob a influência de artistas internacionais, como Led Zeppelin ou David Bowie, o rock agitava multidões, marcando uma geração de músicos de várias idades e géneros. Viktor Tsoi, de 19 anos, ganha notoriedade no panorama musical e torna-se um marco cultural daquela época. Este filme debruça-se sobre os primeiros tempos da sua carreira, assim como alguns dos momentos mais polémicos da sua vida pessoal, entre eles o triângulo amoroso entre ele, o músico Mayk Vasilievich Naumenko e Natasha, mulher deste.
Um drama musical realizado por Kirill Serebrennikov ("O Dia de Yuri", "(M)uchenik"), cineasta e encenador russo que se encontra em prisão domiciliária no seu país desde 2017 por alegada fraude – acusação que, para muitos, não passa de uma retaliação do Kremlin pelas suas posições contra o sistema. Teo Yoo, Irina Starshenbaum e Roman Bilyk dão vida às personagens. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Adeus, Brejnev

Luís Miguel Oliveira

Para filme rock, povoado de canções e excertos, é do mais triste, cinzento e enfiado que há, e essa total ausência de euforia é a sua razão de ser.

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Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

O realizador russo Kirill Serebrennikov (um crítico de Putin, a cumprir pena em regime de prisão domiciliária), através do seu filme "Verão", transporta-nos até à Leningrado dos anos 1980 para introduzir-nos no seio do insípido meio musical underground pré-perestroika que, embora controlado pela censura do Estado totalitarista, começava a ser infectado pelo burburinho do glam rock e do punk rock proveniente (clandestinamente) do porco mundo capitalista. ´<br /><br /> A "viagem" irá focar-se em duas bandas que viriam a marcar a década, os Zoopark, liderados por Mike Naumenko (casado com a sedutora Natalya Naumenko), e os recém-criados Kino (do enigmático Viktor Tsoi). O primeiro destes (que contornava/"cedia" com eficácia o Sistema, conseguindo, desse modo, actuar nos decrépitos clubes sob supervisão do regime) apadrinhou o pedante novato, por reconhecer-lhe talento e originalidade, desenvolvendo-se entre ambos uma cumplicidade artistica forte e, em simultâneo, algo distante. <br /> <br />Perante tal descrição, não se pense que estamos perante um tradicional biopic ou um drama de época musicado com uma mensagem política subjacente (embora, também seja tudo isso - de um modo elegantemente subtil), na medida em que (aparentemente) a narrativa denota um maior interesse em explorar a dinâmica relacional do platónico triângulo amoroso (todas as restantes ilações ficarão sob a nossa responsabilidade, já que ele "só" expõe o absurdo, não o crítica veementemente). <br /> <br />A (enorme) força da obra nasce tanto desta "indefinição"/"mistura" quanto (e sobretudo) dos múltiplos momentos em que o realizador decide inundar a realidade com soberbas explosões de fantasia (numa espécie de realismo mágico), transfigurando as situações do quotidiano em estilizados videoclips esfuziantes (nos quais os personagens dão largas às suas pulsões rebeldes, adaptando imortais hits musicais do ocidente), sempre devidamente "legendados"/criticados (de um modo divertido) com a mensagem "isto não aconteceu". <br /> Estes surreais episódios nonsense (praticamente os únicos em que a cor "borra" a magnífica fotografia a preto e branco) conseguem transformar uma obra eminentemente nostálgica num verdadeiro "verão" (de tal modo que aposto que este irá transformar-se num filme de culto para uma enorme minoria de cinéfilos).
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