A Mulher de Tchaikovsky
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Elenco
Sinopse
Um drama biográfico realizado e escrito por Kirill Serebrennikov (Verão, A Febre de Petrov) que conta a história do amor trágico e obsessivo de Antonina Miliukova (1848-1917), uma jovem moscovita de origem aristocrata, por Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893), um dos mais famosos compositores da sua época. Determinada a casar-se com ele desde o primeiro momento em que o viu, quando tinha 16 anos e ele 25, Antonina acaba por conseguir tornar-se sua mulher em Julho de 1977.
Tchaikovsky, que se decidira pelo casamento para calar os rumores sobre a sua homossexualidade, não tarda a sentir aversão e um enorme ressentimento pela mulher com quem se casou, tentando afastá-la de todos os modos possíveis. Obsessivamente apaixonada e cada vez mais dependente dele, ela aceita todo o tipo de humilhações e recusa o divórcio. Mas isso terá como custo a perda da sua sanidade mental.
Em competição pela Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, A Mulher de Tchaikovsky conta com a actriz Alyona Mikhaylova no papel principal e Odin Biron, Yuliya Aug, Miron Fyodorov, Alexander Gorchilin e Filipp Avdeyev nos papéis secundários. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
A Mulher de Tchaikovsky: a história de Antonina T.
Todo um artesanato de cinema oficial, dos cenários à manipulação da luz, para contar a história de Antonina Tckaikovskaya, a mulher que amou “dolorosamente” Piotr Ilitch Tchaikovski.
Ler maisCríticas dos leitores
O lado obscuro dos amantes
Nazaré
Produção excelente, grandes actuações (Alyona Mikhaylova na protagonista, muito bonita e magnética), realização primorosa e mesmo ousada (vêem-se coisas invulgares na maneira como se põe a câmara), reconstituição dos ambientes excepcional, sobretudo na maneira como a luz aparece em cada um, ritmo da narrativa muito bem controlado.
Não falta nada, mas... quem está à espera dum biopic do grande compositor desiluda-se. É à sua maneira um biopic da mulher que viveu com ele um par de meses, sobretudo de como ela resistiu a todas as pressões para realizar-se o divórcio. Para muitos, um fait-divers. São adoráveis muitas cenas, como a do jantar com os amigos do compositor, onde ela é nitidamente um corpo estranho, as da notável competência dela como crítica construtiva da obra do marido, ou da tumultuosa casa onde impera a desbocada mãe dela, ou ainda, o toque de mestre do paralelismo entre a perda da aliança e o fim do casamento... quando a morte os separa.
A pobre Antonina caiu no erro de acreditar que podia mudar o homem que amava... o amor não pode tudo, afinal. E há umas surpresas desconcertantes: um morto que desperta para discutir com a mulher, cinco prostitutos nus com um deles a fazer o pino, o encontro com três anjinhos bastardos num cemitério. Não deixa de ser refrescante ver umas maluquices de autor.
3 estrelas
José Miguel Costa
O filme "A Mulher de Tchaikovsky", escrito e dirigido pelo russo Kirill Serebrennikov, é um sombrio drama (anti) romântico de época, que nos transporta até à Rússia czarista do final do século XIX, para colocar-nos perante as agruras sentimentais da "pequena" mulher por detrás do aclamado compositor Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893).
Através de uma visão realista (fruto da excelente/pomposa reconstituição de época e coadjuvada por uma expressiva fotografia escura e opressiva), pontuada por alguns (deliciosos) momentos oníricos, conta-nos a história (de um modo algo repetitivo) da ambivalente groupie Antonina Miliukova (encarnada visceralmente por Alyona Mikhaylova). Uma jovem pertencente a uma desestruturada e falida família da aristocracia rural, que perseguiu obsessivamente o seu idealizado compositor, com o qual não mantinha qualquer contacto próximo, até conseguir enfiar-lhe uma aliança de casamento no dedo.
Após repudiar veementemente as investidas pouco ortodoxas da dita cuja, este acabou por negociar o enlace, independentemente de considerá-la intelectual e culturalmente pouco sofisticada, pois também lhe dava jeito para abafar os fundados boatos sobre a sua perdileção por jovens rapazes.
No entanto, antes de iniciar o tóxico relacionamento passivo-agressivo (que perdurou até ao final dos seus dias, apesar de apenas terem coabitado durante poucos meses, por recusa desta em conceder-lhe o divórcio), informou-a de que jamais poderia esperar de si qualquer espécie de contacto carnal (condição que ela aceitou sem pestanejar).
A obra foge habilmente das habitués ("branqueadoras") biografias sobre génios e foca-se quase exclusivamente no alegado "elemento sombra", cuja deterioração mental irá progredir gradativamente até culminar no seu encarceramento perpétuo num manicómio.
Belo e intenso
João Ildefonso
Excelentes figurinos, iluminação e reconstituição de época. A extensão do filme permite a lenta identificação com a obsessão do personagem enquanto Tchaikovsky permanece um enigma tal como para a sua esposa, visivelmente desequilibrada.
Excelentes interpretações de todos os actores. As cenas delirantes e oníricas são muito bem conseguidas.
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