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Girl: O Sonho de Lara

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Drama 109 min 2018 M/14 13/12/2018 BEL, HOL

Título Original

Girl

Sinopse

Aos 15 anos, Lara sonha em tornar-se bailarina clássica. Quando é aceite numa prestigiada escola de dança, vê aí a oportunidade por que sempre sonhou. Porém, a disciplina rígida, associada às incapacidades físicas decorrentes de ter nascido num corpo masculino, vão ser um enorme teste de resistência para ela, que ainda atravessa o longo e penoso processo de terapia hormonal que a irá, finalmente, completar a sua transição para rapariga.
Vencedor do prémio “Caméra d'Or”, “Queer Palm” e Melhor actor (Victor Polster) no Festival de Cinema de Cannes, um filme dramático que marca a estreia na realização do belga Lukas Dhont e cujo argumento, da autoria de Angelo Tijssens, se baseia numa história verídica.  O estreante Victor Polster dá vida à protagonista, um papel que lhe valeu o prémio de Melhor Actor na edição de 2018 do festival Queer Lisboa; Arieh Worthalter, Oliver Bodart, Katelijne Damen e Tijmen Govaerts juntam-se ao elenco. PÚBLICO

Críticas dos leitores

Filme belíssimo!

Maria José

Acabei de assistir ao filme "Girl", baseado em fatos reais. Após críticas, inclusive da comunidade LGBT, o filme foi defendido pela pessoa que viveu as experiências retratadas. O enredo, a música e as excelentes interpretações nos conduzem, nos emocionam e envolvem nessa história que mostram a beleza, a dor e a superação de uma jovem que tem pela dança uma enorme paixão. Com um corpo que não corresponde ao seu desejo e às exigências do balé e com uma ansiedade (característica muito presente na adolescência) a jovem Lara muitas vezes não sabe nomear e colocar em palavras a angústia que lhe vai por dentro. O apoio psicológico, familiar e o contexto que envolvem Lara não são capazes de lhe fornecer a tranquilidade suficientes para viver cada etapa necessária do processo de modificação desse corpo. Nem mesmo a atenção e a insistência carinhosa do pai conseguem romper esse dique e Lara busca, com uma atitude trágica, expressar a dor e o inconformismo com seu corpo e com o lento passar do tempo. Como já disse, o filme é belo, sensível e magistralmente interpretado e dirigido!
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Assunto Tabu? Claro. Dúvidas? Só na vida real

J.F.Vieira Pinto

Assunto paradigmático da atualidade – com mais incidência nas sociedades “ocidentais”: a mudança de sexo, para quem não se reconhece no corpo que “veste”. <br />Lara encetou o processo doloroso para a respetiva “correção”. <br />Mas, “o” adolescente está a passar a fase “confusa” que todos passamos: a puberdade. <br />No caso de Lara (interpretação certíssima de Victor Polster que, curiosamente, nas filmagens, tinha a idade quase real do personagem: 16 anos), o processo é mais confuso. <br />Além da toma de hormonas femininas, tem alguma dificuldade em socializar-se com “as” colegas – pertinente a cena onde se coloca a questão se as ditas cujas não se importariam que “o” ainda Lara, utiliza-se os balneários. <br />Lara, a “Girl”, tem pressa na resolução de todo o processo. Quer ser já “mulher”, quando nem sequer a puberdade ultrapassou... <br />Naturalmente, que será necessário que aconteça “a primeira vez”. Situação quase provocada pela insistência do pai. Este, também numa fase de “clarificação” da sua vida sentimental... <br /> Cinema certinho sem incongruências de maior. No final tudo vai dar certo e “a” Lara, terá a vida com que sempre sonhou. Só não sabemos como correu a evolução no “ballet”, mas, isso também não é muito importante para o caso. <br />Um “caso de estudo” este “Girl: O Sonho de Lara". (***)
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Inquietante

Luisa Coelho

Um rosto belíssimo numa expressão de beatitude inquietante. Um menino, uma menina, ficamos confundidos. Mas os pés sangram porque são grandes demais para sapatos em ponta e depois há o indisfarçável suor de um rapaz. O ritmo do filme varia. A passividade do pai é estranha. Uma belíssima interpretação de Victor Poster.
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3 estrelas

José Miguel Costa

Lukas Dhont é um nome a fixar para o futuro. Conseguiu a proeza de colocar o mundo cinéfilo a seus pés logo com a sua primeira longa metragem, "Girl" (tendo, inclusive, sido galadoardo, entre outros prémios no circuito dos festivais, com a câmara de ouro em Cannes - e foi escolhido como representante da Bélgica ao Óscar de melhor filme estrangeiro). <br /> <br />"Girl" é um drama que relata (num registo naturalista) a história de uma adolescente transgénero que sonha seguir a carreira de bailarina clássica (façanha biologicamente dificultada pelo seu corpo, ainda anatomicamente masculino - que já está a ser clinicamente preparado para a ansiada metamorfose). <br /> <br />Lukas Dhont inova ao não adoptar a narrativa do bullying físico-psicológico característica da generalidade das películas transgénero, optando por confrontar-nos exclusivamente com a "confusão interna"/sofrimento de alguém que nasceu num corpo que não sente como seu. Algo per si já suficientemente herculiano, mesmo para quem, como é o caso, não sofre a discriminação da sociedade que o rodeia (uma vez que a família e a comunidade - inclusive, a escolar - estão abertas e receptivas a tal status). <br /> Deste modo, o foco centra-se sobretudo nos aspectos psicológicos inerentes à não aceitação do seu Eu e nos consequentes mecanismos de auto-censura, constituindo-se como um interessante estudo de personagem (e Lukas encara a tentativa de "descortiná-lo" com tal obsessão que centra a quase totalidade dos enquadramentos de câmara no rosto deste). <br /> Todavia, saliente-se que consegue "levar este barco a bom porto" sobretudo graças à performance transcendente do também estreante Victor Polster (que merece todos os prémios que, porventura, venha a receber - e, entretanto, já foi granjeado com alguns - pela sua atuação contida em termos de composição, mas rica ao nível das pequenas variações exigidas para cada diferente cena).
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Parcial

António

Infelizmente a história é curta e parcial. Se fosse maior talvez mostrasse que a esperança de vida nesses casos é de pouco mais de 50 anos.
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