Close
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Léo e Rémi têm 13 anos e são inseparáveis. Depois de um Verão de inúmeras aventuras e partilhas, os dois ficam radiantes por terem sido colocados na mesma turma. Mas a sua proximidade é mal interpretada pelos colegas de escola, que os começam a atormentar com insinuações maliciosas sobre serem namorados. Para evitar ser ostracizado, Léo decide afastar-se. Até que, um dia, Rémi desaparece.
Vencedor do Grande Prémio do Júri do Festival de Cinema de Cannes 2022 e nomeado para o Óscar de melhor filme internacional, um drama sobre a adolescência assinado pelo belga Lukas Dhont, que escreve o argumento em parceria com Angelo Tijssens, com quem tinha já trabalhado em “Girl” (2018), o seu filme de estreia. A dar vida a Léo e Rémi estão os jovens Eden Dambrine e Gustav De Waele; Émilie Dequenne, Léa Drucker, Igor van Dessel, Kevin Janssens e Marc Weiss assumem as personagens secundárias. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Close. Dois rapazes e o olhar dos outros
O filme de Lukas Dhont é uma fábula trágica com clichés.
Ler maisCríticas dos leitores
O triunfo do cinema europeu
M. Leal
Num tempo em que o cinema parece forçado a encaixar a temática LGBT em tudo o que é produzido, esta diferente abordagem revela-nos o preço elevadíssimo que os preconceitos e a chacota aparentemente inócuos podem acarretar. A ambiguidade sobre a existência ou não de uma relação amorosa entre os protagonistas permanece intencionalmente até ao fim e mostra-nos no fundo a irrelevância da dúvida. Os sons amplificados mas sobretudo os silêncios e a contenção das emoções são trabalhados de forma magistral, para bem da sobriedade e do realismo que dificilmente se encontram do lado de lá do Atlântico.
5 estrelas
José Miguel Costa
O belga Lucas Dhont, após conquistar em 2018 a câmara de ouro no Festival de Cannes (com "Girl"), volta a brilhar neste evento recebendo, aos 31 anos, o grande prémio do júri, graças ao seu segundo filme, "Close". Um delicado (avesso ao sentimentalismo raso), comovente e dramático coming-of-age sobre amizade, preconceito (masculinidade tóxica), perda e culpa. No centro do enredo encontramos dois rapazes de 13 anos, Rémi (Gustave De Waele) e Léo (Eden Dambrine), que partilham entre si uma ligação de irmandade pura e aparentemente inabalável (um "não vive" sem o outro), repentinamente colocada em causa, após transitarem de turma e serem directamente questionados por alguns colegas sobre a natureza do seu relacionamento íntimo. A cisão entre ambos, decorrente deste julgamento alheio, induzirá um progressivo nível de incomunicabilidade (incompreensível para uma das partes), que terá imprevisíveis consequências avassaladoras. A empática (e contida) interpretação da dupla de actores estreantes "aperta o coração mais empedernido". Efectivamente, a sua expressividade genuína (captada por constantes close-ups, que não permitem que percamos quaisquer manifestações físicas da intimidade instintiva) é verdadeiramente tocante. Não é todos os dias que temos a sorte de assistir a um filme que, em vários momentos, acontece exclusivamente no rosto dos protagonistas. O realizador intercala (eficazmente) estes close-ups com cenas de cariz mais naturalista (ou não fosse conterrâneo dos irmãos Dardenne), ao recorrer a filmagens com câmara de mão, bem como ao optar por planos abertos, para registar as triviais rotinas dos adolescentes no seio de uma paisagem rural luxuriante saturada de cores fortes (aplausos para a excelente fotografia).
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!