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Hiroshima, Meu Amor

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Romance, Drama 90 min 1959 M/12 19/12/2013 FRA, JAP

Título Original

Hiroshima, Mon Amour

Sinopse

Foi a longa metragem de estreia de Alain Resnais, depois de se ter dedicado durante 10 anos às curtas metragens documentais, onde já explorava conceitos presentes neste filme. "Hiroshima, Meu Amor", cujo argumento é da autoria da escritora Marguerite Duras, era para ter sido um documentário sobre a reconstrução de Hiroshima depois da destruição provocada pelo lançamento da primeira bomba atómica da História pelos Aliados na II Guerra Mundial. Não é de admirar, portanto, que tenha evoluído para um filme que é, antes de mais, uma evocação poética do tempo e da memória, para além de uma afirmação da necessidade de esquecer acontecimentos traumáticos para continuar a viver. É um simbólico caso amoroso entre Elle (Emmanuelle Riva), uma actriz francesa a fazer um filme anti-bélico em Hiroshima, e um arquitecto japonês (Eiji Okada), que serve o argumento. Apesar de serem casados e ambos terem consciência de que o romance está condenado, continuam a encontrar-se, unidos pela evocação de experiências, que estabelecem um contraste entre o passado e o presente. Marguerite Duras foi nomeada, em 1961, para o Óscar de melhor argumento original. Alain Resnais ganhou um prémio da Academia Britânica de Cinema, o prémio de melhor filme do Sindicato Francês de Críticos de Cinema e o de melhor filme estrangeiro do Círculo de Críticos de Cinema de Nova Iorque. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Jorge Mourinha

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Luís Miguel Oliveira

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Críticas dos leitores

Hiroshima, meu amor

Fernando Oliveira

Em “Noite e nevoeiro”, curta-metragem de 1955, ao filmar a cores a invasão das ervas e dos arbustos nas ruínas do campos de extermínio nazis, contrapondo imagens a preto e branco do genocídio judeu, Resnais retratou como nunca o cruel papel do tempo no progressivo apagar da memória, mas ao mesmo tempo sublinha como a dor do vivido permanece.

Todos os filmes do realizador que conheço, pelo menos até “Muriel”, são como que estudos disso mesmo: digressões pela forma como balanceamos o inexorável movimento do tempo e a presença constante do que já vivemos – a nossa memória. Associado apressadamente à “Nouvelle Vague”, Resnais, muito mais do que alguém que utiliza a memória cinéfila para abrir novos caminhos para o Cinema, é alguém que o utiliza para documentar as complexidades das formas da memória, e de como cada personagem consegue, ou não, ultrapassar a sua unicidade em relação à história colectiva.

Em “Hiroshima, meu amor” ele diz-lhe: “tu não viste nada em Hiroshima”; Ela responde-lhe: “sim, vi tudo…”; Ele viveu o cataclismo de Hiroshima; ela viveu uma tragédia, um amor proibido em Nevers, nas margens do Loire, em França. Agora eles amam-se; uma história de amor que nasce do caos da memória, e da dor do que (não) se quer esquecer; e a memória trágica e o seu amor hoje tornam-se indistintos, naquela mistura onde o “é”, o “foi”, e o “onde” são unos numa perplexidade moral e imagética, onde Resnais (escancarando portas para novas formas e linguagens cinematográficas) mistura as imagens e os sons do que é visto, ou não visto, dito, ou não dito (e é tão bonito a forma como as “cicatrizes” das personagens interpretadas por Emmanuelle Riva e Eiji Okada se confundem e apenas se apaziguam nos acontecimentos que vão definindo a sua intimidade), numa ficção que às vezes parece um documentário, mas que sentimos não ser uma coisa nem outra, e, por vezes, ambos ao mesmo tempo. Há um sentir fascinante e que sou incapaz de descrever, cada vez que a este filme volto.

O mais parecido que conheço é a sensação que nos desperta o olhar o mar, e que nos faz estar tempos sem fim a contemplá-lo. Um filme extraordinário, que também, até porque é de memórias que falamos, tem um valor simbólico em Portugal: já retalhado pela censura tinha estreia programada para 25 de Abril de 74. Houve quem trabalhasse sem parar para que o filme estreasse completo dois dias depois. De certeza uma memória muito importante para muito cinéfilo a viver por esses dias os primeiros ventos da liberdade. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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Hiroshima, meu amor

António Pascoal

No estilo da Nouvelle Vague, os diálogos existencialistas e o par loura/moreno completam o padrão. O que este filme tem de excelente é o seu psiquismo, a evocação do trauma e a impecável fusão dos dois amantes na mesma mulher. Como se o primeiro anulasse o presente (o japonês), e o amante japonês ressuscitasse o passado (o alemão). Ela é a ponte que os une e que confirma a impossibilidade amorosa.

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