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O Crime do Padre Amaro

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Drama 120 min 2005 M/16 27/10/2005 POR

Título Original

O Crime do Padre Amaro

Sinopse

O Padre Amaro, acabado de sair do seminário, chega a Lisboa para substituir um padre numa paróquia de um bairro pobre. É apadrinhado pelo seu antigo professor, o Cónego Dias, que dirige uma rica paróquia vizinha e lhe arranja estadia na casa da devota Joaneira. Amaro depara-se com um bairro onde a vida é complicada: miúdos sem futuro matam o tempo a ouvir música ou a seguir caminhos fora da lei. Mas os verdadeiros problemas do jovem padre começam apenas quando conhece Amélia, filha da Joaneira: bela, sensual e a dormir no quarto ao lado... A química entre os dois é imediata, mas muitas dificuldades entravam o romance: a condição de padre; o namorado de Amélia; e as dúvidas de Amélia provocadas por um trauma misterioso... Amável e trabalhador, Amaro conquista a confiança das gentes do bairro e sente-se rapidamente adaptado. É então que se consuma a paixão com Amélia e se tornam amantes. Mas Amaro acaba por revelar-se um ser desprezível, que usa e abusa de uma mulher, e não um homem apaixonado. Amélia é um objecto nas suas mãos. E o seu destino trágico acaba com a sua morte. "O Crime do Padre Amaro" é uma readaptação para o presente do romance de Eça de Queirós. <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

Padre Amaro não sabe nadar (yo)

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

O povo infame!

João Santa Marinha

O pobre e ilustre Eça deve estar a dar voltas na tumba! Meus Deus, que vergonha terem usado o título da genial obra Queirosiana para venderem a Soraia Chaves (não desfazendo dos atributos físicos, pois artísticos não tem nenhum!) e o hip-hop. Constata-se porém que o que o péblico quer é isto mesmo que o filme quer vender. De salvar apenas as interpretações magistrais do Nicolau, do Unas e do João Lagarto. Mas esses ja é sabido que percebem da arte. Perdoai-os, Eça, pois eles não sabem o que fazem!
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Sexo, mentiras e hip-hop

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com

Adaptando para o grande ecrã um dos livros mais elogiados de Eça de Queirós, "O Crime do Padre Amaro" foi originalmente concebido enquanto uma mini-série da SIC mas, como a exibição desta só está programada para o próximo ano, o projecto acabou por originar também uma longa-metragem. Em 2002, o mexicano Carlos Carrera realizou outro filme baseado na obra, cuja passagem pelas salas gerou controvérsia não só no seu país de origem mas também em Portugal, e agora Carlos Coelho da Silva aposta em mais uma versão, ainda mais livre do que a anterior.<BR/><BR/>Decorrendo num bairro suburbano lisboeta, a acção inicia-se com a chegada de Amaro, o novo e jovem pároco local, que cedo se apercebe das múltiplas carências, problemas e limitações que marcam o dia-a-dia da sua mais recente paróquia. Contudo, a situação só se torna conturbada para si quando, aos poucos, se vai envolvendo com Amélia, a insinuante filha da dona da casa em que está hospedado, o que o obrigará a questionar a sua conduta e vocação.<BR/><BR/>Embora este ponto de partida seja consideravelmente fiel ao livro de Eça, colocando o celibato clerical no centro dos acontecimentos, o filme insere na narrativa outros – e demasiados – elementos relacionados com a realidade urbana portuguesa, desde um amor interracial (que nada acrescenta a quem viu – ou mesmo a quem não viu - “Zona J”), missões de jovens criminosos oriundos de guetos (que não dispensam a obrigatória banda sonora à base de hip-hop) ou episódios supostamente cómicos à custa dos dois gays locais (que, surpresa das surpresas, são cabeleireiros e cuja caracterização se esgota numa série de tiques e trejeitos caricaturais).<BR/><BR/>Ao querer seguir o percurso de tantas personagens e sub-enredos, "O Crime do Padre Amaro" torna-se num filme indeciso que nunca chega a aprofundar nenhuma das múltiplas questões que aborda. Enquanto série televisiva talvez consiga funcionar, mas o que ocorre aqui é uma alternância constante de situações que não dá tempo nem espaço para que os actores – os bons, pelo menos, e há alguns – trabalhem as suas personagens.<BR/><BR/>Se por um lado o filme tem mérito por se debruçar sobre temáticas actuais e relevantes – como a corrupção na Igreja, o aborto, a criminalidade, o racismo, o celibato ou a pedofilia -, também cede à via mais fácil e imediata, enveredando por lugares comuns de vários filmes (e telefilmes, dos quais, de resto, "O Crime do Padre Amaro" não se distancia muito) nacionais cujo excesso de cenas de sexo e palavrões servem mais a campanha publicitária da película do que a consistência do argumento.<BR/><BR/>O facto de um filme pisar domínios "mainstream" e não aqueles associados ao cinema de autor não implica que caia no gratuito e superficial, mas aqui isso é o que acaba por acontecer demasiadas vezes, por oposição à moderação da versão mexicana, que sendo menos "fashion" e irreverente continha maior subtileza.<BR/><BR/>"O Crime do Padre Amaro" é assim um objecto frágil, mas ainda com ocasionais motivos de interesse. O elenco, embora desnecessariamente extenso, é aceitável, pois a solidez de consagrados como Nicolau Breyner, Ana Bustorff, Nuno Melo ou José Wallenstein compensa a irregularidade de algumas novas caras, mas mesmo entre os mais jovens há desempenhos competentes, como o de Jorge Corrula no papel de Amaro (já Soraia Chaves passa a maior parte do tempo a exibir outros talentos e quando tenta dar complexidade à sua personagem já é tarde demais).<BR/><BR/>Apesar das duas horas de duração e da dispersão da narrativa, Carlos Coelho da Silva não deixa que o filme caia na monotonia, conseguindo injectar-lhe um conseguido ritmo e fluidez, e a banda sonora é interessante, incluindo projectos como Da Weasel, Mesa, Sam the Kid ou The Gift.<BR/><BR/>"O Crime do Padre Amaro" não explora plenamente (longe disso) as possibilidades que o livro que o inspirou oferece, mas mesmo fazendo cedências comerciais consegue ainda incentivar alguma reflexão, sendo uma obra mais escorreita e menos inócua do que alguns outros títulos "mainstream" que estreiam regularmente. E é talvez por não se esperar muito que se conclua que esta consegue ser uma experiência cinematográfica aceitável, ainda que de cinema tenha pouco. 2/5 - Razoável.
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Bom

João Salvado

O filme está bastante bom, recomendo.
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Outro título qualquer

Gonçalo Abrantes

Como costumo fazer em relação a alguns filmes que são muito badalados e que enchem salas nos primeiros dias, aguardei por hoje para ir ver esta auto-apelidada adaptação da obra homónima de Eça de Queirós. Efectivamente, os actores são bastantes razoáveis, a interpretação está semelhante ao que já vemos nas telenovelas portuguesas mas... porquê a colagem ao livro do Eça? Havia necessidade de tamanha colagem? Puro marketing? Não sei... O que vi hoje foi mais uma história sobre uma parte de Lisboa nos dias de hoje. Por mim podiam-lhe ter chamado o que quisessem. Não saí da sala com a sensação de ter aprendido algo mais sobre o Eça ou sobre "O Crime do Padre Amaro" que já não soubesse. Nota menos positiva só mesmo para a imagem, que podia ser bem melhor, e para a montagem, que me pareceu forçada em algumas cenas.
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Nada é suficiente

n.d.

Nunca gostei de filmes portugueses. E este, como os outros, não é diferente - desengane-se quem pensa que vai ver um grande filme, por ser muito anunciado e tanta gente já o ter visto. Mas não passa de mais um filmezito sem qualidade nenhuma, onde muito poucos actores sabem representar. Uma adaptação livre, sim, demasiado livre e demasiado "moderna", e nada fiel à obra original. Já sabemos que o sexo vende, mas ao menos podiam ter-se esforçado para fazer um filme menos vulgar. Não vale mesmo a pena, tirando um ou dois pormenores engraçados.
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Um filme censurado

joaoqarlos

O tema - o celibato dos sacerdotes - é actual. Os actores saõ bons - e bonitos. O filme tem ritmo, vê-se bem, e - não menos importante - passa-se em Portugal, com portugueses, em português. Mas não aparece comentado em lado nenhum, nem nas estrelinhas do "Público", nem do "Expresso", nada. Os puritanos do costume, que fogem da discussão de temas actuais que são dogmas caducos, já aprenderam que melhor que escandalizar-se e fazer banzé é ficar muito caladinho, esperar que o filme passe e seja visto pelo menor número de pessoas possível. E anda muita gente a ver lixo importado, quando podia ver um bom filme, com actores bonitos e bons, actual e... português! Este tem sido um filme censurado pelo silêncio. Vão vê-lo, já!
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Um crime de filme

PJM

É claro que este há-de ser um dos filmes portugueses mais vistos de sempre. Tem sexo (aos montes), uma beldade que não fica atrás das de Hollywood, violência, cenas de acção e uma profundidade em que nem o espectador que pior nade se pode afogar. Um chorrilho de banalidades que haveriam de fazer o nosso Eça dar voltas no túmulo. Personagens inverosímeis, exageradas, que chegam a ser ridículas. Clichés atrás de clichés, com piadas de mau gosto e sem graça metidas pelo meio. Uma vulgaridade digna do nível dos programas com que a SIC e os outros canais nos bombardeam diariamente... Uma crítica feroz e desproporcionada que não poupa nenhum dos padres intervenientes: cínicos, mentirosos, lascivos, ambiciosos, violentos e com uma total falta de respeito pela desgraça do próximo.<BR/><BR/>Apesar de não ser católico, nem sequer simpatizante da igreja, senti-me chocado pela brutalidade com que é tratada a figura do padre, como se não houvesse muitos por esse mundo fora que dedicam a sua vida a ajudar o próximo, muitas vezes morrendo no processo de o fazer. Enfim, o cinema português pode ser melhor que isto, e os meios técnicos desta produção mostram-no. Infelizmente, um bom filme não se faz apenas com boa imagem, bom som e boas curvas...
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Ainda não ouviram falar de subtileza?

Ana

Sou anti-clichés que rotulam os filmes portugueses de fraca qualidade, mas realmente, por mais que me esforce, a verdade é que se torna complicado ver um filme luso que realmente me surpreenda. "O Crime do Padre Amaro" foi a gota da desilusão! Há filmes "hardcore" com menos cenas de sexo tão explícito, será que ainda não ouviram falar de subtileza? Quando acrescentam alguma coisa aos filmes justifica-se, mas neste caso peca-se pelo exagero da quantidade e da explicitude das cenas. Tantos elogios tecidos a actriz principal, mas porquê? Ah, OK, o que estava em foco eram com certeza os atributos físicos, aí de facto não ha nada a apontar. Mas ela limita-se a manter a mesma expressão facial de principio ao fim e praticamente não diz mais que uma ou duas frases.<BR/><BR/>A cereja do bolo na desilusão foi no final da sessão ouvir dos restantes cinespectadores "o quão fantástico foi o filme". Será que se perdeu o sentido de distinção entre um bom e um mau filme?
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Nada de especial

Ana

Bem! Foi um dos 3/4 filmes portugueses que já vi até agora! Realmente não é nada de especial porque acho que tem uma péssima imagem há cenas no filme que são mesmo muito mal filmadas! A história em si não está má. O actor que mais se destacou no filme foi sem dúvida o Nicolau Breyner, e nao só pelo seu papel que de facto representa muito bem. O Jorge Corrula também, mas tem de certeza muita coisa para aprender.
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Um filme ao nível de filmes médios de Hollywood

Tui

Ao compararmos o filme com o livro - bem, acontece com muitos filmes - ficamos um pouco desapontados. Não é diferente de muitos filmes de Hollywood que tentam passar livros para o grande ecrã. Ao filme falta alguma coisa, falta consistência, falta "tempo" (parece que há pressa em desenvolver a história sem explicar bem o "background"). Não é um grande filme, mas diria que é acima da média dos filmes nacionais. O filme vê-se bastante bem, não é o tradicional filme lento e parado, tem acção e uma pessoa fica razoavelmente presa ao desenrolar da história. Tem acção, os actores são razoáveis e tem as cenas de nudez ousadas!
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