A Voz das Mulheres

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Drama 104 min 2022 M/14 09/03/2023 EUA

Título Original

Sinopse

Versão cinematográfica do “best-seller” homónimo escrito pela canadiana Miriam Toews que, por sua vez, se inspira no caso de abusos sexuais contra mulheres e crianças ocorridos entre 2005 e 2009 na Colónia de Manitoba, uma comunidade menonita baseada no cristianismo evangélico, instalada numa zona remota da Bolívia. A história ficciona o debate de um grupo de mulheres que têm de deliberar sobre o destino dos homens da comunidade que, utilizando um forte analgésico usado em animais, as violaram em segredo durante anos. A decisão entre ficar e perdoar o que lhes foi feito; lutar contra crenças religiosas e tradições profundamente enraizadas; ou partir para um mundo desconhecido para o qual não foram preparadas, é difícil e longe de ser consensual.
Com argumento e realização de Sarah Polley (“Longe Dela”, “Histórias que Contamos”), este drama de forte cariz feminista recebeu o Óscar de melhor argumento adaptado e conta com as actuações de Rooney Mara, Claire Foy, Jessie Buckley, Judith Ivey, Ben Whishaw e Frances McDormand (que também produz, ao lado de Brad Pitt). PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Um filme conformado sobre a rebeldia

Luís Miguel Oliveira

Nunca há cinema à altura da intensidade dos dilemas em discussão em A Voz das Mulheres.

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Críticas dos leitores

A força das mulheres. Uma obra-prima do cinema. Todas as mulheres deviam ver este filme.

Ana Fernandes

É absolutamente merecido o prémio do Óscar de Melhor Argumento Adaptado que o filme "A Voz das Mulheres", de Sarah Polley, venceu na 95.ª edição dos prémios da Academia de Hollywood. É um filme de uma sensibilidade grandiosa e realista e com mensagens que são bússolas para a vida e para as vidas de mulheres e de meninas a quem os homens violaram a dignidade e a auto-estima, roubando-lhes ainda o amor-próprio, a sua individualidade e quem poderiam ter sido na vida.

O filme "A Voz das Mulheres" é sobre a violência contra o género feminino e é sobre a capacidade de sobrevivência Delas. Elas que tomam a acertada decisão de partir e não fugir, em vez de ficar e lutar ou não fazer nada contra a violência que sofrem. Sempre com o olhar e com o pensamento focados no horizonte e não nas pedras que possam encontrar pelo caminho. Este filme é, sobretudo, uma Ode à esperança e à capacidade de resistência e de resiliência das mulheres em conquistar, para elas e para as suas filhas, uma vida onde a sua dignidade e o direito à paz e ao crescimento sejam respeitados. Ter o direito de existir por si e para si e sem ser para satisfazer as demandas e os impulsos sexuais de homens agressores. Trata-se de um filme cenicamente muito belo, sublime e forte, com uma mensagem que precisa de ser conhecida e partilhada. Se puderem, vão ver o filme "A Voz das Mulheres" enquanto está em exibição. A banda sonora também é maravilhosa, é composta por Hildur Guðnadóttir ("Women Talking").

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Peça de Teatro

Maria Luísa Coelho

Não é um filme, é uma peça de teatro filmada. Pesado e triste.

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2 estrelas

José Miguel Costa

O filme "A Voz das Mulheres" é um drama inspirado em factos verídicos ocorridos na Bolívia, no início do século XXI, no seio de uma pequena comunidade ultra-religiosa fechada ao exterior, bem como na experiência pessoal da própria realizadora (a canadiana Sarah Polley) que cresceu inserida numa seita de natureza similar. A obra que reúne nomes tão sonantes como Frances McDormand, Rooney Mara, Claire Foy, Jessie Buckley e Ben Whishaw foca-se no sofrimento ancestral experienciado pelas mulheres numa aldeia rural isolada. Estas, a quem é negado até direito à alfabetização, reduzem-se à condição de submissas serviçais dos homens e de parideiras. Vivem no terror de a qualquer instante poderem ser alvo de um ataque de índole sexual por parte dos homens da comunidade (por norma, com recurso a sedativos para animais, pelo que nem sequer chegam a saber a identidade dos violadores). Apesar de todos terem conhecimento destes eventos ninguém os verbaliza, inclusivé as vítimas, dado que o dogma religioso lhes impõe a obrigatoriedade do perdão universal sob o risco de arderem no inferno (e se alguma mais libertina tiver a ousadia de queixar-se será acusada possessão demoníaca ou, em última instância, alegar-se-á que tais ataques têm origem sobrenatural). Certo dia um dos predadores sexuais é apanhado em flagrante e consequentemente detido. Todavia, todos os homens se reúnem para pagar a fiança e dirigem-se à cidade para ir buscá-lo. As mulheres aproveitam tal ausência para decidirem, através de um rudimentar sistema eleitoral (que ocorrerá num celeiro escuro - espaço exclusivo de toda a acção), eventuais futuras formas de luta (que poderão passar pela fuga em massa de todos os elementos do sexo feminino e crianças). Apesar da obra apresentar-se logo na introdução como um mero exercício de imaginação feminino, revela-se incongruente e absurda ao nível do seu conteúdo narrativo, para além de ser detentora de uma retórica femininista excessivamente panfletária. De facto, como por magia, as domesticadas mulheres analfabetas, que até então se haviam mantido mudas, passam a esgrimir socráticamente entre si argumentos (algo desconexos) que incluem os conceitos de patriarcado, misoginia, feminismo e afins. De igual modo, tudo se resume a uma simplista leitura dicotómica entre homens maus versus mulheres boas (como se os machos que não têm voz - já que nem sequer surgem na película - fossem uma identidade negativa una). E a cereja no topo do bolo é a inserção de um elemento não binário que surge perfeitamente integrado numa comunidade arcaica. Ridículo!

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