Uma Casa no Fim do Mundo

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Romance, Drama 96 min 2004 M/16 12/05/2005 EUA

Título Original

A Home at the End of the World

Sinopse

Bobby e Jonathan tornam-se inseparáveis mal se conhecem. Os dois equilibram-se. Enquanto Jonathan começa a ver o mundo com outros olhos através de Bobby, para Bobby Jonathan e a sua família representam uma estabilidade que ele nunca conheceu. E quando se voltam a encontrar em Nova Iorque, juntamente com Claire, inventam um novo conceito de família. O filme é baseado no livro de Michael Cunningham (autor de "As Horas"), que também fez a adaptação do argumento.<P/> PUBLICO.PT

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Críticas dos leitores

Amizade sem limites

Gonçalo Sá - http://gonn1000.blogspot.com, http://cine7.blogspot.com

Depois do popular "As Horas", surge agora mais um filme inspirado numa obra literária de Michael Cunningham, "Uma Casa no Fim do Mundo" ("A Home at the End of the World"). O livro não é tão mediático como aquele que deu origem à elogiada película interpretada por Nicole Kidman, Julianne Moore e Meryl Streep, mas é, não obstante, um título interessante e absorvente. Desta vez, o responsável pela adaptação ao grande ecrã não é Stephen Daldry mas o estreante Michael Mayer, encenador da Broadway que assim assinala a sua entrada em domínios cinematográficos. Infelizmente, não se pode dizer que este primeiro filme de Mayer seja particularmente bem-sucedido, uma vez que a transposição de uma obra literária exigente e complexa é aqui feita de forma pouco surpreendente e singular.<BR/><BR/>"Uma Casa no Fim do Mundo" é um drama que foca a relação de dois amigos de infância, Bobby e Jonathan, que crescem juntos numa pequena localidade do Ohio, nos anos 60, e voltam a encontrar-se anos depois numa Nova Iorque em mutação e efervescência. É já na idade adulta que conhecem Clare, uma mulher irreverente e pouco convencional, e com ela irão tentar formar uma família distinta dos padrões socialmente implementados, onde a amizade e o amor se imbricam e confundem.<BR/><BR/>O livro de Cunningham apresenta uma densa e subtil perspectiva sobre as relações humanas, os contrastes geracionais, a alteração de estilos de vida e as orientações sexuais, mas o filme de Mayer limita-se a ilustrar essas questões de modo ténue e pálido, raramente mergulhando no âmago das personagens. De facto, é sobretudo na construção de personagens que o filme falha, sobretudo nas interligações entre estes, pois Mayer não lhes injecta grande densidade emocional.<BR/><BR/>Bobby assume aqui o papel de protagonista e orienta o rumo dos acontecimentos, originando uma secundarização das presenças de Jonathan e Clare, algo que não se manifestava no livro. Colin Farrell encarna a personagem principal na idade adulta e, embora ofereça um desempenho competente, faz com que a peculiaridade de Bobby fique aquém do potencial. Dallas Roberts, Robin Wright Penn e Sissy Spacek asseguram a consistência do elenco, conseguindo gerar alguma carga dramática, mas não a suficiente para elevar o filme acima da mediania.<BR/><BR/>Michael Mayer aposta numa estrutura narrativa demasiado episódica, com cenas geralmente curtas e apressadas, tornando "Uma Casa no Fim do Mundo" numa película fragmentada que só a espaços concede tempo para as personagens se revelarem. O realizador é eficaz na escolha da banda sonora, fotografia, guarda-roupa e nas reconstituições de época, mas um filme não vive só destes elementos e este denuncia as fragilidades de um argumento desequilibrado e de uma irregular construção de personagens, tornando "Uma Casa no Fim do Mundo" numa primeira obra que prometia, mas cujo resultado não é dos mais fascinantes. Classificação: 2/5 - Razoável.
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Uma verdadeira história de amor

António Teixeira

Neste filme podemos assistir a uma verdadeira história de amor. Dois rapazes, da mesma terra, trocam experiências de adolescentes. Experiências essas que se vão tornar numa relação de melhores e inseparáveis amigos, podendo mesmo afirmar que passam a ser como irmãos. Uns anos mais tarde o destino faz com que se voltem a encontrar. Nessa altura um deles já tinha estado na Universidade e o outro tinha ficado por padeiro. Mas não foi isso que impediu que ambos se voltassesm a amar um ao outro. No meio disto tudo existe uma rapariga, que vive com o jovem universitário e por quem está verdadeiramente apaixonada. Mas sem grande sucesso, pois ele é homossexual. Após a chegada do novo membro ao lar, a paixão vira-se então para ele. Para grande descontentamento do amigo, pois para o "irmão" era o homem da vida dele.<BR/><BR/>Acontece que a rapariga fica grávida e tudo volta a ficar mais calmo entre os três. A chegada da menina foi uma lufada de ar fresco que veio entrar no lar. A menina passa a ter a mãe e dois pais. Com o passar do tempo a rapariga apercebe-se que nada há a fazer a não ser abandonar o lar, pois eles foram mesmo feitos um para o outro. Ao abandonar o lar, pergunta ao pai da criança se ele queria ir com ela, ao que ele responde que não. Pois para além do amigo estar doente com síndrome de Kaposi, era com ele que queria estar e ficar.<BR/><BR/>Aqui se mostra uma verdadeira história de amor. Não importa se é entre pesssoas do mesmo sexo ou de sexos opostos. O que importa é que o amor é a coisa mais importante deste mundo.
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O fim do mundo

Miguel

Não li o livro de Michael Cunningham que está na origem deste "A Home at the End of the World", mas suponho que seja um projecto próximo do livro, uma vez que o argumento é do próprio escritor. Talvez isso explique o falhanço e a fragilidade deste filme de Michael Mayer. Mas é, de certa forma, esse falhanço, a falta de eficácia do filme enquanto estrutura narrativa, a fragilidade das personagens, às quais falta estatura e sopro - é, dizia, esse falhanço -, o maior triunfo do filme, porque o reduz àquilo que ele tem de essencial: uma crença inabalável na capacidade salvadora do amor, o amor como o lar possível e definitivo, a casa no fim do mundo.<BR/><BR/>O filme ensaia a possibilidade de o amor existir apesar, ou independentemente, das orientações sexuais e dos géneros. O filme tem um olhar "queer", mais do que propriamente gay, na sua proposta de uma família alternativa, um trio que consegue (consegue?) realizar um projecto harmonioso de família fora dos padrões da sexualidade dita normal. O que é comovente é o facto de, sendo falhado, o filme nos mostrar fatias, flashes, clarões, da possibilidade do amor "tout court", ou seja, não do amor homossexual ou heterossexual, ou, para o efeito, pansexual, mas do amor, apenas ele, somente o amor.<BR/><BR/>Paira sobre todo o filme a iminência do fim, está escrito naquela história, desde os planos iniciais, a sua tragédia. E no entanto, o filme mostra como a felicidade é possível, como ela vai florescendo mesmo no campo mais improvável. Eu sei que a banda sonora do filme é um recurso narrativo para nos ir situando ao longo do tempo, mas devolveu-me tantas canções fabulosas, tantas daquelas canções a partir das quais conseguimos quase traçar uma biografia.<BR/><BR/>O filme assenta em quatro personagens e deve muito à eficácia, ou não, das interpretações. Infelizmente, também aqui o filme não é muito conseguido. A Robin Wright Penn talvez seja a que assume com mais força a personagem, mas é mais ou menos notório que ela passa o filme à procura de um sentido para a sua personagem. Há ali uma hesitação muito grande que compromete a verosimilhança da personagem. A Sissy Spacek passa sempre bem e é, de todas, a personagem que melhor resulta, talvez porque seja a menos exigente. O Dallas Roberts tinha um grande desafio, pois pela sua personagem passa muita da ambiguidade que é o cerne desta história e destas personagens.<BR/><BR/>Finalmente, o Colin Farrell... bem, a personagem de Bobby é muito complicada, porque tem ao mesmo tempo uma grande linearidade, uma simplicidade, mas que nunca é transparente. Uma personagem assim, que é o catalisador de todos os afectos, o sedutor apesar de si próprio, mas que tem sempre uma transcrição quase literal, precisava de um grande actor, de um enorme actor, que fosse capaz de registar todas aquelas subtilezas e matizes que têm as pessoas de carne e osso, de carne e alma, sob pena de a personagem resultar um bocado apatetada.<BR/><BR/>E como todos sabemos, o CF não é um actor assim, que seja capaz de se ultrapassar, que seja capaz de dar o fôlego da vida às personagens que encarna. E é pena. Porque algum, se não a maior parte do fascínio deste filme, da sua irresistibilidade, reside no facto de Colin Farrell ser muito bonito, ser muito físico, ter um corpo que apetece amar e que serve na perfeição um personagem cuja maldição é a sua maior bênção, ou seja o facto de só ser capaz de despertar o amor nos outros.
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